Campo de Marte | ||||||||||
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Aeroporto Campo de Marte | ||||||||||
Aeroporto e o Distrito Anhembi vistos do Alto de Santana e ao fundo o Centro expandido de São Paulo. | ||||||||||
IATA: RTE - ICAO: SBMT | ||||||||||
Características | ||||||||||
Tipo | Público / Militar | |||||||||
Administração | PAX Aeroportos[1] FAB | |||||||||
Serve | Região Metropolitana de São Paulo | |||||||||
Localização | Santana, Santana, Zona Norte de São Paulo, SP, Brasil | |||||||||
Inauguração | 1929 (95 anos)[2] 1979 (45 anos) (como aeroporto)[3] | |||||||||
Coordenadas | 23° 30′ 24″ S, 46° 38′ 02″ O | |||||||||
Altitude | 722 m (2 369 ft) | |||||||||
Movimento de 2018 | ||||||||||
Passageiros | 118 872 passageiros | |||||||||
Aéreo | 72 376 aeronaves | |||||||||
Capacidade anual | 45 000 passageiros | |||||||||
Website oficial | Página oficial | |||||||||
Mapa | ||||||||||
Localização do aeroporto no Brasil | ||||||||||
Pistas | ||||||||||
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Helipontos | ||||||||||
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Notas | ||||||||||
Parte dos dados do DECEA[4] |
O Aeroporto Campo de Marte (IATA: RTE, ICAO: SBMT) é um aeroporto brasileiro, localizado na zona norte da cidade de São Paulo, no bairro de Santana,[5] no distrito homônimo.[5]
Foi o primeiro terminal aeroportuário de São Paulo,[6] e um dos mais antigos aeroportos do Brasil, sendo que hoje não conta mais com linhas comerciais regulares, predominando o tráfego de helicópteros e aviões de pequeno porte, particulares ou de empresas de Táxi aéreo, a denominada área de aviação geral. Apresenta a maior frota de helicópteros do Brasil e sua infraestrutura permite que São Paulo abrigue a maior frota do mundo desse tipo de aeronave, tendo superado a de Nova York.[7] O aeroporto é mais do que uma instalação aeronáutica; é um testemunho vivo da história da aviação em São Paulo e no Brasil. Sua trajetória reflete as complexas mudanças políticas, sociais e tecnológicas que moldaram o país ao longo do século XX, mantendo-se como um ponto de interesse para entusiastas da aviação e historiadores, simbolizando progresso e inovação na cidade de São Paulo.
Atualmente se trata de um aeroporto compartilhado, com parte da área física sob controle do Comando da Aeronáutica e outra sob a administração da PAX Aeroportos.[1]
O aeroporto é um marco histórico na aviação brasileira e o primeiro aeroporto da capital paulista e um dos primeiros do país.[5] A história da região remonta a 1906, quando o local, então uma várzea alagadiça, era utilizado como espaço para exercícios militares de infantaria e cavalaria da Força Pública do Estado de São Paulo, entidade que mais tarde se tornaria a Polícia Militar.[8] Para proporcionar um treinamento de alta qualidade, foram contratados instrutores do exército francês, que, ao observarem o grande terreno descampado, apelidaram a região de "Champs de Mars", em homenagem à área francesa de mesmo nome.[9] Esta nomenclatura foi traduzida literalmente pelos militares paulistas para "Campo de Marte", nome que perdura até hoje.[5]
Em 1920, o governo estadual, em parceria com o alto comando da Força Pública, decidiu criar uma escola de aviação militar no Campo de Marte. Esta iniciativa visava fortalecer as defesas da cidade e preparar soldados para as necessidades do exército brasileiro.[8] O local foi escolhido para a pista de operações das aeronaves devido à sua proximidade com o Quartel da Luz e por já estar à disposição da corporação. Os primeiros alunos do curso de preparação para pilotagem aérea eram integrantes da cavalaria e tiveram como professor um piloto americano.[5]
Em São Paulo, havia algumas pistas de pouso, mas apenas um único aeródromo, o Campo de Marte em Santana, inaugurado em 1929.[9] Foi desse local que decolaram os primeiros aviões ingleses para três passageiros da Viação Aérea São Paulo – VASP. [10]
Infelizmente, a escola foi fechada após um ano devido à falta de recursos. No entanto, em 1925, alguns aviadores se reorganizaram e conseguiram reabrir a escola com algum recurso e apoio político, o que foi crucial para sua longevidade.[9] A escola formou os alunos que constituíram a esquadrilha da aviação da Força Pública do Estado, também conhecida como “Bandeirantes do Ar”.[8] Esta esquadrilha foi de extrema importância para o desenvolvimento da aviação no interior do Estado e em vários estados do país.[11] Suas missões de exploração e o estabelecimento de rotas aeronáuticas difundiram a aviação e promoveram a abertura de diversos aeródromos e aeroportos pelo interior de São Paulo e em estados como Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.[5] Com o apoio irrestrito do poder público e dos militares, a Força Pública crescia em um ritmo importante, auxiliando também no desenvolvimento da aviação civil, um modal de transporte crucial para São Paulo.[12] Ainda na década de 1920, foi criada dentro do Campo de Marte a Empresa Aeronáutica Ypiranga, de propriedade de Fritz Roesler e Thereza Di Marzo, primeira aviadora brevetada brasileira.[12] Nos hangares da Força Pública, através do mecânico e aviador americano Orthon W. Hoover, foi fabricado o primeiro avião paulista, que recebeu o nome de São Paulo e se tornou o mascote da esquadrilha.[8]
Nos anos 30, São Paulo já não era mais aquela pequena cidade do século XIX. Sua população havia mais que triplicado, passando de 64.934 habitantes em 1890 para 1.060.120 em 1934.[9] Embora seu desenvolvimento tenha sido mais lento em comparação com cidades do norte do país ou mesmo com o Rio de Janeiro, sua evolução esteve sempre ligada à expansão das vias de comunicação. Inicialmente, a cidade cresceu acompanhando os caminhos que levavam ao sertão e ao litoral.[5] Posteriormente, no final do século XIX, as ferrovias se tornaram fundamentais para o comércio, especialmente do café, e para o desenvolvimento econômico.[8] Com o crescimento da cidade, o transporte ferroviário já não era suficiente para atender ao fluxo de pessoas que demandavam a capital, e o ritmo das locomotivas não acompanhava mais o ritmo de crescimento da cidade. Um novo meio de transporte, os aviões, começava a atrair a atenção e o desejo de homens ousados.
O aeroporto alvo de um ataque aéreo pesado, pois seus pilotos haviam sido convocados para integrar o Movimento Constitucionalista, juntamente com outros aviadores militares que haviam aderido à causa.[9] Terminada a contenda, todos os aviões do Campo de Marte foram levados para o Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro.[5] Durante a Revolução Constitucionalista de 1932, o avião se tornou uma potente e indispensável arma de guerra. De um lado estavam as esquadrilhas legalistas e do outro, em São Paulo, alguns aviadores formaram o Grupo Misto de Aviação Bandeirante, que incluía a esquadrilha dos “Gaviões de Penacho”, composta por valorosos pilotos de combate.[13] Este grupo era um conjunto único de aviadores do exército, favoráveis à causa paulista, com antigos integrantes da extinta esquadrilha da Força Pública e alguns pilotos voluntários, fazendo do Campo de Marte o quartel general dos aviadores constitucionalistas.[12] Com o fim da guerra civil brasileira e a consequente derrota de São Paulo, o potencial estratégico do Campo de Marte não foi desprezado.[14]
Novas empresas ligadas ao setor aeronáutico surgiram intensamente, gerando novas oficinas, empregos e desenvolvimento para o setor aéreo do Brasil.[8] Surgiram escolas particulares de aviação, e o aeroporto viu nascer o voo de planador e a primeira escola de paraquedismo do país.[13] Além do peso comercial das viagens feitas a partir dele, o local se destacava por apresentações aéreas, circos voadores e shows aéreos, atraindo multidões de curiosos para assistir à ousadia dos pilotos e à sincronia das esquadrilhas.[13] Apesar das mudanças, o tratamento entre militares e aviadores civis foi de extrema educação, respeito e simpatia, permitindo que o desenvolvimento da aviação civil continuasse, mesmo com os conflitos da época.[8] No ano de 1931, após muitas conversas, foi fundado o Aeroclub de São Paulo com sua tradicional escola de aviação civil.[9] Os primeiros instrutores eram oficiais e sargentos aviadores do exército, que ensinavam voluntariamente, movidos por ideais de progresso da aviação civil. Esta escola era a segunda do Brasil, ficando atrás apenas do Aeroclub Brasileiro, fundado no Rio de Janeiro. [12]
No entanto, a grande enchente de 1929 (maior inundação da história da cidade)[15], dos danos causados pelos ataques aéreos e a interdição do local em 1934 pelo governo revolucionário de Getúlio Vargas, devido à participação do estado na Revolução de 1932, levaram ao início de estudos técnicos para a escolha de um sítio alternativo.[5][16] O sítio escolhido foi Congonhas inaugurado em 1936,[14] os bairros Brooklin e Indianópolis também foram cogitados na época.[9] Em 12 de novembro de 1933 houve uma cerimônia, na qual inauguraram-se voos para o interior paulista com a VASP, com duas rotas; uma para São José do Rio Preto com escala em São Carlos, e outra para Uberaba com escala em Ribeirão Preto, o que veio implementar em 1934, o Parque Aeronáutico, que ocupou uma boa parcela da área do Campo de Marte.[9]
Com a criação do Ministério da Aeronáutica em 1941, as instalações militares do Campo de Marte passaram a fazer parte da Força Aérea Brasileira, incluindo o Centro Logístico da Aeronáutica.[11] O local continuou a reforçar sua tradição aeronáutica com eventos como a fabricação do avião EAY-201, que deu origem ao lendário avião de treinamento Paulistinha CAP-4.[17]
Na década de 1950, o Campo de Marte se destacou ainda mais com a realização de grandes feitos aeronáuticos. Em 1952, foi palco da maior revoada de aviões esportivos da América Latina, quando 270 aeronaves de pequeno porte partiram para Buenos Aires, sendo recebidas pelo presidente da Argentina.[9] Este evento consolidou o Campo de Marte como o aeroporto mais movimentado e de maior concentração de aviação geral do Brasil e, possivelmente, da América Latina. Além disso, o aeroporto passou a abrigar o imprescindível apoio da polícia civil e militar da cidade.[16] O Campo de Marte também foi o ponto de partida para voos históricos de aviadores renomados, como Ada Rogato, brasileira conhecida internacionalmente por ser a primeira mulher a obter licença como paraquedista, a primeira volovelista (piloto de planador) e a terceira a se brevetar em avião.[17] O aeródromo, envolto em um carisma de tradição, foi palco de partida e chegada de dezenas de raides pioneiros e revoadas fantásticas, como a revoada internacional do Quarto Centenário da cidade de São Paulo, que reuniu aviões de vários países da América do Sul.[11]
Em 1958, a prefeitura de São Paulo iniciou uma disputa judicial, que ainda persiste, para retomar o controle do Campo de Marte. Apesar disso, o local continua a ser um importante centro de aviação geral, com a possibilidade de expansão para ajudar a desafogar os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, demonstrando seu valor estratégico e logístico.[17] Nove anos depois, em 26 de outubro, um grande incêndio destruiu o hangar Santos Dumont, que pertencia ao Aeroclube de São Paulo. Cerca de 26 aeronaves P-56 Paulistinha foram consumidas pelo fogo. O Aeroclube estimou o prejuízo em torno de 1 bilhão de cruzeiros velhos, o que nos dias de hoje seria algo equivalente a pouco mais de 3,2 milhões de reais.[16]
Durante a década de 1980, o Aeroporto Campo de Marte continuou a ser um importante centro de aviação geral em São Paulo. Nesta época, o aeroporto enfrentou desafios relacionados à sua localização em uma área densamente povoada, o que limitava sua expansão física. No entanto, o Campo de Marte manteve sua relevância como um hub para helicópteros e aviação executiva, além de abrigar escolas de aviação e clubes aéreos.[11] Nos anos 1990, o Campo de Marte viu um aumento significativo na aviação executiva, com um crescimento no número de voos de helicópteros, especialmente devido ao aumento do tráfego e congestionamento nas ruas de São Paulo.[18] Este período também foi marcado por discussões sobre a necessidade de modernização das instalações para atender melhor às demandas crescentes da aviação geral.[17]
A década de 2000 trouxe novas discussões sobre o futuro do Campo de Marte.[10] Com o crescimento contínuo da cidade de São Paulo e a saturação dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, houve debates sobre a possibilidade de expandir o Campo de Marte para aliviar a pressão sobre os outros aeroportos da cidade.[16] No entanto, a localização do aeroporto em uma área urbana densa continuou a ser um ponto de controvérsia, com preocupações sobre o impacto ambiental e o ruído.[11] Durante este período, o Campo de Marte também enfrentou questões legais e administrativas, incluindo a disputa judicial com a prefeitura de São Paulo sobre o controle do terreno, que já durava décadas.[19] Apesar dessas controvérsias, o aeroporto manteve sua importância estratégica para a aviação geral e continuou a ser um ponto vital para operações de helicópteros e voos executivos.[20][19]
Durante a década de 2010, o Aeroporto Campo de Marte continuou a desempenhar um papel significativo na aviação geral em São Paulo, apesar de não ser um dos principais aeroportos comerciais da cidade.[21] A disputa judicial entre a prefeitura de São Paulo e o governo federal sobre o controle do terreno do Campo de Marte continuou a ser um tema recorrente.[20] Nessa década um projeto para desativação do aeroporto feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres,[21] que pretendia desativar o aeroporto para a construção do terminal do Trem de Alta Velocidade Rio-São Paulo que ligaria São Paulo ao Rio de Janeiro e a Campinas.[10] O ministro da Defesa na época Nelson Jobim afirmou que o Campo de Marte sofreria alterações, como a transfomação para heliponto, já que o tráfego dessas aeronaves correspondia à 64% do total na década. [22] A estação seria subterrânea e terreno servirá também de pátio de operações ferroviárias, um parque, além de permitir a ampliação do centro de exposições do Anhembi.[18] A previsão era que a desativação ocorresse até 2014, ano da Copa do Mundo.[23]
A ligação entre o Campo de Marte e o Metrô primeiramente seria por uma passagem subterrânea até a estação Carandiru da linha 1-Azul do metrô. [24][25] Porém em 2011 foi proposto o prolongamento da Linha 4 do Metrô de São Paulo, que passaria pela Ponte Pequena, Marginal Tietê até chegar ao Campo de Marte.[26][21]
A Pax Aeroportos, uma empresa nascida no setor de private equity e controlada pela XP Asset Management, assumiu a concessão do Aeroporto Campo de Marte em São Paulo por um período de 30 anos, a partir de 15 de agosto de 2023.[27] Este movimento é parte de uma estratégia para impor seu estilo próprio na gestão de aeroportos e fazer sua tese de investimento "decolar" entre os fundos de investimento. Com na modernização e melhoria da eficiência, a Pax planeja implementar novos sistemas de gestão aeroportuária, melhorando processos de pagamentos, limpeza, segurança e execução de obras.[28] Um compromisso importante com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) é a melhoria da sinalização da pista e, dependendo da demanda futura, a construção de uma nova pista.[27]
O grande interesse da empresa, no entanto, está nas oportunidades comerciais que o aeroporto oferece.[29] Situado próximo ao Sambódromo e ao Distrito Anhembi, o aeroporto tem potencial para a abertura de lojas, serviços e restaurantes.[28] Atualmente, um shopping já contribui para a receita do aeroporto.[29] Em um primeiro momento, a prioridade será para comércios que atendam à população local, excluindo projetos voltados ao mercado de luxo, que é o público-alvo dos voos executivos.[28] Para aumentar a receita, a Pax planeja um remanejamento gradual dos hangares situados próximos às avenidas Braz Leme e Olavo Fontoura, abrindo espaço para projetos comerciais nesses locais. Este processo será conduzido com diálogo, respeitando os contratos vigentes, que em sua maioria vencem entre 2025 e 2028. Além das melhorias imediatas, a Pax estuda o mercado de veículos elétricos voadores, os chamados eVTOLs,[30] que podem se tornar uma parte significativa das operações no aeroporto.[29] A empresa busca não apenas modernizar o aeroporto, mas também posicioná-lo como um hub inovador na aviação geral e executiva.[27][30]
O aeroporto sediou diversos eventos emblemáticos ao longo de sua história. No dia 12 de julho de 2003, houve a gravação do 6° CD e DVD do grupo de música gospel Diante do Trono intitulado Quero me Apaixonar, que reuniu cerca de 2 milhões de espectadores, segundo a Polícia Militar.[60][61][62] Em 2006 o aeroporto foi cenário da nona edição do reality show estadunidense The Amazing Race, seus participantes embarcavam em helicópteros à procura de emblemáticos edifícios paulistanos.[63]
A canonização do beato brasileiro Frei Galvão ocorreu no dia 11 de maio de 2007 durante a visita do Papa Bento XVI à cidade de São Paulo. A missa campal foi realizada no aeroporto. Com a canonização, Frei Galvão é o primeiro santo nascido em território brasileiro; houve a presença de milhares de fiéis vindos de todas as partes da América Latina e com transmissão ao vivo para todo o país.[64]
No aeroporto acontece anualmente o Domingo Aéreo no Parque de Material Aeronáutica de São Paulo que é um conjunto de exposições estáticas de aeronaves, lojas de artigos relacionados à aviação e shows aéreos como: saltos de paraquedistas, acrobacias aéreas, passagem de caças supersônicos F-5EM Tiger II da Força Aérea Brasileira e apresentações da Esquadrilha da Fumaça.[65][66] No Domingo Aéreo do ano de 1991 ocorreu a apresentação de 2 aeronaves comerciais (com direito à passagem baixa de ambos): do Lockheed L-188 Electra II da Varig (matrícula PP-VNJ) e do Fokker 100 da TAM (matrícula PT-MRB), sendo as maiores aeronaves a pousarem no aeroporto.
O aeroporto também já recebeu festivais de música como o Circuito Banco do Brasil (2013 e 2014),[67][68] Summer Break Festival (2013)[69] e Planeta Terra Festival (2013),[70] além de um show do Black Sabbath, em conjunto com a banda norte-americana Megadeth.[71]
O aeroporto continua a ser um dos principais centros de aviação geral e executiva do Brasil, desempenhando um papel crucial no transporte aéreo da cidade, operando exclusivamente com aviação geral, executiva e táxi aéreo. Com uma única pista pavimentada de 1.600 metros, o aeroporto é especialmente adequado para operações de aeronaves de pequeno e médio porte, permitindo pousos e decolagens noturnos devido ao sistema de balizamento noturno, que permite operações da aviação executiva até as 22 horas. A pista possui recuos nas duas cabeceiras: 150 metros na CAB 30 e 300 metros na CAB 12, além de um heliponto. É o quinto do país — após Congonhas, Guarulhos, Brasília e Galeão — em maior movimento operacional.[72]
O sítio aeroportuário abriga 23 hangares dedicados à aviação geral, três postos de abastecimento de aeronaves (PAA) e 35 concessionários, o que destaca sua capacidade para atender a diversas necessidades operacionais. O sistema de pistas inclui várias pistas de táxi (TWY), como a TWY-C (29 x 40,40), TWY-M (17,2 x 137,60), e muitas outras, proporcionando flexibilidade e eficiência em suas operações cotidianas. A área patrimonial do aeroporto é de 2.113.667 m², com portões de acesso importantes, como o Portão 1 (Beta 2), garantindo controle e segurança. A infraestrutura do aeroporto também inclui um pátio com 1.784 m² e um Terminal de Passageiros (TPS) de 1.220 m², que, embora pequeno, é funcional para suas operações de aviação geral. A presença de diversas pistas de táxi e um sistema bem organizado de portões e acessos mantém o Campo de Marte eficiente e preparado para um fluxo constante de voos executivos e de táxi aéreo.[73]
Sedia o Aeroclube de São Paulo, que foi inaugurado oficialmente em 8 de junho de 1931, uma das mais antigas escolas de aviação civil em funcionamento no país,[74] conta também com a Associação dos Concessionários, Empresas Aeronáuticas Intervenientes e Usuários do Aeroporto Campo de Marte, onde listam integrantes e serviços prestados no mesmo.
Além das atividades aeroportuárias e da escola de aviação, o Campo de Marte abriga o Serviço Aerotático da Polícia Civil e o Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar, sem contar órgãos da Força Aérea Brasileira, como a Subdiretoria de Abastecimento, o Centro de Logística da Aeronáutica, o Parque de Material Aeronáutico de São Paulo e o Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP).[75]
Em maio de 2024, um novo capítulo na história do Campo de Marte foi escrito com a criação do Parque Municipal Campo de Marte.[76] Publicado no Diário Oficial através do Decreto Nº 63.374, o parque foi estabelecido em uma área verde vizinha ao aeroporto.[77] Com uma área de 385.883 m², o parque promete ser um marco na restauração ecológica, incluindo a recomposição da mata ciliar ao longo dos córregos Tenente Rocha e Baruel.[78] Este espaço verde é notável pela presença de espécies raras, como a canela (Nectandra nitidula) e a arbustiva Heterocondylus vitalbae, além de abrigar 112 espécies silvestres.[79] A criação do parque não só amplia o acesso popular ao lazer, cultura e ensino, mas também integra a proposta de preservação ambiental no Plano Diretor Estratégico do Município, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a biodiversidade urbana.[80][81]
No domingo, 29 de setembro de 2024, o Aeroporto Campo de Marte foi palco de um evento marcante e inédito.[82] Durante o "Portões Abertos", organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo (PAMA-SP), um avião da Latam fez um sobrevoo histórico.[83] Por volta das 11h20, o Airbus A320neo da Latam Brasil, matrícula PR-XBG, decorado com uma pintura especial em homenagem à sua atuação no Brasil, realizou uma passagem espetacular sobre a pista do aeroporto.[83] Durante a primeira passagem, os pilotos realizaram o tradicional balançar de asas, uma saudação na aviação que cativou o público. O evento "Portões Abertos" ofereceu um espetáculo aéreo ao longo do dia, com acrobacias de aeronaves e helicópteros, e apresentações dos caças F-5.[84] A Esquadrilha da Fumaça foi a grande atração, encerrando o evento em grande estilo. Com uma expectativa de público superior a 100 mil pessoas, o evento gratuito proporcionou uma rara oportunidade de interação e apreciação da aviação para todos os presentes.[83][85]
Ano | Passageiros | Aeronaves |
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2018 | 118.872 | 72.376 |
2017 | 118.984 | 69.137 |
2016 | 125.324 | 71.044 |
2015 | 151.275 | 93.354 |
2014 | 185.494 | 116.924 |
2013 | 246.087 | 135.155 |
2012 | 427.160 | 143.799 |
2011 | 388.100 | 133.509 |
2010 | 361.984 | 123.009 |
2009 | 312.460 | 104.502 |
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