Ai Xiaoming (em chinês: 艾晓明; nascida em 1953) é uma documentarista e ativista política chinesa.[1] Ela também é acadêmica de questões públicas e femininas e ex-professora da Universidade Sun Yat-sen.[2] Xiaoming nasceu em Wuhan em 1953,[3] e passou a maior parte de sua vida adulta em Pequim e Guangzhou.[4]
Em 2010 Ai Xiaoming e Guo Jianmei ganharam o Prêmio Simone de Beauvoir pela Liberdade das Mulheres.[5]
Em 1985, Ai tornou-se professor na Universidade Normal de Pequim. De 1994 a 2014, ela lecionou na Universidade Sun Yat-sen, com foco em literatura e história das mulheres. No outono de 1999 e na primavera de 2000, ela passou um ano sabático lecionando na Universidade do Sul em Sewanee, EUA. No início de sua carreira, Ai foi uma escritora e tradutora talentosa, escrevendo diversos livros sobre literatura e traduzindo as obras de Milan Kundera, além de editar outras.[6]
Em 2000, ela visitou a os Estados Unidos como pesquisadora em estudos sobre mulheres e gênero.[3] Em 2009, foi impedida de participar do Festival de Documentário Chinês em Hong Kong, devido a preocupações com a sua segurança pessoal resultantes das suas atividades de produção de filmes políticos.[7]
Ai criticou a política nacional do governo chinês de DIU obrigatório para mulheres que já deram à luz uma criança. Ela disse que muitas mulheres, inclusive ela mesma, nunca foram avisadas sobre possíveis complicações e sobre a necessidade de exames regulares.[8]
em 2013, Ai protestou de topless no Twitter[9][10][11] e fora de uma escola de Hainan em resposta ao estupro de seis alunas pelo diretor da escola e por uma autoridade local. Ela foi presa no mesmo dia por se defender com uma faca de cozinha contra agressores que foram à sua casa. Ela afirmou que seu protesto nu foi inspirado em Ai Weiwei.[10][11]
Os filmes de Ai são censurados na China.[12]
Desde 2004, ela fez mais de duas dezenas de filmes, incluindo documentários sobre ativismo, problemas sociais e corrupção. Alguns de seus filmes visam revelar acontecimentos históricos caiados (i.e. whitewhashing).[1]
Ano | Título | Duração | Descrição |
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2004 | 白丝带 Bai Sidai | 57 minutos | |
2005 | 天堂花园Tiantang Huayuan | 140 minutos | Um documentário sobre as mudanças ocorridas na China entre 2003 e 2005 em termos de respeito e proteção dos direitos humanos. Ai co-dirigiu com Hu Jie. |
2005 | 太石村 Taishi Cun | 100 minutos | Relata a luta dos moradores da vila de Taishi, Guanzhou contra as autoridades locais em 2005. |
2006 | 中原纪事 Zhongyuan Jishi | 140 minutos | Um documentário sobre o destino dos aldeões infectados pelo HIV que, devido à sua pobreza, venderam o seu sangue. A coragem que demonstraram nesta situação contrasta com a corrupção oficial. |
2006 | Xing Xing Yu Quan Li Bie | 46 minutos | |
2007 | 关爱之家 Guan'ai Zhi Jia | 108 minutos | Um documentário sobre pessoas infectadas pelo HIV após receberem uma transfusão de sangue. Centra-se no caso de Liu Xiaohong, um aldeão de Xingtai, em Hebei, que foi contaminado durante a infância. Ai co-dirigiu com Hu Jie. |
2008 | Kaiwang Jiaxiang of Lieche | 59 minutos | Um documentário que descreve a situação dos migrantes, após a interrupção do tráfego ferroviário na linha Pequim-Guangzhou, após o inverno. |
2009 | 我们的娃娃 Women de Wawa | 73 minutos | Um dos três documentários sobre o terremoto de Sichuan de 2008 e seu impacto na população, especialmente no escândalo de corrupção na construção de escolas.[13] |
2009 | 公民调查 Gongmin Diaocha | 64 minutos | Um dos três documentários sobre o terremoto de Sichuan de 2008 e seu impacto na população, especialmente no escândalo de corrupção na construção de escolas. |
2010 | 花为什么这么红 Hua Weishenme Zheme Hong | Um dos três documentários sobre o terremoto de Sichuan de 2008 e seu impacto na população, especialmente no escândalo de corrupção na construção de escolas. | |
2011 | 明信片Míngxìnpiàn | Um filme sobre o ativista chinês dos direitos civis Wang Lihong.[14] | |
2012 | 乌坎三日 Wūkǎn Sān Rì | ||
2014 | 新公民案审判 Xīn Gōngmín àn Shěnpàn |