Alessandro Molon | |
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Deputado Federal pelo Rio de Janeiro | |
Período | 1º de fevereiro de 2011 até 31 de janeiro de 2023 |
Deputado Estadual do Rio de Janeiro | |
Período | 1º de fevereiro de 2003 até 1º de fevereiro de 2011 |
Dados pessoais | |
Nascimento | 28 de outubro de 1971 (52 anos) Belo Horizonte, MG |
Partido | PT (1999–2015) REDE (2015–2018) PSB (2018-presente) |
Profissão | Professor, Historiador, Advogado e Radialista |
Alessandro Lucciola Molon (Belo Horizonte, 28 de outubro de 1971) é um político, professor e radialista brasileiro filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), tendo sido líder da oposição na Câmara dos Deputados durante o segundo biênio do governo Bolsonaro. Em seu primeiro mandato como deputado federal, foi o relator e principal articulador da aprovação do Marco Civil da Internet.[1] Em 2015 tomou posse de seu segundo mandato na Câmara dos Deputados.[2] Antes, foi seu primeiro mandato de deputado estadual por oito anos na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, onde ficou conhecido por sua defesa dos direitos humanos e pela fiscalização do Executivo e das ações da própria casa legislativa.
Eleito deputado estadual em 2002 e 2006, e deputado federal em 2010, 2014 e 2018, Molon concorreu ao Senado Federal pelo PSB nas eleições de 2022, sendo derrotado por Romário.
Alessandro Molon tem graduação e mestrado em história pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e graduação em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde leciona.[2] Também já deu aulas em escolas públicas e privadas da capital fluminense. Durante parte da década de 1990, Molon gravou programas na rádio Catedral FM, voltada para o público católico, o que o tornou relativamente conhecido neste segmento.[2][3]
No ano de 2021, aos 49 anos, Molon concluiu curso de doutorado em direito público pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),[4] sob a orientação do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso.[5]
Em 2000, foi candidato a vereador do Rio de Janeiro pelo PT, não conseguindo se eleger. Em 2002, foi eleito pela primeira vez para um mandato como deputado estadual. Opositor do governo de Rosinha Garotinho[6] e membro das comissões de direitos humanos, foi retirado da presidência desta última comissão por ordem da governadora. Participou ainda das investigações do Escândalo do Propinoduto[7], e apresentou projeto de lei instituindo no Rio de Janeiro o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte[8]. Foi reeleito em 2006 com a maior votação entre todos os candidatos a deputado estadual do PT naquele ano: 85.798 votos.[9]
Em seu segundo mandato, voltou a ser presidente da Comissão de Direitos Humanos, investigando denúncias de arbitrariedades em ações policiais, como a do Complexo do Alemão.[10] Foi também autor do projeto de lei que modifica a lei estadual 4.863/06 que faculta o recebimento de mensagens promocionais aos clientes das operadoras de telefonia celular. Sua emenda refere-se a proibição de mensagens de cunho preconceituoso, ofensivo e que ferem a dignidade humana.[11][12]
Em 2007 lançou-se pré-candidato a prefeito da cidade do Rio de Janeiro, disputando a indicação com Vladimir Palmeira, Édson Santos e Benedita da Silva. Durante a disputa, Édson foi indicado para a SEPPIR e Benedita desistiu cerca de um mês antes das prévias, onde Molon derrotou Vladimir por 68,5% dos votos.
Candidato à prefeitura do Rio de Janeiro pelo PT, havia recebido o apoio do governador Sérgio Cabral e do PMDB antes mesmo de vencer as prévias petistas. Tal fato causou alguma polêmica, pois devido a isso passaria também a ser apoiado por Jorge Picciani, presidente da ALERJ, possivelmente seu maior adversário político.[13] Após o pré-acordo com os peemedebistas, o vice em sua chapa seria Regis Fichtner, aliado de Picciani.[14] Posteriormente, numa reviravolta política, a aliança foi desfeita devido ao PT não ter atendido aos pré-requisitos de Picciani, o que fez com que este e Sérgio Cabral abandonassem a chapa, lançando a candidatura de Eduardo Paes.[15]
Na convenção que homologou sua candidatura, houve um incidente envolvendo simpatizantes seus e do deputado Jorge Babu,[16] de quem Molon já defendeu a expulsão do partido. Em agosto de 2008, participou das investigações contra o deputado Álvaro Lins, votando contra a sua libertação[17] e defendendo abertamente a sua cassação.
Molon disputou a Prefeitura do Rio de Janeiro, obtendo na votação de outubro pouco mais de 4% dos votos válidos, terminando a eleição em 5º lugar, atrás de Eduardo Paes, Gabeira, Crivella e Jandira Feghali, porém à frente da candidata da situação, Solange Amaral. A campanha de Molon enfrentou diversas dificuldades, como a falta de apoio exclusivo do presidente Lula, que chegou a defender as candidaturas de Crivella e Jandira, membros de partidos da base aliada (embora tenha sido impedido judicialmente de aparecer nos programas destes).
Além disso, o PT liberou pouca verba para a campanha de Molon, e usou o horário eleitoral na TV mais para divulgar o partido do que o próprio candidato em si. Muitos petistas também abandonaram a campanha de Molon logo no primeiro turno, em face à sua dificuldade em subir nas pesquisas.[18]
No segundo turno, após a cúpula do PT fluminense reunir-se em torno da candidatura de Eduardo Paes, Molon não compareceu aos eventos da campanha do candidato do PMDB,[19] não declarando publicamente apoio a nenhum dos dois candidatos. Após a eleição, porém, declarou que votou no candidato derrotado, Fernando Gabeira.[20]
Em janeiro de 2009, novamente se opôs à reeleição de Picciani para a presidência da ALERJ, sendo um dos dois votos contrários (o outro voto contrário foi de Marcelo Freixo).[21]
Em outubro de 2010 foi eleito deputado federal com 130 mil votos, tornando-se o candidato do PT com a maior votação no Estado do Rio de Janeiro. Seu primeiro mandato na Câmara foi marcado pela aprovação da Lei do Marco Civil da Internet, a defesa dos royalties do petróleo do Rio de Janeiro, a luta contra o trabalho escravo e a garantia do acesso de todos à Justiça, por meio do fortalecimento da Defensoria Pública.
Em 2014, Molon foi reeleito deputado federal com 87.003 votos, sendo o mais votado de sua coligação (PT, PCdoB, PSB) no Rio de Janeiro.[22]
No PT, Alessandro Molon ficou conhecido por fazer várias críticas ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha.[23]
No dia 24 de setembro de 2015, Molon se filiou à Rede Sustentabilidade (REDE). após deixar o Partido dos Trabalhadores (PT).[24] Ao entrar na REDE foi o segundo deputado federal a pertencer ao partido, após Miro Teixeira.[25] Foi escolhido como o primeiro líder da bancada da REDE na Câmara dos Deputados.[26]
Em 17 de abril de 2016, Alessandro Molon votou contra a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff.[27]
No fim de 2016, se posicionou contrário à anistia ao caixa 2,[28][29] tendo um amplo apoio da sociedade civil na luta contra impunidade.[30][31]
Molon voltou a disputar a prefeitura do Rio de Janeiro em 2016, porém novamente ficou fora do segundo turno. Desta vez, foi candidato pela REDE e ficou apenas em oitavo lugar, obtendo apenas 43.426 votos que representaram 1,43% dos votos válidos.[32] No segundo turno, declarou apoio ao candidato Marcelo Freixo do PSOL.[33]
Re-eleito deputado federal em 2018
Em fevereiro de 2018, Alessandro Molon anunciou sua saída da REDE para filiar-se ao PSB.[34]
Molon disputou a sua reeleição à deputado federal pelo PSB. Foi reeleito como o terceiro candidato mais votado no estado do Rio de Janeiro, com 227.914 votos.[35]
Em 2019, foi indicado para liderar a oposição ao governo Bolsonaro na Câmara, pelo PSB, PT, PSOL e REDE.[36]
Molon foi confirmado como candidato ao Senado Federal pelo PSB nas eleições de 2022 na convenção estadual do partido, apoiando as candidaturas de Marcelo Freixo ao governo estadual e de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República.[37] Ele recebeu o apoio de REDE, PSOL e Cidadania.[38][39][40]
Criticado por membros do PT, que alegam o descumprimento de um acordo entre os partidos para que o petista André Ceciliano, presidente da ALERJ, fosse o candidato da coligação ao Senado,[41][42] e também por ter deixado o partido no auge da Operação Lava Jato;[43] Molon afirmou que nunca fez ou esteve envolvido em algum acordo para ceder sua candidatura ao Senado,[44] e que a esquerda não deveria aceitar conciliações ou ambiguidades com o bolsonarismo, em referência à proximidade de Ceciliano com o governador Cláudio Castro e outros políticos bolsonaristas.[45][46][47][48] Os defensores da candidatura de Alessandro Molon também argumentaram que ele era o candidato da esquerda melhor colocado nas pesquisas eleitorais, estando mais próximo de alcançar Romário, candidato à reeleição pelo PL.[49] Molon recebeu apoio de artistas e influenciadores, enquanto Ceciliano buscou alianças políticas no interior do estado.[50][51] Ambos seguiram suas campanhas separadamente, apoiando Freixo e Lula.[52][53][54]
Molon recebeu 1.731.786 votos (21,2% dos válidos) e ficou em segundo lugar na eleição, perdendo a disputa para Romário, que foi reeleito com 2.384.331 votos (29,19% dos válidos).[55][56]