| ||||
---|---|---|---|---|
Freguesia | ||||
Moinho Novo em Alhos Vedros | ||||
Símbolos | ||||
| ||||
Localização | ||||
Localização de Alhos Vedros em Portugal | ||||
Coordenadas | 38° 39′ 00″ N, 9° 01′ 00″ O | |||
Região | Área Metropolitana de Lisboa | |||
Sub-região | Área Metropolitana de Lisboa | |||
Distrito | Setúbal | |||
Município | Moita | |||
Código | 150601 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 16,56 km² | |||
População total (2021) | 16 146 hab. | |||
Densidade | 975 hab./km² | |||
Outras informações | ||||
Orago | São Lourenço |
A Freguesia de Alhos Vedros, com sede na vila que lhe dá o nome, é uma freguesia portuguesa do Município de Moita com 16,56 km² de área[1] e 16146 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 975 hab./km².
A sua sede, Alhos Vedros, foi vila e sede de concelho até 1855. Foi de novo elevada à categoria de vila pela Lei n.º 65/97 de 1997-07-12.[3]
As suas origens remontam ao período anterior à Reconquista Cristã, pois nas "Memórias Paroquiais de 1758" é feito um relato, certamente de conteúdo semi-apócrifo, da forma como os seus habitantes terão resistido às investidas muçulmanas num Domingo de Ramos, por ocasião da recuperação de Palmela pelos Cristãos.
O seu estatuto municipal terá surgido bem antes do século XIV, estendendo-se os limites do seu termo desde o rio Coina até aos esteiros de Alcochete, formando um dos quatro Conceelhos Medievais - chamado Concelho do Ribatejo - da Margem Sul, em conjunto com Almada, Sesimbra e Palmela. No entanto, partilhava a dignidade de cabeça do Concelho do Ribatejo com Sabonha (hoje São Francisco, em Alcochete).
Em 1415, na sequência da pandemia de Peste Negra que assolava a capital e levou à morte da própria Rainha D. Filipa de Lencastre, é em Alhos Vedros que o Rei D. João I de Portugal se refugia, aí recebendo, de acordo com o Cronista Gomes Eanes de Zurara, uma comissão encabeçada por alguns dos seus filhos com o objectivo de serem tomadas as decisões finais quanto à iniciativa da conquista de Ceuta a 15 de Agosto desse mesmo ano.
A importância de Alhos Vedros no contexto é confirmada em 15 de Dezembro de 1514, ao ser a terceira localidade da região (depois de Palmela e Almada) a receber o chamado Foral Novo, atribuído por D. Manuel I de Portugal.
À sua Igreja Matriz - de que é orago São Lourenço - eram obrigadas a vir todas as gentes das localidades do termo para os serviços religiosos dominicais e principais festividades do calendário religioso.
Em termos económicos, Alhos Vedros viveria fundamentalmente da sua ligação ao rio Tejo (pesca, extracção de sal, transporte fluvial) e da agricultura (vinha, mas não só).
Devido a uma evolução demográfica desfavorável, a vila de Alhos Vedros iria perdendo influência a partir de meados do século XVI e do século XVII.
Do seu termo, ir-se-iam separando gradualmente novas unidades administrativas como o Barreiro (elevação a vila em 1521), o Lavradio (1670) e a Moita (1681), o que agravaria o seu declínio relativo.
No século XVIII, no rescaldo do Terramoto de 1755, verifica-se que a população de Alhos Vedros já é bastante inferior a algumas das povoações que antes dela dependiam. No início do século XIX era composto apenas pela freguesia da sede. Em 1836 anexou as freguesias de Coina, Lavradio e Palhais, após a extinção dos Concelhos de Coina e Lavradio. Com o início do regime liberal e a reorganização do mapa político-administrativo, o concelho de Alhos Vedros acabaria por ser extinto em 1855, oscilando entre a incorporação no do Barreiro ou no da Moita como viria a acontecer em finais dessa centúria.
Ao longo do século XX, a freguesia de Alhos Vedros continuaria a ter uma feição essencialmente rural embora, a partir do maior desenvolvimento da unidade fabril da CUF no Barreiro, e na segunda metade do século de outras grandes indústrias como a Lisnave ou a Siderurgia, fosse ganhando algumas feições de dormitório para muitas famílias de características proletárias.
Com lugares desanexados desta Freguesia foi criada, pelo Decreto-Lei nº 47513, de 26/01/1967, a freguesia da Baixa da Banheira.
Em termos de indústrias residentes na Freguesia, o sector corticeiro seria o mais importante até às décadas de 1960 e de 1970, sucedendo-se uma intensa mas curta expansão do sector têxtil até à década de 1980, que teria o seu fim ao longo da década de 1990.
Atualmente tem vindo a sofrer um acelerado processo de suburbanização que lhe tem descaracterizado as suas características tradicionais.
A população registada nos censos foi:[2]
|
Distribuição da População por Grupos Etários[5] | ||||
---|---|---|---|---|
Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 1968 | 1777 | 6887 | 1982 |
2011 | 2576 | 1448 | 8587 | 2439 |
2021 | 2674 | 1693 | 8758 | 3021 |
Em termos patrimoniais, destacam-se a referida Igreja Matriz de São Lourenço, o único pelourinho manuelino completo do distrito de Setúbal, o chamado poço mourisco, provavelmente quinhentista e o seu moinho de maré. No entanto, a maior parte dos traços das suas origens multisseculares e do seu passado histórico têm vindo progressivamente a desaparecer, assim como o próprio rico património natural da longa zona ribeirinha tem vindo a ser destruído, primeiro com os efeitos da poluição industrial e, depois, devido ao entulhamento das antigas salinas e viveiros piscícolas que existiam na zona de sapal.
Eis então algum do património nesta freguesia:
No Domingo mais próximo do dia 2 de Agosto realiza-se a Festa em Honra de Nossa Senhora dos Anjos de Alhos Vedros, que dura cinco dias.