Anteriormente, antes da sequenciação do ADN, as plantas com flor eram divididas em dicotiledóneas e monocotiledóneas, como, por exemplo, no sistema de Cronquist. No entanto, os métodos filogenéticos modernos mostram que as monocotiledóneas evoluíram no seio das dicotiledóneas, constituindo estas últimas um grupo parafilético. O grupo das tricolpadas (as Eudicotyledoneae, as «verdadeiras dicotiledóneas») foi, portanto, criado como um grupo irmão monofilético das monocotiledóneas, tambem um grupo monofilético. As antigas dicotiledóneas que "sobraram" constituem assim o "grupo abandonado", parafilético, de angiospérmicas basais.
Não há consenso sobre a designação deste grupo. Alguns dividem as antigas dicotiledóneas (as dicotiledóneas) em "basais" e "verdadeiras", outros vêem-no na perspetiva de todas as angiospérmicas (plantas com flor) e usam o termo "angiospérmicas basais/plantas com flor". Agrupando as angiospérmicas mais basais, este grupo parafilético +e também referidos como o grado ANA, nome que deriva de ser composta pelo género Amborella (com uma única espécie de arbusto, endemismo da Nova Caledónia) e pelas ordens Nymphaeales (nenúfares, juntamente com algumas outras plantas aquáticas) e Austrobaileyales (plantas aromáticas lenhosas, incluindo o anis-estrelado).[3] O grupo foi conhecido por ANITA, acrónimo que advinha de Amborella, Nymphaeales e Illiciales, Trimeniaceae-Austrobaileya,[4] mas a generalidade dos autores encurtaram a designação para grado ANA tendo em conta as iniciais das três ordens que agora o integram (Amborellales, Nymphaeales e Austrobaileyales), pois a ordem Illiciales foi reduzida à família Illiciaceae e colocada, juntamente com a família Trimeniaceae, dentro da ordem Austrobaileyales de acordo com o Angiosperm Phylogeny Group (no sistema APG IV).
As angiospérmicas basais são compostas por apenas algumas centenas de espécies, comparando com as centenas de milhares de espécies de eudicotiledóneas, monocotiledóneas ou magnoliídeas. Divergiram das angiospérmicas ancestrais antes de os cinco grupos que compõem as mesangiospérmicas divergiram entre si.
↑Thien, L. B.; Bernhardt, P.; Devall, M. S.; Chen, Z.-d.; Luo, Y.-b.; Fan, J.-H.; Yuan, L.-C.; Williams, J. H. (2009), «Pollination biology of basal angiosperms (ANITA grade)», American Journal of Botany, 96 (1): 166–182, PMID21628182, doi:10.3732/ajb.0800016
↑The earliest angiosperms: evidence from mitochondrial, plastid and nuclear genomes Yin-Long Qiu, Jungho Lee, Fabiana Bernasconi-Quadroni, Douglas E. Soltis, Pamela S. Soltis, Michael Zanis, Elizabeth A. Zimmer, Zhiduan Chen, Vincent Savolainen, Mark W. Chase, Nature, 402, 1999, 404-407
↑Bernard Gómez, Véronique Davier-Gómez, Clément Coiffard, Carles Martín-Closas y David L. Dilcher (2015). «[www.pnas.org/content/112/35/10985 Montsechia, an ancient aquatic angiosperm]». 112 (35) !CS1 manut: Nomes múltiplos: lista de autores (link)
↑Jiří Kvaček, Bernard Gómez y Reinhard Zetter (2012). «[www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1509241112 The early angiosperm Pseudoasterophyllites cretaceus from Albian–Cenomanian of Czech Republic and France revisited]». 57 (2)
↑Rudolphe Spichiger & Vincent Savolainen. 1997. Present state of Angiospermae phylogeny. Candollea 52: 435-455 (textArquivado em 2007-03-12 no Wayback Machine
↑Leitch, I. J., M. W. Chase, and M. D. Bennett. 1998. Phylogenetic analysis of DNA C-values provides evidence for a small ancestral genome size in flowering plants. Annals of Botany 82 (Suppl. A): 85-94.
↑«An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. 2009. ISSN0024-4074. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x