Annona ambotay

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAnnona ambotay


Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Plantae
Filo: Tracheophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Magnoliales
Família: Annonaceae
Gênero: Annona
Espécie: A. ambotay
Nome binomial
Annona ambotay
(Aubl., 1775)

Annona ambotay é uma espécie de planta com flor da família Annonaceae. É uma pequena árvore conhecida na Guiana pelos nomes Vilataille (crioulo), Ɨwi tay (Wayãpi), Envira-taia, Envira-cajú (português) [1] e anteriormente Amotay (Galibi). Na Bolívia chama-se Rononopa (Chácobo).[2]

Descrição

[editar | editar código-fonte]

Annona ambotay é uma árvore esbelta (às vezes um arbusto trepador) que alcança de 3 a 7 metros de altura. Os ramos jovens são densamente tomentosos-ferruginosos.

O limbo foliar medindo 15-24 x 5-11 centímetros (para um pecíolo de 7-11 milímetros), é de formato obovado ou elíptico ou oval-lanceolado, com base arredondada ou subaguda, e longo acuminado no ápice, descolorido, verde acima, glauco abaixo (especialmente quando é jovem), papular, coberto por pêlos macios e ferruginosos.

As nervuras são peludas-ferruginosas em ambos os lados e mais ou menos salientes abaixo, com cerca de 12 pares de nervuras secundárias.

As inflorescências peludo-ferruginosas são em pequeno número, localizadas no meio dos entrenós, infrapeciolares, subsésseis, paucifloras, com pedicelo de 5 milímetros de comprimento. Há uma bráctea acima da base.

As flores são geralmente de cor vermelho escuro, com sépalas medindo 2 milímetros, peludo-ferruginosas na parte externa e seis pétalas: os externos são conatos na base e espalhados nas extremidades, medindo 15-25 x 7 milímetros, de formato oblongo, peludo-ferruginosos por fora, e os internos meio menores. Os conectivos são finamente apiculados.

Os frutos são globosos, lisos a ásperos, sem bordas, e medem de 3-5 centímetros de diâmetro [3][4] .

Distribuição

[editar | editar código-fonte]

Este tipo de planta pode ser encontrado em:[3]

Ecologia

[editar | editar código-fonte]

Annona ambotay é encontrada na Venezuela em florestas perenes de planície e bordas de florestas em torno de 100 a 300 metros de altitude.[3]

Usos

[editar | editar código-fonte]

Entre os Galibi da Guiana, a casca da Annona ambotay era antigamente fervida e usada para tratar úlceras [5] .

As folhas e a casca da Annona ambotay são usadas para fazer um poderoso remédio febrífugo e sudorífico entre os Wayãpi [1] .

De acordo com o Waimiri-Atroari, a casca de Annona Ambotay é útil no tratamento de transtornos mentais [6] .

Em Alter-do-Chão, os Caboclos utilizam a fumaça da lenha Annona ambotay para aliviar as puérperas, afastar insetos picadores e tomar chá de casca contra dores de estômago [7] .

Os Chacobo da Bolívia utilizam a casca do caule de Annona ambotay para tratar entorses [2] .

As propriedades farmacológicas dos extratos de Annona ambotay foram avaliadas, incluindo suas propriedades antibacterianas [8], antimaláricas [9], antifúngicas, antioxidantes antitumorais [10] e toxicidade [11] .

A casca das raízes de Annona ambotay é utilizada na composição de curares [12][13] .

Química

[editar | editar código-fonte]

Um azaantraceno geovanina original foi isolado do tronco de Annona ambotay, bem como liriodenina, O-metil moscatolina, flavonóides, kaempferol, quercetina, (+)-dihidrokaempferol, (+)-dihidroqueretina, (±) -periodictiol e (+)- catequina, os esteroides sitosterol e 5α-estigmastano-3,6-diona [14], mas também argentilactona e um ácido graxo original (ácido 5 -hidroxidodeca-cis-2,trans-6-dienóico [2] .

Seu óleo essencial também foi analisado [15] .

Referências

  1. ↑ a b Pierre Grenand; Christian Moretti; Henri Jacquemin; Marie-Françoise Prévost (2004). Pharmacopées traditionnelles en Guyane (PDF) (em francês). [S.l.]: IRD Editions. ISBN 978-2-7099-1545-8 
  2. ↑ a b c José Antonio Bravo (2002). «ARGENTILACTONE FROM ANNONA AMBOTAY» (PDF). REVISTA BOLIVIANA DE QUÍMICA (The Bolivian Journal Of Chemistry) (em espanhol). 19 (1) 
  3. ↑ a b c Julian A. Steyermark (eds.); Paul E. Berry (eds.); Kay Yatskievych (eds.); Bruce K. Holst (eds.) (1995). Flora of the Venezuelan Guayana (em inglês). 2, Pteridophytes, Spermatophytes, Acanthaceae–Araceae. [S.l.]: MISSOURI BOTANICAL GARDEN PRESS. p. 318-319. 706 páginas. ISBN 9780915279746 
  4. ↑ Albert Lemée (1955). Flore de la Guyane française (em francês). [S.l.]: LIBRAIRIE LECHEVALIER. p. 614. 701 páginas 
  5. ↑ Mark Plotkin; Brian M. Boom; Malorye Allison (1991). THE ETHNOBOTANY OF AUBLET'S Histoire des Plantes de la Guiane Françoise (1775) (em inglês). 35. [S.l.: s.n.] ISSN 0161-1542 
  6. ↑ MILLIKEN (W),; MILLER (R.P.),; POLLARD (S.R.).; WANDELLI (EV) (1992). Ethnobotany of the Waimiri Atroari Indians of Brazil (em inglês). [S.l.]: Royal Botanic Gardens,. 196 páginas. ISBN 978-0947643508 
  7. ↑ LC. BRANCH (1983). «Folk Medicine of Alter do Chao, Para, Brazil». Acta Amazonica, Ano XIII, (em inglês) (5-6): 737-798 
  8. ↑ Jacqueline A. Takahashi; Luiz G. F. E Silva; Maria Amélia D. Boaventura (2006). «Antibacterial activity of eight Brazilian annonaceae plants». Natural Product Research (Formerly Natural Product Letters) (em inglês). 20 (1): 21-26. doi:10.1080/14786410412331280087  Faltam os |sobrenomes3= em Authors list (ajuda)
  9. ↑ Gina Frausin; Adrian Martin Pohlit; Paul Maas (2014). «Plants of the Annonaceae traditionally used as antimalarials: a review». Rev. Bras. Frutic. (em inglês). 36 (spe1). doi:10.1590/S0100-29452014000500038  Faltam os |sobrenomes3= em Authors list (ajuda)
  10. ↑ Alexandre AB Lataliza; Cristine B Amarante; Nádia RB Raposo; Rafael C Dutra; Laura A Junqueira (2021). «Assessment of Different Pharmacological Activities of Annona Ambotay (Aubl.)» (PDF). Biomedical Journal of Scientific & Technical Research (em inglês). 35 (4): 27925-27931. doi:10.26717/BJSTR.2021.35.005746  Faltam os |sobrenomes3= em Authors list (ajuda); Faltam os |sobrenomes5= em Authors list (ajuda)
  11. ↑ Steffen Lang (2009). «Total Syntheses of Cytotoxic, Naturally Occurring Kalasinamide, Geovanine, and Marcanine A†». Angewandte (em inglês). 48 (5): 911-913. doi:10.1002/anie.200804388 
  12. ↑ B. A. Krukoff (1937). «Notes on the Botanical Components of Curare». Bulletin of the Torrey Botanical Club (em inglês). 64 (6): 401-409. doi:10.2307/2481123 
  13. ↑ B. A. Krukoff (1939). «Notes on the Botanical Components of Curare-II». Bulletin of the Torrey Botanical Club (em inglês). 66 (5): 305-314. doi:10.2307/2480853 
  14. ↑ Alaíde B. De Oliveira (1987). «Geovanine, a new azaanthracene alkaloid from Annona ambotay aubl.». Phytochemistry (em inglês). 26 (9): 2650-2651. doi:10.1016/S0031-9422(00)83902-3 
  15. ↑ Silva, M.L. da; Maia, J.G.S.; Ramos, L.S. (1982). «Oleos essenciais, oleaginosas e latices da Amazonia. 8. Estudo da composicao quimica de algumas especies da Familia Anonacea: Annona ambotay e Tetrameranthus duckei». Cienc. Cult. (Sao Paulo) Supl. 34 (7): 510  Faltam os |sobrenomes3= em Authors list (ajuda)