A Société d'aviation Antoinette, foi uma empresa fabricante de motores leves movidos à gasolina francesa.
A Antoinette também se tornou fabricante de aviões na era pioneira da aviação, período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial, mais notadamente por seus monoplanos recordistas pilotados por Hubert Latham e René Labouchère.
Sediada em Puteaux, a Antoinette esteve em operação entre 1903 e 1912.
A Antoinette começou como um empreendimento privado liderado pelo engenheiro Léon Levavasseur e financiado por Jules Gastambide, que possuía uma estação geradora de energia na Argélia.[carece de fontes]
Num feriado com a família de Gastambide em 1902, Levavasseur propôs o desenvolvimento de motores leves e potentes para uso em aeronaves, e que os motores poderiam ser batizados com o nome da irmã de Gastambide, Antoinette.[1]
Gastambide financiou o empreendimento, e Levavasseur patenteou a configuração de motor V8 naquele ano.[2] Já em 1904, a maioria das lanchas vencedoras de competições na Europa estavam equipadas com motores Antoinette.[1] Durante esse período Levavasseur projetou motores em várias configurações, chegando até a trinta e dois cilindros.[3]
A Antoinette teve seu capital integralizado em 1906, com Gastambide como presidentee Levavasseur como diretor técnico. O pioneiro da aviação Louis Blériot era o vice-presidente.[1] Naquele mesmo ano, a Antoinette exibiu um automóvel com um motor V8 de 7,2 litros e 32 hp no Paris Motor Show.[4]
Sendo a venda de motores para fabricantes de aeronaves seu principal negócio,[1] os motores Antoinette foram usados por: Santos Dumont em seu 14 Bis, Paul Cornu em seu helicóptero rudimentar de 1907, no biplano Voisin, modificado por Henri Farman e usado para efetuar o primeiro voo circular de 1 km da Europa em janeiro de 1908. O bloco desse motor era de alumínio fundido com cilindros de aço removíveis.[5] Os motore Antoinette de Levavasseur apresentavam características avançadas, incluindo injeção eletrônica[6] e refrigeração a vapor.[7][8]
Levavasseur começou seus experimentos na área de construção de aviões em 1906, quando sua empresa foi contratada para construir um avião para o capitão Ferdinand Ferber.[9] Em 1908 Blériot tentou dissuadir os diretores da Antoinette de se tornarem fabricantes de aviões, temendo que eles competissem por clientes. Blériot deixou a companhia quando quando seu pedido foi ignorado.[10]
No início de 1909, a Antoinette trabalhou com o Exército Francês em Châlons para efetuar os primeiros testes militares com aviões, uma escola de pilotagem e uma oficina. A escola incluía o "treinador Antoinette", um simulador de voo rudimentar, composto de uma metade de um barril montada sobre uma junta universal, com "controles de voo", polias e tábuas imitando asas, para permitir ao piloto manter o equilíbrio enquanto os instrutores aplicavam forças externas.[11]
Um dos seus primeiros alunos foi o aventureiro Hubert Latham, que logo se tornou o principal instrutor da companhia.[12] Seus alunos em 1909 incluíam: Marie Marvingt, primeira mulher a voar em missões de combate e estabelecer o serviço de "ambulância aérea" ao redor do Mundo, e também Afonso, Duque de Galliera, primo do Rei Alfonso XIII da Espanha e primeiro piloto militar espanhol.[13]
Na primavera de 1909, Latham fez vários voos impressionantes.[14] Esses voos convenceram Levavasseur que Latham poderia cruzar o Canal da Mancha em um avião Antoinette, e vencer o prêmio Daily Mail criado para incentivar esse feito.[15] Latham fez duas tentativas de cruzar o canal em julho de 1909, ambas sem sucesso devido a falhas nos motores quando ele já estava sobre o canal.[carece de fontes]
Entre as duas tentativas de Latham, o antigo vice-presidente da Antoinette, Blériot, conseguiu efetuar a travessia usando seu próprio avião[16][17] usando um motor Anzani W3 mais simples e confiável de 25 hp refrigerado à ar[18][19] e uma hélice Chauvière mais eficiente.[20]
Os esforços de Latham para promover os produtos Antoinette tiveram maior sucesso na Grande Semaine d'Aviation de la Champagne, entre 22 e 29 de agosto de 1909 em Reims, França, onde ganhou o prêmio ed altitude e ficou em segundo na competição de velocidade, conquistou o terceiro lugar na Copa Gordon Bennett para aviões, e no evento Grand Prix, para o voo mais longo e ininterrupto em circuito fechado, obteve o segundo lugar com um modelo Antoinette IV e o quinto com o modelo Antoinette VII.[21][22]
Na corrida da Copa Gordon Bennett para aviões de 1910 em Belmont Park, Estados Unidos, Latham voou um Antoinette VII equipado com motor V16 de 100 hp.[23]
Levavasseur deixou a Antoinette em novembro de 1909, logo depois de Gastambide.[24] Gastambide e Levavasseur retornaram à companhia em março de 1910, Gastambide como presidente e diretor de operações, e Lavavasseur como diretor técnico.[25]
Depois do retorno de Levavasseur, ele projetou o Antoinette monoplano militar, um monoplano mais esguio com asas em cantiléver, que acabou sendo rejeitado pelos militares.[26][27] A Antoinette entrou em processo de falência logo depois disso.[28]