Antonbruunidae

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAntonbruunidae
[[Imagem:
Ilustração modificada de [3] de Antonbruunia sociabilis. Visão dorsal da extremidade anterior
|280px|]]
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Annelida
Classe: Polychaeta
Subclasse: Errantia
Ordem: Phyllodocida
Subordem: Nereidiformia
Família: Antonbruunidae
Fauchald, 1977

Antonbruunidae é uma família de poliquetas marinhos, da subordem Nereidiformia, que vivem em associação com moluscos.[1]

Ver artigo principal: Nereidiformia

Caracterização

[editar | editar código-fonte]

Família de anelídeos marinhos, de profundidades rasas a abissais, que vivem em associação simbiótica com moluscos bivalves quimiossintetizantes, característicos de substratos sulfurosos, próximos a localidades com vazamentos de metanos (cold seep) [2]. Dentro dos bivalves, se localizam livres no manto, onde podem se alimentar de partículas orgânicas que adentram a cavidade palial pelo fluxo de água. Especula-se que também possam consumir a comunidade bacteriana do hospedeiro, mas isto ainda necessita de confirmação.[3]

Dimorfismo sexual foi observado apenas em A. viridis, geralmente encontrada em pares, macho e fêmea, dentro do hospedeiro. Animais das outras duas espécies geralmente são encontradas em maior número por bivalve. [2]

São anelídeos vermiformes, de segmentação homônoma, com corpo liso e de tamanho pequeno (podem medir de milímetros até alguns centímetros). A superfície ventral é achatada e a dorsal, arredondada. A quantidade de segmentos varia entre as espécies, de 33 (A. viridis) até 53 (A. gerdesi).[4]

Prostômio bem desenvolvido. Par de palpos ântero-ventrais, par de antenas dorso laterais e uma antena média póstero-dorsal. Olhos ausentes. Órgãos nucais e fendas ciliadas, localizadas entre o prostômio e o segmento 1, observados apenas em A. sociabillis. Prostômio fundido ventralmente com peristômio.[3]

Boca localizada no segmento 1. Segmento 1 com um par de cirros, um dorsal e outro ventral, não possuem parapódios. Faringe muscular pequena e estreita, eversível. Probóscide pequena e bulbosa.[2]

Figura: Antonbruunia sociabilis. (A) detalhe do parapódio e cerdas (B) Visão lateral da extremidade anterior . Modificado [3].

Parapódios sub-birremes, cônicos, afilando em direção distal. Neuropódios bem desenvolvidos, notopódios reduzidos, restritos aos cirros dorsais, com acículas embutidas. Neuropódios com duas acículas cada, cirros ventrais menores do que os dorsais e feixe com muitas notocerdas. Neurocerdas longas, distalmente bidentadas, em dois feixes. Superfície neuropodial porosa, em membros de A. gerdesi. Parapódios menores, nos segmentos posteriores do corpo.[3]

Tubo digestivo com cecos laterais a partir do segmento 3 (em A. sociabilis). Par de cirros pigidiais.[3]

Há apenas um gênero conhecido, Antonbruunia, e três espécies:

  • A. viridis (tipo): Oceano Índico ocidental, em águas superficiais, geralmente encontrada em pares de macho e fêmea, dentro do hospedeiro Lucina fosteri.
  • A. gerdesi:  encontrado entre 600-800m de profundidade no sudeste do Oceano Pacífico, o molusco hospedeiro é Calyptogena gallardoi.
  • A. sociabilis: encontrado em torno de 1000m de profundidade no nordeste do Atlântico. Hospedeiro Thyasira scotiae.

Referências Bibliográficas

[editar | editar código-fonte]
  1. FAUCHALD K. The polychaete worms definition and keys to the orders, families and genera, 1977. Natural History Museum of Los Angeles County, Science Series 28:1-190.
  2. a b c AGUADO M. T. Antonbruunidae Fauchald, 1977. Handbook of Zoology Online. ANO
  3. a b c d e MACKIE, ANDREW S.Y.; OLIVER, P. GRAHAM; NYGREN, ARNE. «Antonbruunia sociabilis sp. nov. (Annelida: Antonbruunidae) associated with the chemosynthetic deep-sea bivalve Thyasira scotiae Oliver & Drewery, 2014, and a re-examination of the systematic affinities of Antonbruunidae, 2015.». Zootaxa. 3995 (1). 20 páginas. ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3995.1.4 
  4. QUIROGA, E.; SELLANES, J. «Two new polychaete species living in the mantle cavity of Calyptogena gallardoi (Bivalvia: Vesicomyidae) at a methane seep site off central Chile (~36°S), 2019.». Scientia Marina. 73 (2): 399–407. ISSN 1886-8134. doi:10.3989/scimar.2009.73n2399 

Ligações Externas

[editar | editar código-fonte]