Aporrhais pespelecani

Como ler uma infocaixa de taxonomiaPé-de-pelicano
Aporrhais pespelecani
Espécies de Aporrhaidae em ilustração de 1859, retirada do livro Illustrated index of British shells: containing figures of all the recent species, with names and other information: à direita A. pespelecani (Linnaeus, 1758). A outra espécie, à esquerda, é Aporrhais serresianus (Michaud, 1828).[1]
Espécies de Aporrhaidae em ilustração de 1859, retirada do livro Illustrated index of British shells: containing figures of all the recent species, with names and other information: à direita A. pespelecani (Linnaeus, 1758). A outra espécie, à esquerda, é Aporrhais serresianus (Michaud, 1828).[1]
Cinco vistas da concha de A. pespelecani (Linnaeus, 1758),[2] a espécie-tipo do gênero Aporrhais da Costa, 1778[1] Espécime coletado no mar Mediterrâneo.
Cinco vistas da concha de A. pespelecani (Linnaeus, 1758),[2] a espécie-tipo do gênero Aporrhais da Costa, 1778[1] Espécime coletado no mar Mediterrâneo.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Gastropoda
Subclasse: Caenogastropoda
Ordem: Littorinimorpha
Superfamília: Stromboidea
Família: Aporrhaidae
Género: Aporrhais
da Costa, 1778[2]
Espécie: A. pespelecani
Nome binomial
Aporrhais pespelecani
(Linnaeus, 1758)[2]
Ilustração de A. pespelecani (1859) retirada da obra de J. A. Herklots, contendo a espécie, nos Países Baixos.
Sinónimos
Strombus pespelecani Linnaeus, 1758
Aporrhais quadrifidus da Costa, 1778
Rostellaria aladraconis Perry, 1811
Murex gracilis Brocchi, 1814
Fusus fragilis Risso, 1826
Aporrhais aldrovandi Capellini, 1860
Aporrhais pelecanipes Locard, 1891
Aporrhais pespelicani (sic)
(WoRMS)[2]

Aporrhais pespelecani (nomeada, em inglês, common pelican's-foot.[3][4] ou simplesmente pelican's-foot;[5][6] em português: -de-pelicano[7][8] ou bandeira;[8] em castelhano: pie de pelícano; em catalão: peu de pelicà; em francês: pied de pélican; em italiano: zamarugola; em servo-croata: pelikanovo stopalo; em alemão: pelikanfuß)[5] é uma espécie de molusco gastrópode marinho do nordeste do Atlântico, pertencente à família Aporrhaidae, na ordem Littorinimorpha. Foi classificada por Carolus Linnaeus, em 1758, descrita em sua obra Systema Naturae como Strombus pespelecani.[2] É nativa de profundidades da zona nerítica entre 5 e 180 metros,[6][9] nas costas da Islândia e Noruega até o oeste do mar Mediterrâneo, incluindo ilhas Britânicas, mar Báltico e mar do Norte;[10] com espécimes atingindo o mar Negro, ao leste,[11] o mar de Barents, ao norte,[12] e o Marrocos, ao sul.[13] Trata-se de uma espécie presente no território português, incluindo a zona económica exclusiva,[7] sendo a mais conhecida do gênero Aporrhais da Costa, 1778[1][13]

Descrição da concha e animal

[editar | editar código-fonte]

Conchas dotadas de constituição frágil, chegando até pouco mais de 5 centímetros de comprimento, quando desenvolvidas;[6][14] de espiral moderadamente alta e cônica, com voltas dotadas de calosidades e suturas (junção entre as voltas) muito impressas. O lábio externo possui uma grande expansão alar, mais ou menos desenvolvida e característica, dotada de três projeções pontudas e ausente em conchas com menos de oito voltas; com seu canal sifonal, por vezes alongado, sendo tomado por uma quarta projeção. A coloração é esbranquiçada, amarelada, alaranjada ou salmão, às vezes com manchas arroxeadas. Interior e columela brancos. Opérculo muito pequeno, córneo e elipsoidal, com bordas lisas. Focinho longo; tentáculos cefálicos longos, cilíndricos, com olhos na base; machos com pênis tentaculiforme, atrás do tentáculo direito. com margem anterior dividida em dois gumes.[4][14][15][16]

Habitat e hábitos

[editar | editar código-fonte]

Aporrhais pespelecani é encontrado em habitats bentônicos com lama, lodo, cascalho e areia, e suas conchas são frequentemente levadas às praias, na zona entremarés. Se alimentam de detritos de origem vegetal. Suas conchas vazias podem servir de moradia para o verme Sipuncula da espécie Phascolion strombus (Montagu, 1804) .[9][17]

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c «Aporrhais da Costa, 1778» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  2. a b c d e «Aporrhais pespelecani» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  3. ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 75. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  4. a b WYE, Kenneth R. (1989). The Mitchell Beazley Pocket Guide to Shells of the World (em inglês). London: Mitchell Beazley Publishers. p. 56. 192 páginas. ISBN 0-85533-738-9 
  5. a b LINDNER, Gert (1983). Moluscos y Caracoles de los Mares del Mundo (em espanhol). Barcelona, Espanha: Omega. p. 138. 256 páginas. ISBN 84-282-0308-3 
  6. a b c «Aporrhais pespelecani (Linnaeus, 1758) pelican's-foot» (em inglês). SeaLifeBase. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  7. a b «Aporrhais pespelecani (Linnaeus, 1758) pé-de-pelicano». Naturdata - Biodiversidade em Portugal. Janeiro de 2008. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  8. a b da Silva, José Manuel Pedroso; Callapez, Pedro Miguel; Pimentel, Ricardo Jorge (2022). «Contribuição para um vocabulário vernáculo de nomes comuns e populares de moluscos portugueses: suas relações culturais, históricas e heráldicas» (PDF). Boletín de la Sociedad Española de Historia Natural, 116. p. 79. Consultado em 11 de julho de 2022. Arquivado do original (PDF) em 20 de junho de 2022 
  9. a b FISH, J. D.; FISH, S. (2011). A Student's Guide to the Seashore (em inglês) 3ª ed. United States: Cambridge University Press - Google Books. p. 225. 572 páginas. ISBN 978-0-521-72059-5. Consultado em 12 de março de 2019 
  10. «Aporrhais pespelecani distribution» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  11. Snigirov, Sergii; Sizo, Roman; Sylantyev, Sergiy (janeiro de 2013). «Lodgers or tramps? Aporrhais pespelecani and Turritella communis on the north-western Black Sea shelf» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  12. Kantor, Yu I; Rusyaev, Sergey; Antokhina, T. I. (janeiro de 2008). «Going eastward - climate changes evident from gastropod distribution in the Barents Sea» (em inglês). ResearchGate. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  13. a b FERRARIO, Marco (1992). Guia del Coleccionista de Conchas (em espanhol). Barcelona, Espanha: Editorial de Vecchi. p. 84-85. 220 páginas. ISBN 84-315-1972-X 
  14. a b «Aporrhais pespelecani» (em inglês). Hardy's Internet Guide to Marine Gastropods. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019. Arquivado do original em 11 de agosto de 2021 
  15. Kluijver, M. J. de; Ingalsuo, S. S.; Bruyne, R. H. de. «Mollusca of the North Sea: Aporrhais pespelecani» (em inglês). Marine Species Identification Portal. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
  16. Gamboni, Tommaso (19 de fevereiro de 2006). «Aporrhais pespelecani» (em italiano). Flickr. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019. Parco Nazionale Arcipelago di La Maddalena 
  17. «Phascolion strombus» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 12 de março de 2019 
Ícone de esboço Este artigo sobre moluscos, integrado no Projeto Invertebrados é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.