Automeris illustris | |||||||||||||||
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Classificação científica | |||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||
'Automeris illustris' Walker, 1855 |
Automeris illustris, conhecida no Brasil e outros países como "Olho de Pavão Alaranjado",[1] é uma espécie de mariposa do gênero Automeris, da família Saturniidae.[2]
Assim como as demais espécies do gênero, sua larva possui cerdas urticantes sendo frequente o relato de acidentes, e possui interesse econômico por afetar plantações de variadas espécies de vegetais, especialmente o eucalipto, no Brasil sendo relatada como uma das mais coletadas pragas secundárias nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.[1]
Tem por sinônimos Io pylades (Boisduval, 1875), Io coffeae (Boisduval, 1875), Io phales (Boisduval, 1875) e finalmente Automeris pelotas (Strand, 1920).[1]
A A. illustris ocorre em vários países das Américas, sendo registrada na Argentina, Brasil, Uruguai, México, Bolívia e Honduras, embora haja a possibilidade de que nestes três últimos casos tenham sido confundidas com outras espécies semelhantes (como ocorreu com a A. liberia, que fora erroneamente identificada como sendo a A. illustris na Venezuela).[1] Foi ainda coletada no Paraguai.[2]
No Brasil há registros de sua ocorrência nos estados da Região Sudeste, na Bahia e Goiás e registros em plantações de eucalipto na cidade maranhense de Açailândia, e ainda em Alagoas e Ceará, ao norte.[1]
Seus ovos, mais de quinhentos em cada postura, têm cor predominantemente branca (ficando pretos próximo da eclosão) e formato quase cilíndrico, um pouco achatados; são postos em grupos, lado a lado, e têm duração de cerca de dez dias nesta fase.[1]
Assim que eclodem, alimentam-se as pequenas lagartas do córion, ficando então as lagartas agrupadas numa folha por cerca de um dia no qual não se alimentam; seu desenvolvimento dá-se em seis ínstares, sendo que as fêmeas ficam maiores, sobretudo a partir do quarto ínstar; a duração da fase larval é de cerca de vinte dias e podendo chegar a 7 cm de comprimento, quando então tornam-se pupas.[1] Embora não haja registros de canibalismo, como as demais Hemileucinae se alimentam das exúvias.[1] Quando incomodadas as lagartas eriçam seus escolos, e emitem um som de estalo; soltam-se da planta e se contorcem no chão; quando uma das larvas assume a posição de defesa, as demais também assumem essa postura, uma vez que durante o dia se reúnem em grupo ou em duplas na face inferior das folhas quando ainda são pequenas, provavelmente como forma de camuflagem.[1]
Embora seja uma mariposa polifitófaga, na sua fase larval não mudam de hospedeiro; foi registrado que um exemplar coletado em folha de bananeira recusara várias outras plantas, só voltando a se alimentar quando colocada a mesma planta onde estava.[1]
Na fase pré-pupa as larvas diminuem de tamanho, ficando mais escuras; a pupação dura cerca de vinte dias, feitas por meio de fios de seda de cor âmbar; no começo a pupa tem cor verde clara até endurecer e se tornar avermelhada após cerca de quatro horas, quando então assume a cor castanho-escura; dada a possível ocorrência de diapausa, esta fase pode durar de um a seis meses.[1]
Assim como na fase larval, o dimorfismo se verifica na fase adulta, sendo a fêmea com tamanho entre 91 a 122 mm, enquanto os machos têm o tamanho entre 89 a 101 mm.[1]
Seu ciclo de vida foi em torno de 121 dias, havendo a possibilidade de até três gerações por ano.[1]