Batalha de Saba foi uma batalha entre as forças leais ao líder líbio Muammar Gaddafi e as forças rebeldes anti-Gaddafi pelo controle da cidade de Sabha durante a Guerra Civil Líbia de 2011.
Saba está localizada em um oásis no deserto da Líbia e abriga uma importante base militar.[6] Grande parte de sua população são migrantes do Chade, Níger e Sudão.[7] Esses migrantes foram trazido para a Líbia por Gaddafi na década de 1980 e receberam empregos e estipêndios do regime para garantir seu apoio. Além disso, a cidade abriga um grande número de membros da tribo Qadhadfa, à qual Gaddafi pertence.[8] Como resultado, a cidade era considerada como um reduto pró-Gaddafi quando os protestos contra o regime, que começaram em toda a Líbia em fevereiro de 2011, se transformaram em guerra civil.[6] No entanto, à medida que o conflito avançava, muitos dos migrantes partiram para o norte para lutar contra os rebeldes, esgotando a maior base de apoio de Gaddafi na cidade. Aqueles que permaneceram eram em sua maioria jovens armados e membros da tribo Awlad Suleiman. A tribo Awlad Suleiman tem um forte ressentimento contra o regime. Pouco depois de Gaddafi tomar o poder, membros da tribo foram acusados de conspirar para derrubá-lo. Muitos foram executados e presos como resultado.[7]
No início do conflito, houve uma insurreição local na cidade. As tropas de Gaddafi esmagaram essa revolta, resultando em uma paz temporária durante a qual muitos gaddafistas fugiram para a cidade após os enormes ganhos dos rebeldes do final de agosto, transformando a cidade em um baluarte.[9]
No final de agosto, houve relatos de confrontos em Saba. Os partidários de Gaddafi mantiveram o controle da cidade.[10][11] Os gaddafistas foram reforçados por tropas de outras partes do país, enquanto os rebeldes defrontavam-se com pouca munição e outros suprimentos.[12]
As forças anti-Gaddafi continuaram a se aproximar da cidade no início de setembro,[13] com um porta-voz declarando que estavam lutando em Saba com "equipamento que não possuíam".[14][15] As forças britânicas reivindicaram ter realizado uma série de ataques aéreos contra alvos pró-Gaddafi no interior e ao redor de Saba, destruindo dois carros blindados e seis tanques, entre outras coisas.[16][17]
Em 19 de setembro, o porta-voz do Ministério da Defesa do Conselho Nacional de Transição, coronel Ahmed Bani, anunciou em uma coletiva de imprensa que os combatentes rebeldes conseguiram capturar o aeroporto e o forte de Saba. Não houve verificação independente imediata de suas reivindicações.[18]
Em 20 de setembro, as forças rebeldes entraram na cidade de Saba, tomando o centro da cidade com pouca resistência.[19] Um repórter da CNN acompanhou os rebeldes, confirmando os relatos.[20][21] Um porta-voz militar do Conselho Nacional de Transição em Bengazi declarou que o aeroporto de Saba estava sob o controle dos combatentes anti-Gaddafi, mas os combates continuavam em alguns bairros da cidade propriamente dita, particularmente no distrito de al-Manshiya.[22][23]
Embora Saba tenha sido considerada por muitos como um reduto pró-Gaddafi, o repórter da CNN Ben Wedeman relatou que as tropas rebeldes foram saudadas com aplausos de grande parte da população local quando entraram na cidade e que muitos moradores com quem ele falou afirmaram ter apoiado a revolução contra Gaddafi desde o início, mas foram incapazes de demonstrar devido à forte presença lealista na cidade.[24]
Em 21 de setembro, o Conselho Nacional de Transição anunciou que quase toda a cidade de Sabha estava sob seu controle, com deserções generalizadas de elementos pró-Gaddafi ajudando a encerrar a batalha, e que as forças rebeldes estavam encontrando apenas resistência esporádica de poucos indivíduos.[25] Os lealistas ainda resistiam no distrito de Al Manshiya.[26]
Em 22 de setembro, as forças da oposição repeliram os últimos bolsões de resistência da cidade. Jornalistas presentes no local afirmaram que somente alguns atiradores renegados permaneceram.[4]
Em 22 de setembro, as forças do Conselho Nacional de Transição descobriram perto de Saba dois armazéns contendo milhares de barris azuis marcados com fita dizendo "radioativo" e sacos de plástico de pó amarelo selados com a mesma fita.[27][28] A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) declarou: "Podemos confirmar que há bolo amarelo armazenado em tambores em um local perto de Saba... que a Líbia declarou anteriormente à AIEA... A AIEA agendará provisoriamente atividades de salvaguardas neste local logo que a situação no país se estabilize."[29]
Referências
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Battle of Sabha».