Este artigo ou secção contém uma lista de referências no fim do texto, mas as suas fontes não são claras porque não são citadas no corpo do artigo, o que compromete a confiabilidade das informações. (Maio de 2014) |
Benoît Malon | |
---|---|
Nascimento | 23 de junho de 1841 Précieux |
Morte | 13 de setembro de 1893 (52 anos) Asnières-sur-Seine |
Sepultamento | cemitério do Père-Lachaise, Grave of Malon |
Cidadania | França |
Ocupação | político, jornalista, sindicalista, communard |
Empregador(a) | La Marseillaise |
Benoît Malon (Précieux (Loire), 23 de junho de 1841 — Asnières-sur-Seine, 13 de setembro de 1893) foi um militante socialista, dirigente da Comuna de Paris, jornalista e escritor.
Nasceu na zona rural do Loire, filho de camponeses pobres, ficando órfão de pai ainda muito jovem. Apesar de ter sido bom aluno na Escola Comunal de Précieux, sendo órfão e de família sem posses, empregou-se como trabalhador agrícola em Neyrieux, na região do Ain. Contudo, adoeceu e foi obrigado a voltar para Forez, onde foi recolhido por seu irmão Jean Malon, professor primário, beneficiando-se durante dois anos das suas lições. Em seguida, frequentou uma escola clerical de Lyon, fazendo o curso de preparação para o seminário menor. Esse percurso, aliado a um excelente autodidactismo, explica a sua posterior carreira como jornalista e escritor.
Em ruptura com as crenças católicas, Benoît Malon decide não entrar para o seminário e fixa-se em Paris em 1865, onde encontra emprego como operário tintureiro numa fábrica de Puteaux. Por influência de Zéphyrin Camélinat, aderiu logo em 1865 à Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) e, em 1866, já organizava em Puteaux uma greve dos operários tintureiros e fundava uma cooperativa de consumo.
Com o seu amigo Eugène Varlin, assume cargos dirigentes na seção francesa da AIT, que, entretanto, tinha sido interdita em França, e em consequência é encarcerado em 1868 e 1870. Em 1870, passa a trabalhar como jornalista do periódico La Marseillaise, jornal dirigido por Henri Rochefort. Nesse jornal, publica uma notável série de artigos sobre a grande greve nas fábricas Schneider de Creusot. Em 1870, quando do terceiro processo judicial contra a Primeira Internacional, foi condenado a vários meses de prisão.
Libertado da prisão em consequência da proclamação da Terceira República Francesa, ocorrida a 4 de Setembro de 1870, organizou com Eugène Varlin a assistência pública para os parisienses pobres durante o Cerco de Paris pelo exército prussiano. Foi então eleito membro do Comité central républicain des vingt arrondissements (Comité central republicano dos vinte bairros) e presidente da câmara adjunto do 18º bairro. Em Fevereiro de 1871, foi eleito deputado socialista revolucionário pela região do Seine, mas demitiu-se, com Victor Hugo e outros deputados republicanos, em protesto contra a cessão da Alsácia-Lorena ao Império Alemão.
A 26 de Março de 1871, foi eleito para o Conseil de la Commune (o Conselho da Comuna) e nomeado presidente da câmara do bairro de Batignolles, onde organizou a defesa dos comunards durante a semana sangrenta. No Conselho da Comuna, fez parte da comissão do Trabalho e Câmbios e votou contra a criação do Comité de Salvação Pública. Após o esmagamento da Comuna de Paris, durante a Semana Sangrenta, foge da cidade e exila-se em Lugano, na Suíça, e depois em Itália, onde participa do movimento operário de inspiração anarco-sindicalista. Em Dezembro de 1871, aderiu à Federação do Jura (Fédération jurassienne), uma organização operária de tendência bakouninista. Por essa altura, publicou a obra La Troisième défaite du Prolétariat français (A terceira derrota do Proletariado francês).
Durante o seu exílio na Suíça, passa a viver com a militante feminista André Léo, com quem casou livremente em 1872. Regressou a França após a amnistia de 1880 e foi eleito presidente do Congresso Socialista de Saint-Étienne (1882), no qual se estabeleceu a ruptura entre os reformistas (possibilistas), liderados por Paul Brousse, grupo de que fez parte, e os guesdistas (depois marxistas). Declarando-se socialista independente, fundou, com Elie Peyron, o periódico La Revue socialiste (A revista socialista), de que foi o primeiro director, de 1885 até falecer. O periódico tinha, nos seus estatutos fundadores, o princípio da abertura a todas as tendências do socialismo francês.
Benoît Malon publicou numerosas obras, dentre as quais se destaca a intitulada Le Socialisme intégral (1891), que influenciaram toda uma geração de militantes, nas quais propunha a criação daquilo que viria a ser o estado providência, com um Ministério da Segurança Social. Quando faleceu, mais de 10 000 pessoas acompanharam o seu funeral no Cemitério de Père-Lachaise, onde foi inumado na 76ª divisão. Em 1913, um monumento destinado a albergar os seus restos mortais foi erigido junto ao Mur des Fédérés (Muro dos Federados), em cerimónia na qual Jean Jaurès discursou. Permanece um símbolo forte do socialismo marxizante.