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Budismo |
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O Budismo no Brasil tem características singulares em relação ao de outros países. O país abriga a maior colônia de japoneses e descendentes fora do Japão, e essa comunidade nipônica trouxe, consigo, uma variedade de sacerdotes e instrutores budistas em distribuição significativamente diferente da que existe no Japão. No entanto, o budismo é relativamente pouco difundido entre os atuais descendentes de japoneses no Brasil, que, em sua maioria, são católicos[1]. Também há escolas que vieram a partir da crescente busca ocidental pelo budismo, como o budismo Theravada, o budismo tibetano e o budismo kadampa.
Em termos de budismo no Brasil, as escolas ligadas ao mestre budista japonês Nichiren alcançaram enorme difusão, principalmente por terem, como objetivo, propagar a religião a todas as pessoas, mesmo aos não descendentes de japoneses. Exemplo de seitas ligadas a Nitiren são: a Soka Gakkai, o budismo primordial HBS (Honmon Butsuryu-Shu), e a Nichiren Shu. O budismo no Brasil ainda é representado pelas escolas tibetanas (Vajrayana), Soto Zen, Theravada, pela Nova Tradição Kadampa (Budismo Mahayana) e pelo budismo Terra Pura representado pela escola Jodo Shinshu (Budismo Shin) da Ordem Otani-Ha (Higashi Honganji) e da Ordem Honganji-Ha (Nishi Honganji), e pela escola Jodo Shu (Budismo Jodo).
O Templo pela Paz Mundial, da Nova Tradição Kadampa, localizado em Cabreúva - SP, é o maior templo kadampa do mundo e foi inaugurado por Venerável Geshe Kelsang Gyatso Rimpoche, o guia espiritual da Nova Tradição Kadampa. A arquitetura do Templo representa a mansão celestial de Buda Heruka, o Buda da Compaixão. O primeiro "Templo de Padmasambava" construído da forma tradicional no Ocidente foi erguido no Khadro Ling, em Três Coroas, no Rio Grande do Sul, por Chagdud Tulku Rinpoche. Este prédio é uma réplica do "Templo de Guru Rinpoche", o mestre que levou o budismo Vajrayana ao Tibete no século VIII. O maior templo budista da América Latina é o Templo Zu Lai do budismo chinês em Cotia, em São Paulo. A Sociedade Budista do Brasil fundada em 1955 (Rio de Janeiro)[2], junto com a Casa de Dharma (São Paulo)[3], o Centro Nalanda (Belo Horizonte)[4] são os principais grupos difusores do Budismo Theravada no Brasil. Recentemente foi iniciado o mosteiro Sudhavari, de linhagem Theravada tailandesa, em Minas Gerais [5]
Os censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, indicavam queda do número de budistas no Brasil. Mas, os dados do último censo apontam crescimento do número de seguidores. Segundo dados do censo brasileiro de 2010, há atualmente no Brasil 243 966 praticantes do budismo. Em 1991, eram 236 408 budistas e, em 2000, eram 214 873. Uma explicação aventada pelos especialistas para a queda anterior e para o atual crescimento é o fato de os imigrantes japoneses no Brasil estarem envelhecendo e morrendo, enquanto que seus descendentes brasileiros tendem a abandonar o budismo para se converter a outras religiões. Ao mesmo tempo, está havendo conversão de brasileiros não descendentes de japoneses ao budismo. Desse modo, o budismo no Brasil tem se renovado, deixando de ser uma religião composta exclusivamente por descendentes de japoneses[6][7]. Paulatinamente, o budismo na sua expressão brasileira vem perdendo suas características marcadamente étnicas. O que permite entender o aparecimento de grupos de diversas tradições e núcleos nas principais capitais, como, por exemplo, a Nova Tradição Kadampa, presente em várias cidades brasileiras, o Espaço Metta [1] em Campo Grande, o espaço Dhamma Ghara em São Lourenço [2],
Atualmente, é organizado na cidade de São Lourenço (Minas Gerais) o primeiro mosteiro Theravada na Linhagem de Ajahn Chah na América do Sul. O mosteiro denomina-se Suddhavari [3] (Água pura, em língua páli). O abade é o Bhikkhu brasileiro Ajahn Mudito.
Há uma tendência popular a relacionar movimentos como a Perfect Liberty, a Igreja Messiânica, a Happy Science e a Seicho-No-Ie ao budismo. Essa impressão, no entanto, é equivocada, pois se constituem em religiões próprias e separadas do budismo. Também existem organizações leigas que não possuem reconhecimento certificativo da Federação de Escolas Budistas Japonesas como a Rissho Koseikai e a Reiyukai, sendo essas instituições reconhecidas como Novas Religiões Japonesas inspiradas em ensinamentos e doutrinas budistas e não consideradas como ordens budistas oficiais.