Caitlin Doughty Caitlin Marie Doughty | |
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Nascimento | 19 de agosto de 1984 (40 anos) Oahu, Havaí, Estados Unidos |
Nacionalidade | norte-americana |
Alma mater | Universidade de Chicago |
Ocupação | Escritora |
Gênero literário | não ficção |
Magnum opus | Smoke Gets in Your Eyes & Other Lessons from the Crematory (2014) |
Website | Caitlin Doughty Site oficial |
Caitlin Doughty (Oahu, 19 de agosto de 1984) é uma escritora, blogueira, youtuber e agente funerária norte-americana. Caitlin trabalha com a conscientização da morte, por uma reforma no sistema funerário e nas práticas da indústria funerária dos Estados Unidos.
É dona da Clarity Funerals and Cremation, em Los Angeles, criadora da web-série "Ask a Mortician", fundadora da The Order of the Good Death e autora de três livros, Smoke Gets in Your Eyes & Other Lessons from the Crematory em 2014, From Here to Eternity; Traveling the World to Find the Good Death em 2017 e Will My Cat Eat My Eyeballs?: Big Questions from Tiny Mortals About Death em 2019.
Caitlin nasceu em Oahu, no Havaí em 1984. Aos 8 anos, testemunhou a queda de uma criança do segundo andar de um shopping center na cidade, sem compreender que a criança tinha morrido.[1] Por anos, ela temeu a morte e a morte de seus familiares pela forma como todo mundo tratava o assunto da queda, sem falar sobre ele, sem se permitirem sentir o luto da morte. Isso a levou a se interessar pela morte biológica e pelos rituais de morte de vários lugares do mundo.[2][3]
Estudou na escola St. Andrew, uma escola preparatória para meninas em Honolulu.[4] Ingressou na Universidade de Chicago, onde se graduou em história medieval, com foco na cultura e nos rituais de morte do período. Estudou os julgamentos das bruxas da era moderna e dirigiu uma peça escrita com base no poema "Goblin Market", de Edgar Allan Poe e Christina Rossetti.[5][6]
Depois de se formar, Caitlin se mudou para São Francisco, em 2006, aos 22 anos. Começou a procurar emprego em casas funerárias até que, depois de seis meses, foi contratada para trabalhar em um crematório, o Pacific Interment, ainda que não tivesse qualquer experiência na área.[7] Seu trabalho principal era buscar cadáveres nas casas e nos hospitais com sua van, prepará-los para uma última visita dos parentes e depois cremá-los, entregando depois às famílias a urna funerária. Lidar com a burocracia, como emitir certificados de óbitos e a liberação dos corpos dos legistas eram a maior parte do seu trabalho.[3][7]
Seus colegas de trabalho costumavam testá-la para ver se tinha condições de lidar com os cadáveres. Em seu primeiro dia, ela precisou depilar um corpo, tarefa que não recusou.[1] Desde o começo, trabalhando no crematório, Caitlin percebeu que a indústria da morte nos Estados Unidos precisava mudar, oferecendo um sistema alternativo e, principalmente, mais humano, de se lidar com a morte.[1][2][3]
Um ano trabalhando no crematório e Caitlin fez um curso de ciência mortuária no Cypress College, formando-se como uma agente funerária licenciada. Em seguida, fundou a The Order of the Good Death, uma associação de profissionais funerários, com a presença de artistas, escritores e cientistas, que visam reformar o sistema funerário, desde o momento da morte até o sepultamento.[1][7]
Existe um medo generalizado da morte e uma ansiedade no Ocidente no que se refere aos processos envolvidos com a morte de alguém. Além da morte ter ficado distante das famílias, pois antes se morria e se velava os mortos em casa e agora se faz em hospitais e casas funerárias, a morte também é cara.[1] As família pagam muito caro processos como embalsamamento dos corpos, que acabarão enterrados, além de preços exorbitantes de caixões e sepulturas. Para Caitlin, é preciso reaprender a lidar com a morte para poder viver o luto e aceitar que este é um processo natural e como tal não deveria estar distante de nossas vidas.[1][7]
Para entender como os rituais de morte mudam ao redor do mundo, Caitlin visitou vários países e conheceu outros rituais e formas ancestrais e modernas de se lidar com a morte e o sepultamento. De piras funerárias a céu aberto a múmias morando nas casas dos parentes e recebendo oferendas, não existe um único meio de se lidar com a morte de seus parentes.[1][2]