Militantes do Estado Islâmico capturam partes da Derna e começam a operar tribunais, escolas, rádios e instalações administrativas.[2]
O governo líbio captura aldeias e estradas que levam a Derna e implementa um bloqueio naval a cidade, enquanto realiza ataques aéreos ocasionais.
O Egito realiza ataques aéreos contra o Estado Islâmico em fevereiro de 2015 em represália à decapitação de 21 cristãos egípcios pelos jihadistas.
Confrontos eclodem entre o Conselho da Shura dos Mujahidins e o Estado Islâmico em junho de 2015, com o Estado Islâmico sendo expulso da cidade no final de julho de 2015; este porém entra novamente em Derna em dezembro de 2015.
Estado Islâmico começa a remanejar forças de suas posições nos arredores de Derna para outras partes da Líbia em abril de 2016.[3]
A Campanha de Derna começa em outubro de 2014 quando o autodeclarado Estado Islâmico do Iraque e do Levante assumiu o controle de vários edifícios governamentais, veículos de segurança e pontos de referência locais na cidade costeira de Derna, no leste da Líbia.[20] Embora alguns meios de comunicação tenham relatado que o controle era absoluto, grupos rivais como a Brigada dos Mártires de Abu Salim, afiliada à al-Qaeda, continuaram a controlar partes da cidade.[21][22] Os confrontos eclodiram entre o Estado Islâmico e uma aliança de grupos islamitas em junho de 2015,[17][23] com o Estado Islâmico recuando de Derna para os subúrbios periféricos no mês seguinte.[24] No entanto, confrontos continuariam entre a aliança islamita e as forças do governo baseado em Tobruk.
A cidade de Derna é considerada a cidade muçulmana mais devota da Líbia e possui um longo histórico de radicalismo islâmico. Em 2007, as tropas estadunidenses no Iraque descobriram uma lista de combatentes estrangeiros para a insurgência iraquiana e dos 112 líbios da lista, 52 vieram de Derna.[25] Derna contribuiu com mais combatentes per capita para a al-Qaeda no Iraque do que qualquer outra cidade do Oriente Médio e a cidade também tem sido uma importante fonte de combatentes para a Guerra Civil Síria e para a Guerra Civil Iraquiana, com 800 combatentes da Derna juntando-se ao Estado Islâmico.[2]
A 5 de outubro de 2014, as facções militantes islamitas juntaram-se e juraram fidelidade ao Estado Islâmico. Após a cerimônia de lealdade, mais de sessenta picapes ocupadas com combatentes circularam pela cidade em um desfile de vitória.[26] Um segundo encontro mais formal ocorreu em 30 de outubro, quando os militantes se reuniram para jurar lealdade a Abu Bakr al-Baghdadi na praça da cidade, onde uma bomba artesanal foi detonada.[27]
Em 12 de novembro de 2014, caças da Força Aérea Líbia realizaram ataques aéreos em Derna, possivelmente em retaliação aos carros-bomba, que explodiram em Bengazi, Tobruk e no Aeroporto de Labraq. Seis militantes do Estado Islâmico foram mortos e vinte militantes ficaram feridos.[2][28] De acordo com a Human Rights Watch, alguns moradores fugiram da cidade com antecedência a uma incursão anunciada das Forças Armadas da Líbia contra Derna.[29] A aprovação de uma incursão terrestre pelo Exército Nacional Líbio contra Derna foi dada em 6 de dezembro de 2014 e unidades do exército se deslocaram a poucos quilômetros de Derna, retomando o controle de aldeias e estradas que levam à cidade.[18] A partir de dezembro de 2014, drones e aviões de vigilância eletrônica estadunidenses começaram a fazer "voos constantes" a partir de bases italianas sobre Derna.[30] Em 25 de março de 2015, o governo de Tobruk anunciou que estava lançando uma ofensiva contra Derna para expulsar o Estado Islâmico e outros grupos militantes da cidade.[31]
Em 15 de fevereiro de 2015, o Estado Islâmico na Líbia divulgou um vídeo mostrando a decapitação de 21 cristãos coptas do Egito. Em poucas horas, a Força Aérea Egípcia respondeu com ataques aéreos contra locais de treinamento e estoques de armas do Estado Islâmico, matando cinquenta militantes em Derna.[32] Aviões de guerra agindo sob ordens do governo "oficial" da Líbia também bombardearam Derna, supostamente em coordenação com os ataques aéreos do Egito.[33] Um oficial líbio afirmou que mais ataques aéreos conjuntos seguiriam.[33]
Em março de 2015, o Exército Nacional Líbio, afiliado ao governo de Tobruk, começou a implementar um cerco à cidade de Derna, em preparação para uma futura ofensiva contra a cidade.[31] No entanto, em maio de 2015, a operação havia sido interrompida devido as disputas entre comandantes e tribos filiadas.[34]
O Conselho da Shura dos Mujahidins em Derna, uma organização guarda-chuva de facções islamitas adversárias do Estado Islâmico, lançou uma ofensiva sobre Derna contra o Estado Islâmico em junho de 2015, após seu envolvimento na morte de dois de seus líderes.[7] Depois de dias de confrontos, conseguiram expulsar o Estado Islâmico de grande parte da cidade.[23] Contudo, confrontos continuariam entre esta organização e as forças do governo baseada em Tobruk. Em julho de 2015, os últimos militantes do Estado Islâmico em Derna foram expulsos da cidade, retirando-se para al-Fatayeh, nos subúrbios, onde continuaram a confrontar o Conselho da Shura de Derna.[17][35] Aproveitando-se do colapso do Estado Islâmico na cidade, o Conselho da Shura começou a impor seu próprio governo, enquanto as forças do Exército Nacional Líbio tentaram avançar na cidade.[36] Após os contínuos confrontos, o Estado Islâmico recuou de al-Fatayeh e de posições nos arredores de Derna em abril de 2016, supostamente para o reduto do grupo em Sirte.[3]
Os Estados Unidos lançaram um ataque aéreo em Derna em 13 de novembro de 2015, visando o líder do Estado Islâmico na Líbia, Abu Nabil al-Anbari.[5][37] Abu Nabil já havia liderado a al-Qaeda em operações no Iraque entre Fallujah e Ramadi de 2004 a 2010 antes de transferir-se para a Líbia. Foi a primeira ação militar contra o Estado Islâmico pelos Estados Unidos fora da Síria e do Iraque. O Libya Herald informou que Abu Nabil al-Anbari não foi morto no ataque aéreo,[38] no entanto, um elogio a Abu Nabil al-Anbari foi publicado online por um membro do Estado Islâmico algumas semanas depois[39] e uma entrevista com seu substituto foi publicada em uma revista do grupo em março de 2016.[40]