Canal do Otário

Canal do Otário
Canal do Otário
Otário Anonymous, criador do canal.
Informações pessoais
Proprietário Otário Anonymous
Origem Brasil, 3 de fevereiro de 2012 (12 anos) - meados de Agosto, 2023
Carreira no YouTube
Servidor(es) YouTube[1]
Género
Slogan “Sou o pior pesadelo de empresas e pessoas que promovem a propaganda enganosa.”
Inscritos + 595 mil (em 11 de abril de 2023)
Visualizações + 86 milhões (acumulado até 11 de abril de 2023)

Canal do Otário foi um canal do YouTube e um website,[2] criado em 3 de fevereiro de 2012[3] por um usuário anônimo,[4] cujo pseudônimo é Otário Anonymous.[5][6] Dedica-se a investigar e denunciar campanhas publicitárias enganosas, a alta carga tributária que incide sobre bens de consumo no Brasil e preços abusivos praticados por algumas empresas,[7][8][9] políticos que cometeram irregularidades e o desperdício dos gastos públicos, além de publicar outros temas como corrupção.[10][11][12] Em 19 de janeiro de 2018, o canal tinha 694 350 inscritos, e acumulado 75,664,325 visualizações.[13]

Em meados de agosto de 2023, seu canal foi repentinamente deletado e sua conta no patreon foi fechada, todos os seus videos, salvo os que estavam em outros dois canais menores de sua autoria, foram removidos da plataforma, não foi dado nenhuma explicação por parte do autor do porquê ter feito isso, suas outras redes sociais seguem inativas.[carece de fontes?]

Em uma entrevista ao Wall Street Journal,[6] Otário Anonymous afirmou que preza pelo seu anonimato, porque protege sua capacidade de falar abertamente e permite que os telespectadores possam se relacionar com ele. Além de colocar um saco de papel na cabeça, ele usa um terno com luvas brancas para ocultar sua etnia e idade e prefere não revelar seu nível de instrução, sua voz também é alterada para um tom mais aguda.[4][14]

Durante a entrevista ao programa The Noite com Danilo Gentili no SBT, Otário disse que a preservação do seu anonimato também ajuda a manter sua integridade física.[15] Em outra entrevista, concedida ao jornal Gazeta, Otário disse manter o anonimato por medo de possíveis represálias de empresas de marketing multinível[16] e de pessoas relacionado a política.[17]

Controvérsias

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Critica ao Bradesco

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Em um vídeo publicado em 2014,[18] ele adverte os consumidores sobre supostas taxas abusivas quando investem em um Bradesco FIC Referenciado DI Hiperfundo. "Isso é o que eles fazem com você", ele afirma no vídeo, imitando um assalto a mão armada. Bradesco, em resposta, disse que o vídeo foi ofensivo e ganhou um processo contra Google Inc. em 2012 para removê-lo do YouTube.[19] Google ainda não removeu o vídeo e apelou da decisão.[6][20]

Critica aos Correios

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O vídeo "Correios ou CUrreios",[21] em que Otário Anonymous critica a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, foi censurado do YouTube brasileiro através de uma ordem judicial (embora ainda permaneça disponível no YouTube de outros países). O vídeo compara as taxas no Brasil com outros países e revela o monopólio estatal no setor postal. Por um pedido dos Correios, Tribunal Regional Federal da 3ª Região ordenou Google Inc para apagar algumas partes do vídeo que mostra o logotipo da empresa, que alegou "uso indevido de marca". A decisão foi tomada em novembro de 2013,[22] no entanto, o vídeo só foi censurado em Junho de 2014, logo após o início do Marco Civil da Internet. A estatal disse que também irá solicitar a censura do vídeo na Vimeo, como foi feito no Google.[23] Na época, uma liminar da desembargadora federal Consuelo Yoshida proibiu que o Canal do Otário continuasse veiculando quaisquer logomarcas dos Correios, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Para o juiz federal José Carlos Motta, da 19ª Vara Federal de São Paulo, porém, restringir o conteúdo do vídeo não faz sentido porque expressa tão somente descontentamento com o serviço prestado pelos Correios, hipótese caracterizadora de mero exercício do direito de crítica.[24] Ao examinar o mérito, o juiz chamou a atenção para o conteúdo do art. 220 da Constituição Brasileira de 1988, analisado por ocasião do julgamento da ADPF 130, de relatoria do ex-ministro Carlos Ayres Britto e julgou improcedente o pedido, assegurando o direito à recolocação e manutenção do vídeo na íntegra na Internet.[25]

Referências

  1. «Traffic Statistics». Alexa Internet. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  2. «Preços absurdos assustam moradores e visitantes do Rio». Jornal Nacional. 31 de Janeiro de 2013. Consultado em 10 de Agosto de 2014 
  3. Página oficial. «Canal do Otário no Youtube (sobre)». YouTube. Consultado em 5 de novembro de 2017 
  4. a b «"Canal do Otário": página no YouTube alerta sobre armadilha para consumidor». UOL Tecnologia. Publicado em 7 de fevereiro de 2014. Consultado em 10 de agosto de 2014 
  5. «Otário está fazendo sucesso com protestos bem-humorados em defesa do consumidor». Revista Época BombouNaWeb edição 746. Publicado em 1 de Setembro de 2012. Consultado em 10 de agosto de 2014 
  6. a b c «Brazilians on Social Media at Fore of Free-Speech Battle» (em inglês). The Wall Street Journal. 9 de outubro de 2013 
  7. «Canal do Otário shows abusive prices of Brazilian products». TecMundo. Ago 28, 2012. Consultado em 4 de fevereiro de 2014 
  8. «Canal do Otário é referência na Record News com o anfitrião Heródoto Barbeiro.». Record News. Publicado em 20 de janeiro de 2014. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  9. Siqueira, D. C. O.(2013). «Comunication and Organizations. _ 21, p. 31» (PDF) (em espanhol). Revista Científica de la Asociación Latinoamericana de Carreras Univercitarias de Relaciones Públicas (ALACAURP). Outubro (2013). Consultado em 14 de fevereiro de 2014 
  10. «Salário dos Políticos». Canal do Otário. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  11. «Transparência Internacional: Brasil corrupto!». Canal do Otário. 3 de dezembro de 2013. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  12. Guga Noblat (7 de junho de 2015). «A vida mansa dos políticos mais caros do mundo». Canal do Otário. Consultado em 21 de dezembro de 2016 
  13. «OtarioAnonymous». Socialblade. Consultado em 23 de dezembro de 2016. Cópia arquivada em 20 de janeiro de 2018 
  14. «Usuários de redes sociais debatem liberdade de expressão no Brasil». The Wall Street Journal (Brazil). 10 de outubro de 2013. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  15. «Entrevista com Canal do Otário no The Noite com Danilo Gentili». SBT. 30 de julho de 2014. Consultado em 27 de agosto de 2014 
  16. «Canal do Otário detona os esquemas de pirâmide». O Pequeno Investidor. 8 de março de 2013 
  17. «Cidadão que largou tudo para denunciar os abusos de empresas e governos contra o consumidor/contribuinte, se mantém anônimo». Gazeta Online. Publicado em 1 de novembro de 2014. Consultado em 5 de dezembro de 2014 
  18. «Hiperfundo Bradesco (Vídeo)». Canal do Otário. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  19. Andrade, A. P. (2012). «10 Mantras de Social Media Marketing». DP6. Publicado em 28 de novembro de 2012. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  20. «Google não deve excluir vídeo que critica serviço oferecido por banco». Consultor Jurídico. 15 de março de 2017 
  21. «Correios ou Curreios (Vídeo)». Canal do Otário. Consultado em 12 de agosto de 2013 
  22. «Ordem judicial». Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Publicado em 25 de novembro de 2013. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  23. «Vídeo com críticas aos Correios é retirado do YouTube pela Justiça». Estadão. Publicado em 1 de Julho de 2014. Consultado em 12 de Agosto de 2014 
  24. «Correios não conseguem tirar do YouTube vídeo com críticas à instituição». Conjur. Publicado em 25 de Novembro de 2014. Consultado em 26 de Novembro de 2014 
  25. «Vídeo com críticas aos Correios não deve ser retirado do ar». Migalhas. Publicado em 25 de Novembro de 2014. Consultado em 26 de Novembro de 2014 
  26. «Prêmio INFO 2012: Perfil Geek do ano». Editora Abril. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  27. «Congratulations on surpassing 100,000 subscribers!» (em inglês). YouTube. Publicado em 9 de setembro de 2013. 
  28. «Canal do Otário is the Vox Populi Winner at 5th Annual Shorty Awards» (em inglês). Shorty Awards. Consultado em 4 de fevereiro de 2014 
  29. «Announcing the 6th Annual Shorty Awards finalists!» (em inglês). Shorty Awards. Publicado em 24 de fevereiro 2014. Consultado em 24 de fevereiro de 2014 
  30. «Justin Bieber, Lena Dunham, Jimmy Fallon Among Shorty Awards Finalists (Exclusive)» (em inglês). The Hollywood Reporter. Publicado em 24 de fevereiro de 2014. Consultado em 12 de agosto de 2014 
  31. «Shorty Awards 2015: Nominees Include Shonda Rhimes, Chris Pratt, Laverne Cox (Exclusive)» (em inglês). The Hollywood Reporter. Publicado em 2 de março de 2015. Consultado em 27 de outubro de 2015 
  32. «19th Annual Webby Awards: Honorees for Online Film & Video / Public Service & Activism» (em inglês). Webby Awards. Publicado em 7 de abril de 2015. Consultado em 27 de outubro de 2015 

Ligações externas

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