Canaranges (título)

 Nota: Para outras acepções, veja Canaranges.
Selo sassânida com a inscrição pálavi "Perozormisda, filho do Canaranges". A touca é decorada com bordado de pérolas. Museu Britânico, N.º 134847[1]

Canaranges (em grego: χαναράγγης) ou Kanarang era um título exclusivo do exército sassânida, dado ao comandante da província fronteiriça de Abarxar (que englobava as cidades de Tus, Nixapur e Abiuarde). É frequentemente usado, por exemplo por Procópio, em vez do nome real do titular.[2]

O título foi usado ao invés do mais convencional marzobã, que foi mantido pelos demais governadores fronteiriços. Como o marzobã, a posição era hereditária. A família que reteve-o (a Canaranguiã) é atestada pela primeira vez sob Isdigerdes I (r. 399–420) e descendia de alguma dinastia pré-sassânida, provavelmente parta. Eles gozavam de grande prestígio e grande autoridade nas fronteiras nordeste do Império Sassânida, como refletido em sua descrição glorificada no Épica dos Reis do grande poeta persa Ferdusi.[2][3] E estiveram entre as grandes famílias que depuseram o último poderoso xá sassânida Cosroes II (r. 590–628) em 628.[4]

A família foi ativa até o fim do Estado sassânida. Um homem chamado Canara em fontes árabes comandou a cavalaria ligeira persa na decisiva Batalha de Cadésia, e seu filho, Xariar ibne Canara, é registrado como tendo lutado bravamente antes de morrer.[5] A família é registrada depois auxiliando na conquista muçulmana do Coração por Abedalá ibne Amir, e sendo recompensada com o direito de reter a província de Tus e metade da de Nixapur sob seu controle.[6] Foram finalmente desalojados pelo oficial militar árabe Humaide ibne Cataca, provavelmente durante o governo do último no Coração no reinado do califa Almançor (r. 754–775).[7]

Titulares conhecidos

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Referências

  1. «stamp-seal; bezel». Museu Britânico 
  2. a b Houtsma 1983, p. 975.
  3. Pourshariati 2008, p. 266–267.
  4. Pourshariati 2008, p. 155, 173.
  5. Pourshariati 2008, p. 232–233, 269.
  6. Pourshariati 2008, p. 272, 275–276.
  7. Crone 2012, p. 33–34.
  8. Pourshariati 2008, p. 267–268.
  9. Pourshariati 2008, p. 268–269.
  10. Pourshariati 2008, p. 269.
  11. Pourshariati 2008, p. 173; 272, 275–276.
  • Crone, Patricia (2012). The Nativist Prophets of Early Islamic Iran: Rural Revolt and Local Zoroastrianism. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. ISBN 9781139510769 
  • Houtsma, Martijn Theodoor (1983). E.J. Brill's first encyclopaedia of Islam 1913-1936, Volume VIII. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-09794-5 
  • Pourshariati, Parvaneh (2008). Decline and Fall of the Sasanian Empire: The Sasanian-Parthian Confederacy and the Arab Conquest of Iran. Nova Iorque: IB Tauris & Co Ltd. ISBN 978-1-84511-645-3