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Freguesia | ||||
Freguesia de Canas de Senhorim, Nelas, Portugal | ||||
Símbolos | ||||
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Gentílico | português | |||
Localização | ||||
Localização no município de Nelas | ||||
Localização de Canas de Senhorim em Portugal | ||||
Coordenadas | 40° 31′ 00″ N, 7° 54′ 00″ O | |||
Município | Nelas | |||
Código | 180901 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 25,66 km² | |||
População total (2021) | 3 334 hab. | |||
Densidade | 129,9 hab./km² | |||
Código postal | 3525 | |||
Outras informações | ||||
Orago | Santíssimo Salvador | |||
Sítio | https://www.freguesiadecanasdesenhorim.pt/home |
Canas de Senhorim é uma vila portuguesa sede da Freguesia de Canas de Senhorim do Município de Nelas, freguesia com 25,66 km² de área[1] e 3334 habitantes (censo de 2021),[2] tendo, assim, uma densidade populacional de 129,9 hab./km².
A povoação de Canas de Senhorim (juntamente com Santar) foi elevada à categoria de vila em 1928.[3][4]
Além da vila, a freguesia de Canas de Senhorim engloba ainda as povoações de Caldas da Felgueira, Póvoa de Santo António, Vale de Madeiros e Urgeiriça.
Nota: Com lugares desta freguesia foi criada, pela Lei n.º 81/85, de 4 de outubro, a freguesia de Lapa de Lobo.
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[6] | |||||||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos | |||||
2001 | 517 | 536 | 1845 | 657 | |||||
2011 | 468 | 358 | 1862 | 821 | |||||
2021 | 374 | 335 | 1645 | 980 |
A mais antiga fonte documental relativa a Canas de Senhorim aparece, em 1155, num texto que celebra um escambo entre Soeiro Mendes e sua mulher com o Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, de dois casais de Lageosa (Oliveira do Hospital) com dois casais que ficavam "in villa de Cannas que est in territorio de Seniorim" (Livro Santo de Santa Cruz, N.º 201).[7] Trinta anos passados, noutro documento, lê-se que, entre o mês de Outubro de 1184 e Junho de 1186, Soeiro Formariz (ou Fromariguiz) e Dona Mónia, sua mulher, e Pedro Heriz e sua mulher, Dona Maria, e Marílio com todos os seus filhos venderam para sempre a D. João Pires (ou Perez), então bispo de Viseu, a villa de Canas de Senhorim, «com todos os seus termos novos e antigos, com todas suas terras rotas e por romper, com suas águas e pastos e com todas as entradas e saídas…».[8] Em Novembro de 1186, conforme se lê num velho documento do Cartório do Cabido de Viseu, por uma carta de couto, o rei D. Sancho I doou ao bispo D. João Pires a "Vila de Canas, no limite de Senhorim», com «todas as calúnias (multas), [...] todas as portagens donde quer que vierem aí, [...] e todos os direitos reais que nos pertenciam, para vós, em perpétuo, e para todos os que depois da vossa morte quiserdes nomear e instituir por herdeiros".[9]
Em 1192, ano do falecimento do Bispo D. João Pires, o Cabido da Sé de Viseu logo se apressou a tomar posse da Vila de Canas de Senhorim. E foi o referido Cabido que, quatro anos depois, em 1196, aos moradores, presentes e futuros, outorgou a carta de foral.[10] O outro foral conhecido, o foral novo, foi dado em Lisboa a 30 de Março de 1514 por El-Rei D. Manuel I.[11] Do texto desse foral colhe-se a informação de que já antes vigorava um outro "foral dado por composição entre o cabido e concelho", o que pressupõe, sem dúvidas, que Canas de Senhorim já era concelho antes do foral subscrito por Fernão de Pina - o de 30 de Março de 1514. No Cadastro da População do Reino, de 1527, tombo mandado elaborar por D. João III, registaram, no concelho de Canas de Senhorim, 171 moradores (fogos) assim distribuídos: " na villa - 93; no lugar de vall de madeyrus - 18; no lugar de lapa do lobo - 7; na pouoa de santarem - 17; no lugar de carualhal redomdo - 36". Duarte Nunes de Leão, na sua Descrição do Reino de Portugal, inclui a Vila de Canas de Senhorim na correição de Viseu.[7] Em 1675, na Instrução e Relação da Catedral da Cidade de Viseu e mais Igrejas do Bispado, o bispo D. João de Melo apurou, para o concelho de Canas de Senhorim, 945 habitantes.
Foi extinto em 1852, embora a sua extinção nesta data não tenha ainda até hoje qualquer justificação legal, porque o decreto que a promulgou nem sequer foi publicado na Folha Oficial.[12] Porém os Canenses, aproveitaram com o desenvolvimento da sua terra e a incerteza concelhia de então a reconquista do seu município em 1866 a que a revolução da Janeirinha determinou (ver António José de Ávila), algum tempo depois a sua extinção.[12]
A maioria da população deseja que a freguesia seja elevada a concelho, reavendo o estatuto que a vila já teve anteriormente desde 1975,[12] com a primeira referência à sua tentativa de recreação na Assembleia da República a remontar a 1982,[13] acentuando-se no final do século XX e inícios do XXI.[14] Para esse efeito, o Movimento de Restauração do Concelho de Canas de Senhorim (MRCCS) realizou diversas acções políticas e mediáticas.[15][16] Esta pretensão foi fortemente contestada pelos políticos do concelho de Nelas, ao qual pertence Canas de Senhorim, como o ex-Presidente da Câmara José Correia que, em 1977, chegou a afirmar que "se Canas de Senhorim for concelho, eu vou para Espanha".[17] Depois das eleições autárquicas de 2005 esta pretensão foi tolerada e apelidada de romântica pelo executivo autárquico nelense, eleito por uma coligação PSD/CDS, e as manifestações públicas de exigência pela restauração do concelho praticamente cessaram por motivos estratégicos.[12]
A elevação a concelho esteve prestes a acontecer quando a Assembleia da República assim o decidiu em 1 de julho de 2003,[18][19] após a apresentação de uma proposta por parte do Bloco de Esquerda[20] mas, no mês seguinte, o Presidente da República Jorge Sampaio vetou a Lei que possibilitava a restauração do Município, depois de sempre ter garantido que nunca o faria por diversas vezes, o que provocou o desagrado da população e a realização de várias manifestações,[21] entre elas uma junto ao Palácio de Belém.[22] Se criada, seria composta pelas freguesias de Aguieira, Canas de Senhorim e Lapa do Lobo,[20][23] com Carvalhal Redondo a demonstrar vontade de integrar e de, até, ter feito parte do projeto do Partido Comunista Português, em 1998.[24]
Durante muitos anos Canas de Senhorim constituiu o mais importante polo industrial da região centro. As suas indústrias mais significativas eram a CPFE – Companhia Portuguesa de Fornos Eléctricos, e a ENU – Empresa Nacional de Urânio responsável em Portugal pela extracção de urânio e que operava na Urgeiriça . Ambas as empresas cessaram a sua atividade, lançando no desemprego mais de um milhar trabalhadores e criando uma situação social muito complicada.[25]
Em termos de festividades destaca-se o Carnaval, celebração enraizada entre os Canenses e que conta já com perto de quatrocentos anos de tradição.[25][26] Este é marcado pela existência de duas marchas competitivas entre si, uma composta pelo bairro do Paço, e outra composta pelo bairro do Rossio. Conta ainda com tradições típicas de Canas de Senhorim, como os Pisões (colocados à porta da casa de amigos com o intuito de fazer barulho, para os acordar), os Assaltos (cujo objetivo não é assaltar, mas sim entrar em casa de conhecidos e esperar por ofertas de comida e bebida), e o Despique (momento final de confronto entre os dois bairros).
Celebra-se, ainda, a tradicional Feira Medieval.[27]
Data | % | D | % | D | % | D | % | D | % | D | % | D | % | D | % | D | % | D | Participação |
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PS | PPD/PSD | CDS-PP | GDUPs | AD | APU/CDU | UDP/BE | IND | PSD/CDS | |||||||||||
1976 | 39,42 | 4 | 18,21 | 1 | 18,39 | 2 | 20,01 | 2 | 49,35 / 100,00 | ||||||||||
1979 | 47,59 | 7 | AD | 37,35 | 5 | 10,58 | 1 | 2,62 | - | 65,19 / 100,00 | |||||||||
1982 | 65,69 | 10 | 21,66 | 3 | 4,77 | - | 3,98 | - | 66,96 / 100,00 | ||||||||||
1985 | 23,60 | 2 | 27,88 | 3 | 43,54 | 4 | 64,02 / 100,00 | ||||||||||||
1989 | 32,40 | 3 | 56,53 | 6 | 3,83 | - | 2,50 | - | 62,24 / 100,00 | ||||||||||
1993 | 38,05 | 4 | 49,39 | 5 | 4,37 | - | 3,58 | - | 62,33 / 100,00 | ||||||||||
1997 | 44,53 | 4 | 40,66 | 4 | 9,10 | 1 | 1,69 | - | 61,06 / 100,00 | ||||||||||
1999 | |||||||||||||||||||
2001 | Não se realizaram eleições[28] | ||||||||||||||||||
2002[29] | 94,80 | 9 | 27,92 / 100,00 | ||||||||||||||||
2005 | 39,39 | 4 | 59,28 / 100,00 | ||||||||||||||||
55,72 | 5 | ||||||||||||||||||
2009 | 14,92 | 1 | 3,59 | - | 26,59 | 3 | 63,34 / 100,00 | ||||||||||||
49,93 | 5 | ||||||||||||||||||
2013 | 39,85 | 4 | 5,55 | - | 44,75 | 5 | 56,86 / 100,00 | ||||||||||||
2017 | 26,56 | 3 | 3,02 | - | 40,73 | 4 | 62,61 / 100,00 | ||||||||||||
23,03 | 2 | ||||||||||||||||||
2021 | 34,62 | 3 | PSD/CDS | 3,90 | - | 57,54 | 6 | 62,20 / 100,00 |
Data | % | Participação | |||||||
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PPD/PSD | PS | CDS-PP | CDU | PSD/CDS | PPM | MPT | IND | ||
2001 | Não se realizaram eleições[28] | ||||||||
2005 | PSD/CDS | 18,74 | PSD/CDS | 4,51 | 61,43 | 59,50 / 100,00 | |||
2009 | 18,66 | 2,11 | 63,92 | 9,90 | 1,48 | 63,31 / 100,00 | |||
2013 | 37,41 | 7,43 | 47,47 | 56,89 / 100,00 | |||||
2017 | 14,77 | 52,67 | 14,36 | 2,47 | 9,58 | 62,61 / 100,00 | |||
2021 | PSD/CDS | 39,86 | PSD/CDS | 4,83 | 50,68 | 62,20 / 100,00 |
Data | % | Participação | |||||||
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PPD/PSD | PS | CDS-PP | CDU | PSD/CDS | PPM | MPT | IND | ||
2001 | Não se realizaram eleições[28] | ||||||||
2005 | PSD/CDS | 18,15 | PSD/CDS | 5,78 | 56,05 | 59,43 / 100,00 | |||
2009 | 20,04 | 3,49 | 59,92 | 10,23 | 1,39 | 63,34 / 100,00 | |||
2013 | 38,43 | 7,43 | 45,10 | 56,89 / 100,00 | |||||
2017 | 14,47 | 45,26 | 16,08 | 3,68 | 13,56 | 62,61 / 100,00 | |||
2021 | PSD/CDS | 36,69 | PSD/CDS | 5,67 | 52,39 | 62,20 / 100,00 |