Cantiga de amor ou cantiga d'amor em galego-português é um tipo de composição literária da Idade Média, típica do trovadorismo.[1][2]
Composições de voz masculina, elas em média possuem formas mais complexas, algumas nunca encontradas em cantigas de amigo e outras altamente complexas que foram inspiradas diretamente pelas canções em occitano e em francês antigo.[a] Por outro lado, as cantigas de amor possuem uma falta de variedade de personagens – com o homem quase sempre falando com ou sobre uma mulher – e de situações. Normalmente o homem está cortejando uma mulher, reclamando de que ela está sendo cruel consigo, apesar de seu amor e lealdade, embora às vezes ele está indo embora ou retornando, está longe dela, ou, raramente, o homem fica tão frustrado, com raiva ou com ciúmes que ele desiste da mulher e até a insulta. Obscenidade e referências sexuais abertas são tabu nessa composição.[2]
Cantigas de amor possuem uma retórica mais complexa, e tem bem mais variação na relação entre as unidades métricas and sintáticas, com uma frequência muito maior de enjambement.[2]
Estudiosos normalmente concordam que a cantiga de amor vem da França. Estudiosos como Henry R. Lang[b] apontaram para claros paralelos temáticos entre a cantiga de amor e as composições em occitano e em francês antigo. Cesare De Lollis[c] apontou dois gêneros eróticos em galego-português antes dos primeiros textos escritos, e concluiu que a cantiga de amor foi escrita antes da primeira cantiga de amigo sobrevivente, e que alguns elementos da cantiga de amor vieram antes das influências occitanas e francesas antigas. É difícil traçar completamente as origens do gênero pois ele foi influenciado por vários gêneros líricos estrangeiros.[2]
Em 1991, a banda Legião Urbana lançou seu quinto álbum, V, no qual abriu com a canção intitulada Love Song. A canção é a primeira estrofe de Pois naci nunca vi Amor, uma cantiga de amor escrita por Nuno Fernandes Torneol no século XIII na qual conta a história do personagem que desde que nasceu nunca viu o amor, porém já ouviu falar dele e sabe que ele quer matá-lo. O personagem então roga à sua senhor ("senhora", ou seu interesse amoroso) para que ela mostre o assassino ou então proteja-o dele.[3][4][5]