As ceratas[1] são estruturas anatômicas encontradas externamente nas lesmas do mar nudibrânquias, especialmente nos nudibrânquios eolídeos, moluscos gastrópodes marinhos opistobranqueados do clado Aeolidida. A palavra "cerata" é derivada da palavra grega "κέρας" ("ceras"), que significa "chifre", uma referência à forma dessas estruturas.
As ceratas são protuberâncias dorsais e laterais nas superfícies superiores do corpo desses nudibrânquios.
As ceratas estendem bastante a área de superfície dos nudibrânquios e ajuda na respiração, o processo de troca gasosa para uso metabólico.[2]
As ceratas também são usadas, em alguns casos, para ataque e defesa. Em muitos nudibrânquios eolídeos, o sistema digestivo se estende até as ceratas. Estes nudibrânquios comem animais de células com ferrão (cnidários), como anêmonas, hidroides e leques-do-mar ou caravela-portuguesa. As células urticantes ou nematocistos passam ilesos pelo sistema digestivo para os cnidosacos nas pontas das ceratas. Aqui, os nematocistos amadurecem e são usados pelo nudibrânquio para sua própria defesa.
Em alguns nudibrânquios, as ceratas são usadas como táticas de engodo. Normalmente, essas ceratas não estão armadas com nematocistos, mas quando atacado, o nudibrânquio se autotomiza ou deixa cair uma ou mais de suas ceratas. As ceratas deixadas cair produzem uma secreção pegajosa e se contorcem energicamente por algum tempo depois de serem rejeitadas, provavelmente causando uma distração e permitindo que o nudibrânquio escape.[3]