Criado por Francisco Javier Rubio Serrano, o Ciclo Higroscópico é um ciclo termodinâmico de potência e é considerado uma otimização do ciclo Rankine. A principal característica deste ciclo é a utilização de dissoluções de fluidos higroscópicos no processo de resfriamento do vapor, trazendo resultados satisfatórios. [1]
Os compostos utilizados neste ciclo absorvem o vapor de agua à baixas pressão e temperatura fazendo com que a turbina possa trabalhar com altos vácuos e temperaturas de refrigeração superiores à de saída do vapor da turbina. [1]
A configuração do Ciclo Higroscópico permite a obtenção de uma maior eficiência elétrica, poupando cerca de 85% a 100% em água de resfriamento, fazendo com que diminua consideravelmente o preço do investimento, além de outros benefícios como aumento da eficiência e ajuste do pH evitando assim a corrosão e aumentando a vida útil da planta. [1]
O ciclo Higroscópico foi criado e desenvolvido em 2008, e está no estado da arte desde 2010 como "Ciclo de Rankine fase de absorção por compostos higroscópicos". [1]
Em 2012 a Imasa, Engenharia e Projetos, S.A , adquiriu os direitos para explorar a tecnologia. Empresa como a IBERGY inovação, liderada pelo próprio Rubio com José Luis Barrientos Reguera e Carlos Perez Rivero, Está atualmente, desenvolve todo o ciclo de vendas químicas e equipamentos. [1]
O ciclo higroscópico incorpora os princípios físicos e químicos de absorção de máquinas do ciclo de Rankine para fornecer um desempenho mais elevado e uma melhor refrigeração. Ele compreende os seguintes equipamentos principais: Turbina a vapor, Absorvente de vapor, Bomba de condensação, Bomba de solução, Recuperador de entalpia, Desaerador térmico, Gerador de vapor, Supeaquecimento e Arrefecedor de fluido. [1]
O ciclo termodinâmico higroscópico teórico pode ser representado pelas figuras 1 e 2, por meio das evoluções de suas propriedades. A figura 1 é um diagrama pressão por volume e a figura 2 relaciona temperatura e entropia. [2] [3]
As transformações do processo descrito na figura 2 é dada por:
A transformações do processo descrito na figura 1 é dada por:
Abaixo, segue uma animação descrevendo o processo e as etapas do ciclo higroscópico.[1]
1. Bomba de condensado: A solução diluída proveniente do absorvedor é sugada pela bomba seno que uma parte é impulsionada para o de-gaseificador térmico (passando previamente pelo recuperador de entalpia) e a outra parte retorna para o absorvedor, passando previamente por um aero refrigerador.
2. Recuperador de entalpia: A solução concentrada quente de retorno do gerador de vapor cede sua energia térmica à solução diluída saindo do absorvedor de vapor, dirigindo se ao de-gaseificador térmico.
3. De-gaseificador: Elimina todas as bolhas, microbolhas e gases dissolvidos, especialmente oxigênio e dióxido de carbono, presentes na solução diluída quente que segue para o gerador de vapor.
4. Bomba de solução: A solução diluída quente e sem gás é impulsionada a alta pressão ao gerador de vapor.
5. Gerador de vapor: fornece energia necessária à solução, através de uma fonte de calor, para obter um vapor de água limpo próprio para ser turbinado.
6. Turbina de vapor: O vapor produzido no gerador de vapor move as lâminas fazendo girar a turbina. Desta forma, a energia contida no vapor se transforma em energia mecânica de rotação, e posteriormente em energia elétrica através de um alternador.
7. Absorvedor: Neste equipamento coloca se em contato direto o vapor de escape (o qual cedeu parte de sua energia à turbina) com a solução diluída fria contendo os compostos higroscópicos, que melhoram a condensação do vapor.
8. Aero refrigerador: Neste equipamento a solução concentrada e absorvente libera a energia de condensação do vapor por contato indireto com uma corrente de ar.
Maior eficiência e redução da quantidade de água utilizada no sistema de arrefecimento são duas importantes características do ciclo higroscópio que facilitam e incentivam a aplicação deste quando comparado com o ciclo Rankine.[4]
A redução da quantidade de água utilizada possibilita um impacto ambiental reduzido nos processos de coleta e tratamentos do líquido. Porém, é importante observar que o ciclo higroscópio demanda equipamentos mais modernos e de maior investimento já que estes precisam lidar com uma maior concentração de sais (compostos higroscópios). Contudo, estima-se que o aumento na eficiência seja capaz de abater esse custo em pouco tempo de aplicação.[5]
Regiões com escassez de água ou menor quantidade de recursos financeiros podem encontrar no ciclo uma alternativa. É importante salientar que as melhorias e as aplicações do ciclo Rankine tradicional também são válidas e aplicáveis ao ciclo higroscópio.[5]
Dessa forma, a tecnologia possui aplicação imediata em ciclos combinados, plantas solares, termoelétricas, plantas nucleares, combustão por biomassa e outros.[5]
A IMASA, proprietária dos direitos de exploração da tecnologia, terminou em maio de 2017 a adaptação de uma planta que funcionava desde 1996 com biomassa a nova tecnologia. De acordo com a IMASA, os benefícios serão capazes de amortizar os custos da adaptação em 2 anos de uso. [6]
A experiência satisfez os objetivos planejados com a adaptação. Um consumo de 229.200 metros cúbicos de água por ano foi cortado por inteiro. Além disso, os gastos de energia com a própria planta foram reduzidos e a eficiência energética aumentada. [6]
Atualmente, a chave para o crescimento e desenvolvimento de novos projetos tem sido a indústria de energia. Considerando que a população mundial chegou, em 2013, ao marco de 7 bilhões de habitantes, as mudanças e inovações neste setor têm oportunizado um aumento da eficiência das fontes energéticas para a população.[5]
O ciclo higroscópico tem por base o aprimoramento do ciclo de Rankine.[5] Além disso, a intenção de melhoria não se resume apenas em questão de rendimento, mas também no interesse industrial na economia do consumo de água, visto que este ciclo utiliza-se de líquidos higroscópicos durante a etapa de resfriamento.[7] Os benefícios ofertados por este melhoramento podem ser resumidos em: [1]
- Aumento da produção de eletricidade (eficiência elétrica crescente entre 0,3 a 1%). Com isso, há redução nas emissões de gases poluentes como o CO2, NOx, SOx por kWh produzido e menor consumo de combustível.
- Melhores condições de refrigeração. Poupança de mais de 85% do consumo de água para climas quentes e 100% de poupança no consumo de água de arrefecimento em regiões com climas temperados.
- Poupança no consumo de água e aditivos, contribuição para o ciclo de cerca de 50%.
- Custos mais baixos de operação e manutenção de 25%.
- Diminuir os custos de investimento do ciclo de vapor em 5%.
- Compatível com todas as melhorias tradicionais de ciclo Rankine.
- Aumento da vida vegetal, confiabilidade e disponibilidade.
- Redução dos impactos ambientais.
As características mais importantes sobre a tecnologia aplicada no ciclo higroscopico são: [1]
1. Devem ser compostos altamente higroscópicos, materiais que se dissolvem apenas com a água que absorve do ambiente;
2. Devem ter pressão inferior ao vapor d' água e facilmente removível, de retenção e de vapor reversível que pode facilmente liberar uma substância absorvida;
3. Devem ser quimicamente estáveis a pressões e temperaturas de trabalho do ciclo de vapor que irá ser sujeito;
4. fluidos não-tóxicos ou inflamáveis são recomendados.