A ciência e tecnologia na Rússia desenvolveram-se rapidamente desde a época do Iluminismo, quando Pedro, o Grande, fundou a Academia de Ciências da Rússia e a Universidade Estatal de São Petersburgo e o polímata Mikhail Lomonosov fundou a Universidade Estatal de Moscou, estabelecendo uma forte tradição nativa de aprendizagem e inovação.
Nos séculos XIX e XX o país produziu um grande número de cientistas notáveis, fazendo importantes contribuições para a física, astronomia, matemática, computação, química, biologia, geologia e geografia. Inventores e engenheiros russos destacaram em áreas como engenharia elétrica, construção naval, aeroespacial, armamento, comunicações, informática, tecnologia nuclear e tecnologia espacial.
Recentemente, a crise dos anos 1990 levou à redução drástica do apoio do Estado à ciência e tecnologia. Muitos cientistas russos e graduados universitários foram para a Europa Ocidental ou para os Estados Unidos na chamada migração de fuga de cérebros. Nos anos 2000, na onda de um novo boom econômico, a situação melhorou e o governo lançou uma campanha destinada à modernização e inovação. Entre as prioridades atuais para o desenvolvimento tecnológico do país incluem a eficiência energética, tecnologia da informação (incluindo os produtos comuns e os produtos combinados com a tecnologia espacial), a energia nuclear e produtos farmacêuticos.[1]
A ciência e tecnologia na Rússia floresceram na época do Iluminismo, quando Pedro, o Grande fundou a Academia de Ciências da Rússia e Universidade Estatal de São Petersburgo e o polímata Mikhail Lomonosov estabeleceu a Universidade Estatal de Moscou, pavimentando o caminho para uma forte tradição nativa de aprendizagem e inovação. Nos séculos XIX e XX, o país produziu um grande número de notáveis cientistas e inventores.
A escola física russa começou com Lomonosov, que propôs a lei da conservação da matéria anterior à lei da conservação de energia. As descobertas e invenções russas, em termos físicos, incluem o arco elétrico, a eletrodinâmica lei de Lenz, o grupo espacial de cristais, células fotoelétricas, efeito Tcherenkov, ressonância paramagnética eletrônica, heterotransistores e holografia 3D. Lasers e masers foram co-inventados por Nicolay Basov e Aleksandr Prokhorov, enquanto a ideia de um tokamak para a fusão nuclear controlada foi introduzida por Igor Tamm, Andrei Sakharov e Lev Artsimovich, que acabarão por conduzir o moderno e internacional projeto ITER, da qual a Rússia é parte.
Desde o tempo de Nikolai Lobachevsky, mestre da Geometria, que foi pioneiro na geometria não euclidiana, e do proeminente professor Pafnuty Chebyshev, a escola matemática russa se tornou uma das mais influentes no mundo.[2] Entre os alunos de Chebyshev, incluem-se Aleksandr Lyapunov, que fundou a teoria da estabilidade moderna, e Andrei Markov, que inventou as cadeias de Markov. No século XX, matemáticos soviéticos, como Andrei Kolmogorov, Israel Gelfand e Sergei Sobolev, fizeram grandes contribuições para várias áreas da matemática. Nove matemáticos russo-soviéticos foram agraciados com a Medalha Fields, prêmio de maior prestígio na matemática. Em 2002, Grigori Perelman recebeu o primeiro Problemas do Prémio Millenium por sua prova final da Conjectura de Poincaré.[3]
O químico russo Dmitri Mendeleev inventou a tabela periódica, o quadro principal da química moderna. Aleksandr Butlerov foi um dos criadores da teoria da estrutura química, desempenhando um papel central na química orgânica. Entre os biólogos russo incluem-se Dimitri Ivanovski, que descobriu o vírus, Ivan Pavlov, que foi o primeiro a experimentar o condicionamento clássico e Ilya Mechnikov, que foi um pesquisador pioneiro do sistema imunológico e probióticos.
Muitos cientistas russos e os inventores eram emigrantes, como Igor Sikorsky, que construiu os primeiro aviões e helicópteros modernos, Vladimir Zworykin, muitas vezes chamado de pai da TV, o químico Ilya Prigogine, conhecido por seu trabalho sobre estruturas dissipativas e sistemas complexos, os economistas vencedores do Prêmio Nobel Simon Kuznets e Wassily Leontief, o físico George Gamow, autor da teoria do Big Bang, e o cientista social Pitirim Sorokin. Muitos estrangeiros trabalharam na Rússia por um longo tempo, como Leonard Euler e Alfred Nobel.
As invenções russas incluem a soldadura desenvolvida por Nikolai Benardos, além de Nikolai Slavyanov, Konstantin Khrenov e outros engenheiros russos. Gleb Kotelnikov inventou o paraquedas de mochila, enquanto Evgueni Tchertovsky inventou o traje pressurizado. Alexander Lodiguin e Pavel Iablotchkov foram os pioneiros da iluminação elétrica e Mikhail Dolivo-Dobrovolski introduziu os primeiros sistemas trifásicos de energia elétrica, amplamente usado hoje. Sergei Lebedev inventou a primeira borracha sintética comercialmente viável e produzida em massa. O primeiro computador ternário, Setun, foi desenvolvido por Nikolai Brusentsov.
As realizações da Rússia no domínio da tecnologia espacial e exploração espacial têm origem nos trabalhos de Konstantin Tsiolkovsky, o pai da austronáutica teórica.[4] Seus trabalhos inspiraram os principais engenheiros de foguetes soviéticos, como Sergei Korolev, Valentin Glushko e muitos outros que contribuíram para a sucesso do programa espacial soviético nos estágios iniciais da corrida espacial e também posteriormente. Em 1957, o primeiro satélite artificial em órbita da Terra, o Sputnik 1, foi lançado. Em 1961, a primeira viagem humana ao espaço que teve êxito foi feita por Yuri Gagarin, e muitos outros recordes da exploração espacial soviética e russa se seguiram, inclusive com a primeira caminhada espacial realizada por Aleksei Leonov, o primeiro veículo de exploração espacial, o Lunokhod 1, e a primeira estação espacial, a Salyut 1. Atualmente, a Rússia é o país que mais lança satélites no mundo[5] e é o único fornecedor de serviços de transporte para turismo espacial.
No século XX, um número de proeminentes engenheiros aeroespaciais soviéticos, inspirado nas obras fundamentais de Nikolai Zhukovsky, Sergey Chaplygin e outros, criaram centenas de modelos de aeronaves civis e militares e fundaram uma série de KBs (serviços de construção) que passaram a constituir a maior parte da estatal russa United Aircraft Corporation. Entre as famosas aeronaves civis russas, incluem-se os Tupolevs, Sukhois e aviões de combate Mikoyan, além das séries de helicópteros Kamov e Mil. Muitos modelos de aeronaves russas estão na lista dos aviões mais produzidos da história.
Entre os famosos tanques de batalha russos, incluem-se o T-34, o melhor tanque da Segunda Guerra Mundial,[6] e tanques adicionais de série T, incluindo o tanque mais produzido na história, T-54/T-55.[7] O AK-47 e AK-74, por Mikhail Kalashnikov, constituem o tipo mais usado de fuzis do mundo, tanto que rifles do tipo AK foram mais fabricados do que todos os outros rifles de assalto combinados.[8]
Com todas estas conquistas, no entanto, desde a dissolução da União Soviética, o país ficou atrasado em relação ao Ocidente em uma série de tecnologias, principalmente aquelas relacionadas à conservação de energia e produção de bens de consumo. A crise dos anos 1990 levou à redução drástica do apoio do Estado à ciência e a uma fuga de cérebros da Rússia.
Nos anos 2000, na onda de um novo boom econômico, a situação da ciência e tecnologia na Rússia tem melhorado e o governo lançou uma campanha destinada à modernização e à inovação. O ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, formulou cinco prioridades principais para o desenvolvimento tecnológico do país: o uso eficiente de energia, a informática, incluindo os produtos comuns e os produtos combinados com a tecnologia espacial, a energia nuclear e os produtos farmacêuticos.[9] Atualmente a Rússia está a terminar o GLONASS, o único sistema de navegação por satélite global além do GPS estadunidense, e construindo a primeira usina nuclear móvel.