O componente 3 do complemento, conhecido também simplesmente como C3, é uma proteína do sistema imune. Ele possui um papel central no sistema complemento e contribui para a imunidade inata. Em seres humanos, ele é codificado no cromossomo 19 por um gene chamado C3.[1][2]
C3 participa de forma central na ativação do complemento.[3] Sua ativação é necessária tanto para a via clássica quanto para as vias alternativas de ativação. Pessoas com deficiência de C3 são mais susceptíveis a infecções bacterianas.[4][5]
Uma forma de C3-convertase conhecida também como C4b2a é formada por um heterodímero das formas ativas de C4 e C2. Ela catalisa a clivagem proteolítica de C3 em C3a e C3b, gerada durante a ativação do sistema tanto pela via clássica quanto pela via das lectinas. C3a é uma anafilotoxina e é precursora de citocinas como ASP e C3b é um agente opsonizante. O Fator I pode clivar C3b em C3c e C3d, sendo que esse último participa reforçando a resposta de células B. Na via alternativa, C3 é clivada por C3bBb, outra forma de C3-convertase composta das formas ativas de C3 (C3b) e do fator B (Bb). Uma vez que a C3 é ativada em C3b, um tioéster reativo é exposto, possibilitando a ligação covalente do peptídeo à qualquer superfície que providencie um nucleófilo como uma amina primária ou um grupo hidroxila. A C3 ativada pode então interagir com o fator B. O fator B é então ativado pelo fator D, formando Bb. O complexo resultante, C3bBb,é chamada via alternativa (Alternative Pathway) (AP) C3 convertase.
C3bBb é desativada passo a passo. Primeiro, o componente proteolítico da convertase, Bb, é removido por proteínas reguladoras do complemento com atividade de fator acelerador de decaimento (DAF) . Em seguinte, C3b é quebrada progressivamente, primeiro formando iC3b, depois C3c +C3dg e, finalmente, C3d. O Fator I é a protease que executa esses cortes, mas requer ajuda de outra proteína (Fator H, CR1, MCP or C4BP) agindo como cofator.
Diversas estruturas cristalográficas de C3 já foram determinadas[6] e revelam que essa proteína contém 13 domínios.[7][8][9][10]
O níveis de C3 no sangue pode ser medido para apoiar ou refutar certos diagnósticos médicos. Por exemplo, níveis baixos de C3 estão associados com alguns tipos de doenças renais como a glomerulonefrite pós infecciosa e a gromerulonefrite membranoproliferativa.
CR interage com o Fator H.[11][12]
Referências
- ↑ de Bruijn MH, Fey GH (fevereiro de 1985). «Human complement component C3: cDNA coding sequence and derived primary structure». Proc. Natl. Acad. Sci. U.S.A. 82 (3): 708–12. PMC 397115
. PMID 2579379. doi:10.1073/pnas.82.3.708
- ↑ «Entrez Gene: C3 complement component 3»
- ↑ Sahu A, Lambris JD (abril de 2001). «Structure and biology of complement protein C3, a connecting link between innate and acquired immunity». Immunol. Rev. 180: 35–48. PMID 11414361. doi:10.1034/j.1600-065X.2001.1800103.x
- ↑ Lachmann P (dezembro de 1975). «Genetics of the complement system». J. Med. Genet. 12 (4): 372–7. PMC 1013316
. PMID 768477. doi:10.1136/jmg.12.4.372
- ↑ Matsuyama W, Nakagawa M, Takashima H, Muranaga F, Sano Y, Osame M (dezembro de 2001). «Molecular analysis of hereditary deficiency of the third component of complement (C3) in two sisters». Intern. Med. 40 (12): 1254–8. PMID 11813855. doi:10.2169/internalmedicine.40.1254
- ↑ «Advanced search results for UniProt accession P01024». Protein Data Bank in Europe (PDBe). European Bioinformatics Institute. Consultado em 27 de dezembro de 2010
- ↑ Janssen BJ, Huizinga EG, Raaijmakers HC, Roos A, Daha MR, Nilsson-Ekdahl K, Nilsson B, Gros P (setembro de 2005). «Structures of complement component C3 provide insights into the function and evolution of immunity». Nature. 437 (7058): 505–11. PMID 16177781. doi:10.1038/nature04005
- ↑ Janssen BJ, Christodoulidou A, McCarthy A, Lambris JD, Gros P (novembro de 2006). «Structure of C3b reveals conformational changes that underlie complement activity». Nature. 444 (7116): 213–6. PMID 17051160. doi:10.1038/nature05172
- ↑ Wiesmann C, Katschke KJ, Yin J, Helmy KY, Steffek M, Fairbrother WJ, McCallum SA, Embuscado L, DeForge L, Hass PE, van Lookeren Campagne M (novembro de 2006). «Structure of C3b in complex with CRIg gives insights into regulation of complement activation». Nature. 444 (7116): 217–20. PMID 17051150. doi:10.1038/nature05263
- ↑ Fredslund F, Jenner L, Husted LB, Nyborg J, Andersen GR, Sottrup-Jensen L (agosto de 2006). «The structure of bovine complement component 3 reveals the basis for thioester function». J. Mol. Biol. 361 (1): 115–27. PMID 16831446. doi:10.1016/j.jmb.2006.06.009
- ↑ Soames CJ, Sim RB (setembro de 1997). «Interactions between human complement components factor H, factor I and C3b». Biochem. J. 326 ( Pt 2): 553–61. PMC 1218704
. PMID 9291131
- ↑ Jokiranta TS, Westin J, Nilsson UR, Nilsson B, Hellwage J, Löfås S, Gordon DL, Ekdahl KN, Meri S (março de 2001). «Complement C3b interactions studied with surface plasmon resonance technique». Int. Immunopharmacol. 1 (3): 495–506. PMID 11367533. doi:10.1016/S1567-5769(00)00042-4
Esse artigo incorpora tradução de textos da United States National Library of Medicine, que são de domínio público.