Cratera de Araguainha

Cratera de Araguainha está localizado em: Brasil
Cratera de Araguainha
Localização no Brasil
Cratera de Araguainha
Geografia
País
Subdivisão administrativa
Coordenadas
Diâmetro
40 km
Geologia
Tipos
Mapa

A cratera de Araguainha é uma cratera de impacto (astroblema) na fronteira dos estados do Mato Grosso e Goiás, no Brasil, entre as vilas de Araguainha e Ponte Branca. Com um diâmetro de 40 km,[1] é a maior cratera de impacto da América do Sul.

A cratera de Araguainha é conhecida na geologia como domo de Araguainha sendo o núcleo da cratera soerguido e circundado por depressões anelares, arcos de colinas isoladas e terraços escarpados[2]. Os pioneiros na interpretação de que a estrutura era oriundo de impacto foram Dietz & French (1973) seguidos por Crósta et al. (1981) e Crósta (1982). As características principais analisadas para essa conclusão foram as características geomorfológicas e estruturais, evidências de metamorfismo de choque em arenitos da Formação Furnas, Bacia do Paraná, ocorrência de shatter cones em arenitos, lamelas de choque em quartzo e mudanças do estado cristalino e kink bands em diversos minerais.

O impacto afetou rochas do embasamento granítico e das formações Furnas e Aquidauana. Na porção central, o núcleo expõe granito com feições de metamorfismo de impacto de vários tipos (Crósta & Thomé Filho, 2000)sendo circundado por brechas de impacto com matriz fundida e diques de dimensões variadas de material cataclástico, com ou sem feições de impacto (Engelhardt et al. (1992).

Lacerda Filho (2004) denomina de Unidade Araguainha ao conjunto de brechas do núcleo. Datações Ar/Ar de amostras de materiais fundidos revelaram idades de 247±5 e 245±8 Ma. (Deutsch et al., 1992)) estimam o limite superior do impacto em 243±19 Ma. Dados Rb-Sr obtidos pelos autores a partir de duas amostras do domo e de uma do núcleo granítico geraram isócrona de 449±9 Ma, o que situa o impacto próximo ao limite permo-triássico.

Existem apenas onze crateras de impacto em toda a América do Sul, sendo oito delas localizadas no Brasil: Domo de Araguainha (GO-MT), Serra da Cangalha (TO), Vargeão (SC), São Miguel do Tapuio (PI), Colônia (SP), Cerro Jarau (RS) e Piratininga (SP) (Crósta, 1987; Hachiro et al., 1996). Outras duas crateras estão localizadas na Argentina (Campo del Cielo e Rio Cuarto) e uma terceira no Chile (Monturaqui).

  • Moreira M.L.O, Moreton L.C., Araújo V.A., Lacerda Filho J.V., Costa H.F. 2008. Geologia do estado de Goiás e Distrito Federal. Goiânia. ISBN 978-85-7499-085-3.
  • DIETZ, R.S.; FRENCH, B.M.; OLIVEIRA, M.A.M. de. Araguainha Dome (M. Grosso) e Serra da Cangalha (Goiás) Probable Astroblemes. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 27, 1973, Aracaju. Res. Das Com.; Sessões Técnicas. Aracaju: SBG – Núcleo Bahia, 1973.
  • CRÓSTA, A.P. Mapeamento Geológico do Domo de Araguainha utilizando técnicas de Sensoriamento Remoto. 1982. 108p. Dissertação (Mestrado) – INPE-CNPq, São José dos Campos, São Paulo, 1982.p102.
  • CRÓSTA, A.P., GASPAR; J.C.; CANDIA, M.A.F. Feições de metamorfismo de impacto no Domo de Araguainha. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v.11, n.3, p.139-146, 1981.
  • CRÓSTA, A.P.; THOMÉ FILHO, J. Geology and impact features of the domo de Araguainha Astroblema, states Mato Grosso and Goiás. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31, 2000, POST-CONGRESS FIELD TRIP – AFT 47. ENGELHARDT, W.V.; MATTHÃI, S.K.; WALZEBUCK, J. Araguainha impact crater,Brazil.The interior part of uplift. Meteoritics, n.27, p.442-457, 1992.
  • LACERDA FILHO, J.V. et al. (Orgs.) Geologia e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso: texto os mapas geológico e de recursos minerais do Estado de Mato Grosso. Esc.: 1:1.000.000. Cuiabá: CPRM/SICME-MT, 2004. 235p. DEUTSCH et al. On the significances of crater ages: newages for Dellen sweden and taguainha Brazil. Tecnophisics, n.216, p.205-218, 1992.
  • Crósta, A. P. 1987. Impact structures in Brazil. In: J. Pohl (ed.) Research in Terrestrial Impact Structures. Wiesbaden, Vieweg & Sohn, 30-38. Hachiro, J.; Coutinho, J. M. V.; Coimbra, A. M.; Fernandes, L. A. 1996. Fossil tracks of a falling star in the Cretaceous of the Paraná Basin (Brazil). Anais da Academia Brasileira de Ciências, Resumo das Comunicações, 68:618-619.

Referências

  1. «Earth Impact Database». Passc.net. Consultado em 14 de fevereiro de 2012. Arquivado do original em 28 de dezembro de 2011 
  2. Moereira et al. 2008
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