A culinária sulista é o conjunto das tradições gastronómicas do sul dos Estados Unidos, compreendendo os estados desde a Virgínia até ao Texas, onde dominava até à Guerra Civil o sistema de plantation baseada na mão-de-obraescrava; tanto os escravos, geralmente de origem africana, como os trabalhadores brancos das plantações, tiveram que se adaptar aos ingredientes disponíveis para a sua alimentação. Tanto uns como outros tinham trazido das suas terras de origem alguns produtos locais, mas nem todos sobreviveram às condições prevalecentes na região de adoção; por outro lado, produtos locais como o milho, o feijão, o tomate e as pimentas foram rapidamente absorvidas na culinária destes colonos. Deste modo, a culinária sulista baseia-se no milho, feijão, hortaliças e carne de porco, do qual todas as partes comestíveis são aproveitadas; mais tarde, o arroz foi acrescentado aos ingredientes principais. [1]
Nas regiões onde as plantações não tinham ocupado todo o espaço fértil, como nos Apalaches (interior das Carolinas e Tennessee) e no Texas, onde a atividade agropecuária principal era a criação de gado, a alimentação contava ainda com os produtos da caça, como o bisonte (o maior mamífero local), os cervídeos, o peru e outros animais mais pequenos, como os esquilos e sarigueias. Ao longo da costa e dos rios que cruzam a região, onde o Mississippi é o maior, o peixe e os mariscos complementam a culinária local.
As preparações principais são guisados, em que se juntam os vários ingredientes, como o hoppin’ john, ou fritos, tanto de carnes, como de peixes e verduras, servidos com um prato de feijão, ou de milho, ou arroz.
Nos anos 60, com o movimento dos Direitos Civis, surgiu a expressão "soul food", proveniente da "soul music", para designar a alimentação dos negros americanos; muitas pessoas acreditam que não há grande diferença entre esta e a culinária sulista, mas há quem sustente que a soul food utiliza uma maior proporção de pimenta e de vísceras e outros produtos “menos nobres” dos animais. Outra diferença é que esta culinária ultrapassou os limites do sul, sendo popular em muitas zonas urbanas com grandes populações de negros. [2]
Outras culinárias locais, com características especiais, que se desenvolveram nesta região, embora possam ser consideradas parte da culinária sulista, são a culinária cajun e a crioula, principalmente no sul da Louisiana, com influências da culinária da França, da Itália, da Alemanha e das Caraíbas. [1] A culinária lowcountry, das planícies costeiras das Carolinas e Geórgia, também tem tradições próprias.
Cornbread – uma espécie de pão de farinha de milho misturada com leite e ovos e, por vezes, vários outros ingredientes, como queijo, bacon, torresmos ou mariscos, servido para acompanhar muitas refeições;
Cracklins, também chamadas pork rinds (torresmos) – pedaços de pele do porco, normalmente com uma camada de gordura e, por vezes, carne, fritas na própria gordura;
Fatback – a camada de gordura, por vezes com uma parte da carne subjacente, que fica por baixo da pele do dorso do porco, curada em salmoura ou fumada;
Fried ice cream – gelado coberto de biscoitos e frito;