Célula de Knudsen

A célula de Knudsen é um aparato que foi desenvolvido por Martin Knudsen (1871-1949) e é constituído de um cadinho (feito de nitreto de boro pirolítico, quartzo, tungstênio ou grafite), filamentos de aquecimento e um sistema de aquecimento a água,[1] comumente possuí como saída para os vapores gerados nesta célula um pequeno furo. Este aparato é usado para medir a pressão de vapor de materiais com baixa pressão de vapor como Gálio, Alumínio, Mercúrio e Arsênio, que após aquecidos geram o equilíbrio líquido-vapor, o que permite a medição da pressão de vapor da substância. Além disto, este aparato é utilizado como evaporador durante o processo de epitaxia por feixe molecular.

Medida de pressão de vapor

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A célula de Knudsen é frequentemente utilizada para medir a pressão de vapor de sólidos com valores de pressão de vapor muito baixos, como aqueles que formam vapor em baixa pressão por sublimação. O vapor passa por um pequeno furo através do processo de efusão e a perda de massa do interior da célula por unidade de tempo é proporcional à pressão de vapor da substância no interior do aparato, o que pode ser utilizado para medir a sua pressão de vapor.[2] O calor de sublimação também pode ser determinado através da medida da pressão de vapor como função da temperatura utilizando a relação de Clausius-Clapeyron.[3]

Utilização na epitaxia por feixe molecular

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Este aparato é importante para o processo de deposição de filmes finos por epitaxia de feixe molecular pois funciona como fonte do feixe de partículas que incidem sobre a superfície de deposição. A saída do vapor nesta célula se dá de forma colimada em feixe devido à pequena dimensão da saída dos vapores, fazendo com que esta saída não aconteça em regime fluido mas sim em regime molecular, uma vez que o caminho livre médio é muito maior que o diâmetro do orifício, gerando um número de Knudsen muito maior que a unidade.

  1. «Knudsen cell». Royal Society of Chemistry. Consultado em 27 de maio de 2019 
  2. Atkins, P. W. (Peter William), 1940- (2006). Atkins' Physical chemistry 8th ed. New York: W.H. Freeman. ISBN 0716787598. OCLC 66528976 
  3. Drago, Russell S. (1977). Physical methods in chemistry. Philadelphia: Saunders. ISBN 0721631843. OCLC 2680949