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Daniel Cherniavsky (Buenos Aires, 16 de março de 1933) é escritor, diretor de cinema, teatro, televisão e produtor cultural argentino.
Ficou conhecido pela direção do longa-metragem El último piso,[1][2][3] selecionado para representar o cinema argentino no Festival de Cannes e o filme El Terrorista[1], sobre fatos reais. Seus filmes foram parte da nouvelle vague do cine argentino na década de 60 e na sua produção artística, tanto no cinema quanto no teatro, carregava um forte conteúdo político e intelectual.
Seus longas-metragens, de destino lamentável, foram perseguidos pela ditadura militar na argentina (1976/1983) Na televisão dirigiu o consagrado ator argentino em “El teatro de Alfredo Alcón[4]” – programa ganhador do Prêmio Martín Fierro da TV argentina e foi diretor artístico de diversos programas de televisão.
Na Argentina, fundou o “Centro de Artes y Ciencias” onde foi responsável pela direção de importantes shows musicais e atividades culturais, antes de partir para o exílio no Brasil. É desta época o trabalho com os músicos como Chico Buarque de Holanda, Vinicius de Moraes, Astor Piazzolla, Mercedes Sosa e intelectuais como Jorge Luis Borges, Ernesto Sábato, Rodolfo Walsh, Tomás Eloy Martínez, Augusto Roa Bastos , que entre outros somam parte de sua bagagem cultural.
Filho de um empresário industrial e de uma professora de idiomas, que dominava 7 línguas, sua família não tinha uma relação próxima com a arte. Iniciou-se como cineasta quando tinha apenas 14 anos, numa época (1947) em que na Argentina não existiam escolas de cinema . Autodidata, criou seu próprio programa de estudos e frequentou diversas universidades como aluno ouvinte. Procurou estudar as matérias que considerava fundamentais e nas quais um diretor de cinema deveria se aprofundar. Aos 20 anos dirigiu um filme média-metragem sobre um conto escrito por ele mesmo. Seu primeiro longa-metragem veio aos 24 anos, com o filme “El Último Piso”, escrito por ele em parceria com Tomás Eloy Martínez e Augusto Roa Bastos. A seguir dirigiu “El Terrorista” e foi co-produtor de “Shunko”. Iniciou-se como diretor de teatro em 1962, co-dirigindo com Oscar Ferrigno a obra “Georges Dandin - El Marido Confundido” de Moliére. De 1963 a 1974 dirigiu o “Centro de Artes y Ciencias de Buenos Aires”, importante casa cultural que fomentava a discussão e a pluralidade de ideias, através da colaboração de artistas,músicos, filósofos, sociólogos e psicanalistas, entre outras disciplinas. Em 1974, após um atentado a bomba a ditadura militar vigente fechou todas as instalações do “Centro de Artes y Ciencias”, obrigando-o a migrar sua atuação para a televisão. Finalmente, em 1976, acossado pela repressão militar, se exilou no Brasil onde mora há 40 anos e continua sua carreira artística. É casado com a psicanalista Magadelena Ramos com quem partilha 3 filhas : “a minha (Andy), a tua (Carolina) e a nossa (Victória)”.
A ditadura militar fechava o cerco na década de 70 na Argentina. Apesar de não exercer nenhuma militância em qualquer partido político, Cherniavsky foi perseguido como quase todos os intelectuais progressistas. Bombas foram colocadas na sede administrativa do “Centro de Artes y Ciencias”, na sala de cinema onde estreou “El Terrorista”, no palco de Mercedes Sosa e no hall do teatro onde Nacha Guevara apresentava o espetáculo “Las Mil y uma Nachas” (um dos grandes sucessos do Centro e de Cherniavsky). O último incidente, resultou na morte de duas pessoas.
Com o sequestro e morte do escritor Rodolfo Walsh e Piri Lugones (assessora de imprensa da Instituição) assim como dezenas de colaboradores sendo sequestrados, mortos ou exilados, viu-se obrigado à uma constante peregrinação diária para manter-se incógnito. Refugiou-se em diferentes endereços com a sua família (esposa e duas filhas de 2 e 9 anos) para não ser encontrado. Sua esposa, Magdalena Ramos, psicanalista, terapeuta de casal e família e professora da faculdade, também padecia com o fechamento da Universidade de Buenos Aires e a proibição de reunir grupos. Descreve suas penúrias e as de Cherniavsky no livro “Sou daqui e sou de lá – Autobiografia do exílio”.[5]
O estopim para decidir o exílio foi a descoberta de uma lista onde seu nome aparecia com o status: “marcado para morrer”. Em setembro de 1976, foge clandestinamente de seu país e se exila em Brasil. Sua família chega um mês mais tarde. Ainda hoje carrega a dor de ter deixado na Argentina a sua filha mais velha, Andy Cherniavsky, hoje uma renomada fotógrafa que na época já tinha formado sua própria família.
A decepção e mágoa por perder sua historia, sua língua e os códigos de seu país, fizeram-no demorar 7 anos para voltar pela primeira vez à Argentina.
Iniciou nos palcos codirigindo com Oscar Ferrigno a peça “Georges Dandin - El Marido Confundido”[3][6] de Moliére, encenada ao ar livre e tendo como palco o próprio Jardim Botânico de Buenos Aires .
Também dirigiu e realizou dezenas de espetáculos no teatro nos dois países, com destaque para “Histórias para serem contadas” de Osvaldo Dragun, que ficou 2 anos em cartaz na Argentina. Produziu e dirigiu o musical “Tango!” com temporada no teatro Alfa em São Paulo e em mais 8 estados brasileiros. Dirigiu o artista Antônio Carlos Nóbrega no espetáculo “CLICK”, com temporada no teatro Tuca.
Foi também um dos pioneiros no teatro de improviso da Argentina, dirigindo “Peligro Seducción” e em seguida “Teatro Compartido” - espetáculo-experiência que unia Psicodrama (um psicoanalista), teatro (um dramaturgo, um director e o elenco) e o público como autores da obra.
Diretor de:
Direção artística dos programas:
(A atriz Julia Gam foi uma das alunas, entre outros atores e atrizes profissionais do Brasil)
Escritas na Argentina:
Escritas no Brasil:
Foi Fundador e Diretor durante 11 anos do Centro de Artes y Ciencias de Buenos Aires. Instituição cultural e científica internacional. Shows dirigidos:
Foi diretor da Instituição “Show 10 – Eventos” localizada nas Cidades de São Bernardo do Campo e Diadema, São Paulo. (Concebido para atividades culturais, musicais, cinematográficas e teatrais dirigidas às comunidades do ABCD paulista*.