A verde é mostrada uma porção da proteína IκBα, um inibidor da NF-κB e regulador do sistema imunitário. A região a vermelho destaca o sexto domínio de repetição de ankyrin, que contém um degron independente de ubiquitina.[1]
Um degron (do inglês degron) é uma porção de uma proteína que é importante na regulação das taxas de degradação proteica. Entre os degrons conhecidos encontram-se sequências curtas de aminoácidoss,[2]motivos estruturais[1] e aminoácidos expostos (geralmente lisina[3] ou arginina[4]) localizado noutras partes da proteína. De facto, algumas proteínas podem até conter vários degrons.[1][5] Os degrons estão presentes em vários organismos, desde os N-degrons (ver regra do N-terminal) que foram caracterizadas pela primeira vez em leveduras[6] à sequência PEST da ornitina descarboxilase do rato.[7]
Os degrons foram identificados tanto em procariotas[8] como em eucariotas. Embora existam muitos tipos de degrons e um elevado grau de variabilidade mesmo dentro destes grupos, os degrons são todos semelhantes no seu papel na regulação da taxa de degradação de uma proteína.[9][10][11] Tal como acontece com a degradação proteica (ver proteólise), os mecanismos são classificados pela sua dependência ou não da ubiquitina, uma pequena proteína envolvida na degradação proteica no proteossoma.[12][13][14] Os degrons podem também ser referidos como "dependentes da ubiquitina"[9] ou "independentes da ubiquitina".[10][11]
Os degrons dependentes de ubiquitina são assim designados porque estão envolvidos no processo de poliubiquitinação para marcar uma proteína para degradação no proteossoma.[15][16]
Em alguns casos, o próprio degron serve de local para a poliubiquitinação, como nas proteínas TAZ e β-catenina.[17]
Como o mecanismo exato pelo qual um degron está envolvido na poliubiquitinação da proteína, os degrons são classificados como dependentes de ubiquitina se a sua remoção da proteína provocar uma menor ubiquitinação ou se a sua adição a outra proteína provocar uma maior ubiquitinação.[18][19]
Em contraponto, os degrons dependentes de ubiquitina não são necessariamente para a poliubiquitinação da sua proteína. Por exemplo, o degron encontrado na proteína IκBα, uma proteína que atua na regulação do sistema imunitário, não está envolvido na ubiquitinação, uma vez que a sua adição à proteína fluorescente verde (GFP) não aumenta a ubiquitinação.[1] No entanto, um degron por si só pode fornecer uma pista sobre o mecanismo pelo qual uma proteína é degradada[20] e, por isso, identificar e classificar um degron é apenas o primeiro passo para compreender o processo de degradação desta proteína.
↑Loetscher, P.; Pratt, G.; Rechsteiner, M. (15 de junho de 1991). «The C terminus of mouse ornithine decarboxylase confers rapid degradation on dihydrofolate reductase. Support for the pest hypothesis». The Journal of Biological Chemistry. 266 (17): 11213–11220. ISSN0021-9258. PMID2040628. doi:10.1016/S0021-9258(18)99150-7
↑ abJariel-Encontre, Isabelle; Bossis, Guillaume; Piechaczyk, Marc (1 de dezembro de 2008). «Ubiquitin-independent degradation of proteins by the proteasome». Biochimica et Biophysica Acta (BBA) - Reviews on Cancer. 1786 (2): 153–177. ISSN0006-3002. PMID18558098. doi:10.1016/j.bbcan.2008.05.004
↑Ju, Donghong; Xie, Youming (21 de abril de 2006). «Identification of the Preferential Ubiquitination Site and Ubiquitin-dependent Degradation Signal of Rpn4». Journal of Biological Chemistry (em inglês). 281 (16): 10657–10662. ISSN0021-9258. PMID16492666. doi:10.1074/jbc.M513790200