O sistema educacional de Uganda é dividido estruturalmente em 7 anos de ensino básico, 6 anos de ensino secundário e de 3 a 5 anos de ensino superior. O atual sistema de educação ugandense existe desde os anos de 1960.
Até o ano de 1999, existiam cerca de 6 milhões de alunos que estavam adentrados na educação básica de Uganda, diferentemente do ano de 1986, que contabilizou apenas 2 milhões. Os números receberem impulso em 1997, quando o ensino básico passou a ser gratuito e foi disponibilizado para famílias com até quatro filhos. Apesar da liberação limitativa, nem todos os estudantes da escola primária passam para o ensino secundário, em virtude dos resultados do Primary Leaving Examinations, que avalia o desempenho do aluno para a passagem de ano.
Uganda é um dos países em desenvolvimento da África Oriental, que se limita pela Tanzânia, Ruanda, República Democrática do Congo, Sudão do Sul e Quênia. Ocupa 241.038 quilômetros quadrados,[1] com cerca de 41,49 milhões de habitantes, pelo censo de 2014.[1] De acordo com pequisas da CIA World Fact Book 2004, mais de 80% da população vive no meio rural, enquanto 35% vive abaixo da linha da pobreza.[2] As Nações Unidas caracterizam o governo ugandense como instável e vítima de uma das piores crises humanitárias do mundo.[3]
Em 1997, o governo de Uganda introduziu o UPE, Programa Educacional de Educação Primária Universal, com o intuito de melhorar a efetivação do contingente estudantil nas escolas primárias.[4]Inicialmente, o proporcionamento gratuito de educação básica era ofertado às famílias que continham até 4 filhos. No entanto, a maioria das famílias com estrutura complexa não eram atendidas por conta dessa regulamentação. A maioria das famílias do país contêm mais de quatro filhos e, devido ao grande número de filhos, o número de matrículas em escolas primárias aumentou.[2] Quando a nova política educacional foi aplicada, as instituições experimentaram um grande fluxo de alunos, além da alta demanda de infraestrutura, materiais e professores, formando desafios para o aparato educacional de Uganda.[2] Willy Kgaka argumenta que o Programa resultou em consequências alarmantes, causando um ensino de má qualidade, despreparo profissional, péssimo desempenho estudantil e infraestrutura imprópria das salas de aula.[2]
Tendo 6 anos como a idade legal para a entrada na escola, Uganda conta com 7 anos de ensino primário. De acordo com as estatísticas do Ministério de Educação e Esportes de Uganda, as matrículas aumentaram de 3 milhões para 5,3 milhões no ano de 1997, subindo, ainda, para 7 milhões até o ano de 2004. Mesmo que o aumento do fluxo de matrículas fosse visto como algo benéfico ao país, apenas 125.883 estavam aptos a lecionarem em sala de aula, trazendo inequações ao contingente de alunos e à infraestrutura apresentada. O número de alunos tornou o ambiente de aprendizagem mais difícil, intrincando o desempenho do aluno com o professor. De acordo com Arbeiter e Hartley, as aulas têm entre 70 e 10 alunos e o ensino acontece por toda as escolas. Moyi explica, ainda, que muitas salas de aula contêm alunos com idade abaixo da faixa etária legal exigida pelo Estado. A infringência da faixa etária está correlacionada à má qualidade educacional do país, atingindo a performance dos alunos e a matrícula tardia.[5] Moyi afirma, ainda, que existiam alunos entre 6 e 17 anos na sexta série e, nas mesmas escolas, alunos de até 19 anos de idade nas salas de sexta série.[3]
O sistema de educação secundária de Uganda segue o estilo da Grã-Bretanha, responsável pela colonização do país. O ensino divide-se em um nível primário e avançado.[6] O secundário inferior consiste em 4 anos de ensino, no qual os estudantes são submetidos a exames de nível ordinário em pelo menos 8 disciplinas, com cerca de 10 questões cada. O ensino secundário é composto por 2 anos de escolaridade, no qual os alunos recebem um exame de nível avançado em pelo menos 3 disciplinas. O currículo de ensino secundário é revisado pelo Centro Nacional de Desenvolvimento Curricular.[7] As escolas técnicas de três anos oferecem uma alternativa aos primeiros anos do ensino médio. Atualmente, existem as seguintes escolas para ensino secundário em Uganda:
Embora cerca de 70.000 estudantes saiam do ensino médio para o ensino superior em Uganda, apenas 35% conseguem vaga nas instituições superiores. Como exemplo, a Universidade Makerere, em Kampala, tem cerca de 95% da população estudantil total do país. O restante está distribuído entre as outras 20 universidades existentes, sendo privadas e outras apenas faculdades. As universidades mais reconhecidas em Uganda são:
Em Uganda, a existência de cursos à distância é quase escassa. No entanto, a Royal Open University destaca-se pelo oferecimento de cursos on-line à população ugandense.[11]
O Ensino Técnico e Vocacional é um aspecto necessário presente no sistema de educação em Uganda. A ONU liderou esforços para dar apoio a este tipo de ensino, por meio do Centro Internacional de Formação Técnica e Profissional da UNESCO.[12] Como exemplo principal, a Royal Academy of Art and Design se destaca no fornecimento de Ensino Técnico e Vocacional. De acordo com a ONU,
A missão desse ensino é "garantir que indivíduos e empresas adquiram habilidades necessárias para aumentar a produtividade e renda do país.[13]"
Os primeiros programas de alfabetização caracterizaram-se pela ajuda e liderança do povo ocidental e, desde então, trouxeram uma abordagem descentralizada para jovens e adultos em Uganda. Esta transição educacional é parte do trabalho de líderes do Ocidente em Uganda, apesar de que o ensino da língua inglesa não seja um efetivo recorrente para resolver problemas econômicos do país.[14] Grande parte do processo de alfabetização é conduzida por ONGs, atuando juntamente com o o governo local e municipal. Os resultados dos processos de alfabetização têm gerado grandes rendimentos acadêmicos para o país, principalmente ao ofertar a capacidade de graduação por parte dos estudantes. Por outro lado, os programas sofrem com escassez de financiamentos, falta de apreço pela literatura e pela alfabetização e ausência do apoio de vários setores.[15][16]
Existem, no país, um alto índice de discrepância de gênero no que tange alfabetização em Uganda. A assiduidade feminina nas escolas, em todos os níveis estudantis, é inferior à frequência dos homens. Atribui-se, portanto, os índices de pobreza, infraestrutura inadequada, pressão social e gravidez na adolescência.[17] A integração de mulheres na educação ugandense tem sido um árduo desafio, já que apenas a vida doméstica é atribuída às mulheres. Um relatório do Banco Mundial descobriu que,[16] na maioria das vezes, a ausência do contingente feminino nas escolas é causada pela falta de permissão dos maridos.[18]
A Região Norte de Uganda é caracterizada por constantes conflitos de resistência religiosa. A educação é um fator importante para o reerguimento da população, além do desenvolvimento de libertação do ciclo de violência e sofrimento que as guerras causam.[19] A Educação Primária Universal de Uganda recebe um grande fluxo de matrículas no país, mas o ensino desse sistema tende a ser de má qualidade e de péssima infraestrutura. De 328 escolas no Distrito de Pader, 47 ainda estão sob árvores e a média de estudantes presentes chega em torno de 1.200 estudantes.[20]