A educação na Guiné-Bissau assenta num sistema educativo influenciado pelo domínio colonial português. Possui elevadas carências
O sistema educativo da Guiné-Bissau caracteriza-se pela precariedade e desajustamento face às necessidades das suas populações. Isto deve-se essencialmente à fraca percentagem orçamental destinada à educação.
Verificam-se fortes desigualdades no acesso à educação, nomeadamente associado ao género, com uma elevada discrepância entre o sexo masculino e o feminino, e associado à localização geográfica, com uma diferenciação entre o meio urbano (essencialmente a capital Bissau) e o meio rural[1].
Regiões | Taxa de analfabetismo nas mulheres (em 2004) | Taxa de analfabetismo nos homens (em 2004) |
---|---|---|
Tombali | 92,4% | 87,3% |
Quinara | 91,3% | 88,9% |
Biombo | 91,0% | 88,8% |
Bolama | 78,2% | 74,1% |
Bafatá | 92,6% | 92,1% |
Gabú | 92,6% | 92,1% |
Cacheu | 87,3% | 82,3% |
Setor Autónomo de Bissau | 49,8% | 37,8% |
Oio | 95,5% | 94,2% |
Total | 83,3% | 76,2% |
Os recursos materiais e humanos são escassos, assim como as infraestruturas capazes de assegurar as necessidades da comunidade escolar e de materiais didáticos, tanto para os professores, como para os alunos.
Por outro lado, a falta de qualificação dos professores em serviço é um obstáculo às condições ensino/aprendizagem. Estudos indicam que 60% dos professores em exercício não têm formação inicial[2].
Por último, num país onde são faladas mais de vinte e cinco línguas étnicas, assiste-se à imposição da Língua Portuguesa nas escolas, em detrimento de um sistema bilingue. A maioria dos alunos, antes de frequentarem a escola, raramente ou nunca tiveram um contacto direto com o português, uma vez que no seio familiar a língua utilizada é o crioulo ou as respetivas línguas étnicas.
Na Guiné-Bissau existem cinco tipologias de escolas[3]: