ENEVA | |
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Razão social | ENEVA S.A. |
Empresa de capital aberto | |
Cotação | B3: ENEV3 |
Atividade | Energia |
Fundação | 2001 (24 anos) |
Sede | Rio de Janeiro, RJ, Brasil |
Área(s) servida(s) | Brasil |
Presidente | Lino Cançado[1] |
Acionistas | BTG Pactual (22,02%) Cambuhy Investimentos (19,73%) Dynamo (10,06%) Atmos Capital (5,10%) Partners Alpha (5,05%) |
Website oficial | www.eneva.com.br |
Eneva[2] (anteriormente MPX)[3] é uma empresa brasileira integrada de energia[4] que atua nos setores de geração, exploração e produção de petróleo e gás natural e comercialização de energia elétrica.[5]
Sob o nome de MPX Energia, entrou em operação em 2001 e sua oferta pública inicial (IPO) foi realizada em 14 de dezembro de 2007.[6]
Em 2001, foi criada a MPX Energia, para a construção da Usina Termelétrica Termoceará, no âmbito do PPT – Plano Prioritário de Termeletricidade, lançado pelo Governo Federal durante a crise do “apagão”. Em 2005, a Petrobras adquiriu a usina da MPX por US$ 137 milhões.[7]
A abertura de capital da MPX na Bolsa de Valores de São Paulo se deu em 12 de dezembro de 2007, no qual a IPO movimentou R$ 1,92 bilhões, com projetos de geração térmica no Ceará e no Maranhão.[8]
Em setembro de 2009, é constituída a OGX Maranhão (66,7% OGX e 33,3% MPX) para permitir o abastecimento do Complexo Termelétrico Parnaíba por meio da exploração de gás natural na bacia do Parnaíba. A OGX, braço de petróleo e gás natural do grupo EBX, anunciou a compra de 70% de participação em sete blocos terrestres pertencentes à Petra Energia, que permaneceu com 30%.[9]
As atividades de perfuração tiveram início no dia 5 de julho de 2010. Em 12 agosto de 2010, a companhia OGX anunciou a descoberta de reservas de gás natural no poço 1-OGX-16-MA, no bloco PN-T-68. Foi feita nova descoberta no poço OGX-16 em 02 de setembro e em 17 e 26 de novembro foram feitas descobertas no poço OGX-22.[10][11][12]
Em setembro de 2011, a OGX Maranhão adquiriu 50% de participação no bloco exploratório terrestre PN-T-102 na bacia do Parnaíba, detida pelas companhias Imetame Energia, DELP Engenharia Mecânica e Orteng Equipamentos e Sistemas.[13]
Em 25 de maio de 2012, ocorre a cisão da MPX, com a criação da CCX, para mineração de carvão mineral na Colômbia.[8]
Em setembro de 2012, a OGX Maranhão obtém Licença de Operação (LO) para início da produção na Bacia do Parnaíba nos Campos Gavião Azul e Gavião Real, o qual foi o primeiro a operar. A produção comercial de gás iniciou-se em janeiro de 2013.[14][15]
Em 19 de janeiro de 2013, a MPX informou que Parnaíba I começou a fornecer energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), em caráter de testes, com a operação de sua primeira turbina, e recebeu sua autorização comercial em 1º de fevereiro de 2013. No dia 8 de fevereiro, a segunda turbina entrou em operação. No dia 16 de março, entrou em operação a terceira e, em 5 de abril, a quarta turbina.[16][17][18][19]
A Eneva é fruto da fusão da MPX Energia e OGX Maranhão, ambas sociedades que pertenciam ao Grupo EBX, do bilionário Eike Batista. Em 2014, a MPX teve o controle vendido ao grupo alemão de energia E.ON e mudou de nome para Eneva. No mesmo ano, o Fundo de Investimento Cambuhy, ligado a família Moreira Salles,[20] sócia do Banco Itaú, assumiu o controle da OGX Maranhão, que mudou de nome para Parnaíba Gás Natural (PGN).
Em 2016, as duas empresas, Eneva e Parnaíba Gás Natural, fundiram-se, mantendo o nome Eneva. A empresa resultante retira do solo o gás que é usado como combustível nas usinas termelétricas, fechando a cadeia. A solução ajuda a dar destino ao gás encontrado nos rincões do país, onde gasodutos são escassos, mas existe a rede de transmissão de energia elétrica. “É um modelo visionário pensado pelo Eike. O problema foi ter vendido um sonho sem um plano de execução”, afirma Zinner.[21]
As atividades da Eneva de exploração e produção de petróleo e gás natural estão concentradas em bacias sedimentares terrestres brasileiras, com concessões no Estado do Maranhão (Bacia do Parnaíba, Parque dos Gaviões) e no Estado do Amazonas (Bacia do Amazonas, Campo de Azulão).[5] De acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP),[22] as operações da Eneva representam 38% da produção de gás natural disponível em terra do Brasil em 2017, o que a torna a maior operadora privada de gás natural.
Na geração de energia elétrica a gás natural, o Complexo Termelétrico Parnaíba, localizado no município maranhense de Santo Antônio dos Lopes, possui 1,9 GW[23] de capacidade instalada, sendo 1,4 GW já operacionais. De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),[24] as usinas da Eneva representam 11% da capacidade instalada a gás natural do Brasil, tornando-a a maior empresa privada em termos de potência termelétrica.[24]
No Leilão de Energia Nova "A-6", de 2018, a Eneva sagrou-se vencedora com o projeto de fechamento de ciclo térmico UTE Parnaíba 5A e 5B,[25] a ser localizado no Complexo, que representou a única contratação de projeto a gás natural do Brasil em Leilões de Energia Nova no ano de 2018.[26] O novo projeto deverá garantir aumento de eficiência energética do parque.
Em maio de 2019, a Eneva sagrou-se vencedora no "Leilão para Suprimento a Boa Vista e Localidades Conectadas" com a Solução de Suprimento a gás natural Jaguatirica II, que deverá suprir o Estado de Roraima com energia elétrica a partir da substituição do diesel por hidrocarboneto extraído do Campo de Azulão, localizado na Bacia do Amazonas.[27] Trata-se do primeiro projeto a gás natural daquela Unidade Federativa.[28] O investimento previsto nos Estados do Amazonas e de Roraima é de R$ 1,8 bilhão,[27] montante equivalente a cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado de Roraima.[29] A redução de custos de geração proporcionada pela Solução de Suprimento Jaguatirica II é na ordem de 35%.[30]
Em março de 2022, a Eneva conclui a aquisição da Focus Energia, possibilitou se consolidar no mercado de energia renovável, com a Usina Solar Futura I. No mesmo ano, também adquire a Central Geradora Termelétrica Fortaleza e a UTE Porto de Sergipe I, além de inaugurar a UTE Jaguatirica II.[31]
Atualmente, os maiores acionistas da empresa são BTG Pactual (22,02%), Cambuhy Investimentos (19,73%), Dynamo (10,06%), Atmos Capital (5,10%) e Partners Alpha (5,05%).[32] Demais acionistas permanecem com posições pulverizadas no mercado em regime free float.[33]
A capacidade total instalada da Eneva atingiu 5,3 GWh ao final de 2022. A energia gerada pela empresa foi de 5.373 GWh em 2022. Entre os empreendimentos do grupo estãoː[31]
A Eneva possui uma área total sob concessão superior a 60 mil km² nas bacias do Parnaíba (MA), Amazonas (AM), Solimões (AM) e Paraná (MS/GO).[35]
A companhia tem doze campos declarados comerciais: sete deles em produção (Gavião Real, Gavião Vermelho, Gavião Branco, Gavião Caboclo, Gavião Azul e Gavião Preto na Bacia do Parnaíba; e o Campo de Azulão, na bacia do Amazonas) e seis em desenvolvimentoː Gavião Branco Norte, Gavião Tesoura, Gavião Carijó, Gavião Belo e Gavião Mateiro, localizados no Maranhão, e destinados ao Complexo Termelétrico Parnaíba.[36][35][31]
A GNL Brasil é uma empresa especializada em soluções logísticas, sendo resultado de uma joint venture entre Eneva (51%) e Virtu GNL (49%). A subsidiária oferece soluções integradas de logística que incluem o transporte de gás natural liquefeito em carretas criogênicas, a estocagem e a regasificação. Com a expertise adquirida ano projeto Azulão-Jaguatirica, a empresa tem planos de expansão no Maranhão.[37]