Ernestine de Lambriquet

Ernestine
Ernestine de Lambriquet
Madame Real, Ernestine de Lambriquet e o Delfim no no Petit Trianon c. 1789
Nascimento 31 de julho de 1778
Versalhes, Reino da França
Morte 30 de dezembro de 1813 (35 anos)
Paris, Reino da França
Nacionalidade  França
Progenitores Mãe: Marie-Philippine Noiret
Pai: Jacque Lambriquet

Ernestine de Lambriquet (Versalhes, 31 de julho de 1778Paris, 30 de dezembro de 1813) foi uma filha ilegítima/adotiva do rei Luís XVI da França e sua esposa Maria Antonieta e dama de companhia da filha dos reis, a princesa Maria Teresa Carlota, conhecida como "Madame Real".

Rainha Maria Antonieta com seus filhos (pintura de Élisabeth Vigée-Lebrun, 1784

Ernestine de Lambriquet nasceu no Palácio de Versalhes a 31 de julho de 1778[1], sendo filha de uma criada.[2] De acordo com Susan Nagel, Ernestine era filha ilegítima do rei Luís XVI da França.[3] Após a morte de sua mãe, a 30 de abril de 1788, Ernestine foi adotada pelo rei Luís XVI e sua esposa Maria Antonieta e recebeu uma pensão de 20.000 libras anuais do rei.[4]

Ernestine de Lambriquet foi apontada como dama de companhia da filha dos reis, a princesa Maria Teresa Carlota, conhecida como "Madame Real". Madame Real exigiu que Ernestine recebesse a mesma proteção e afeição da rainha. Seguindo os desejos de Maria Antonieta, ambas as crianças foram criadas sem distinção entre elas; compartilharam a mesma educação dos mesmos professores. Elas se tornaram muito unidas e a princesa amava sua protégée ("protegida") com desinteressada afeição […]; e Ernestine retribuía a proteção real com reverência e gratidão.[5]

Durante a Revolução Francesa, ela acompanhou a família real de Versalhes ao Palácio das Tulherias em Paris. Durante a Fuga de Varennes, ela foi enviada para o seu pai biológico, mas foi devolvida depois que a família real foi trazida de volta a Paris.[6]

Quando da invasão do Palácio das Tulherias, Ernestine foi ameaçada de morte pelos invasores mas foi poupada.[7] Nesse ínterim, a família real refugiou-se na assembleia nacional. Maria Antonieta ordenou a sub-governanta real Renée Suzanne de Soucy para levar Ernestine para fora de Paris em segurança. Passando a Praça do Carrossel à frente do Palácio das Tulherias, De Soucy deixou Lambriquet para buscar o cocheiro da carruagem; quando ela estava ausente, um rebelde confundiu Lambriquet com Maria Teresa Carlota e jogou o cadáver de um membro da Guarda Suíça em frente aos seus pés, mas um empresário a defendeu, acreditando que era a princesa.[8]

A monarquia francesa foi abolida a 21 de setembro de 1792, o rei e a rainha foram executados, o delfim morreu na prisão e Maria Teresa permaneceu em cárcere até 1795, quando, após uma troca de prisioneiros políticos, foi recebida na corte de seu primo Francisco II, Sacro-imperador Romano-Germânico.[9]

Pouco se sabe da vida de Ernestine após a revolução. Consta que houve planos para trazê-la junto de Maria Teresa para a corte de Francisco II[10] e que viveu segura durante a Era Napoleônica.[11] De acordo com registros franceses, Ernestine de Lambriquet casou-se com um viúvo de nome Jean-Charles-Germain Prempain em Paris a 7 de dezembro de 1810 e morreu em Passy, um subúrbio parisiense, a 30 de dezembro de 1813, sem descendência.[3]

A Condessa das Trevas

[editar | editar código-fonte]

Uma teoria conspiratória conhecida como "Condessa das Trevas", clamava que Maria Teresa, após ser sido estuprada na prisão, havia sido substituída por Ernestine de Lambriquet, vivendo o resto de sua vida em anonimato na Alemanha e sempre com o seu rosto coberto por um véu escuro.[12]

Em outubro de 2013, o túmulo da condessa em Hildburghausen, Turíngia, Alemanha, foi exumado para obter DNA para testes, para determinar se ela era Maria Teresa. O teste de DNA revelou que a Condessa das Trevas não era Maria Teresa, mas sim outra mulher cuja identidade permanece um mistério. A 28 de julho de 2014, o 'Interessenkreis Dunkelgräfin' transmitiu os resultados que provaram sem sombra de dúvida que o Dunkelgräfin não era Maria Teresa, na televisão.[13]

Referências

  1. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, page XIII. ISBN 9781596918641.
  2. (1865). Gustave de Reiset. Lettres de la Reine Marie-Antoinette à la Landgrave Louise de Hesse-Darmstadt, p. 44.
  3. a b (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, p. 368. ISBN 9781596918641.
  4. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, page XIV. ISBN 9781596918641.
  5. (1853) Mrs. Isabella Frances Romer, Dr. Doran (John). Filia Dolorosa: Memoirs of Marie Thérèse Charlotte, Duchess of Angoulême, the Last of the Dauphines. Bentley, p. 14.
  6. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, 102. ISBN 9781596918641.
  7. (1860). Adolphe Granier de Cassagnac. Histoire Des Girondins Et Des Massacres de Septembre D'après Les Documents Officiels Et Inédits. E. Dentu, p. 541.
  8. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, p. 126. ISBN 9781596918641.
  9. Castelot, chapter L'Orpheline du Temple, p. 110-111.
  10. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, p. 226. ISBN 9781596918641.
  11. (2010). Susan Nagel. Marie-Therese, Child of Terror: The Fate of Marie Antoinette's Daughter. Bloomsbury Publishing, p. 375. ISBN 9781596918641.
  12. Samuel, Henry (15 de outubro de 2013). "Dark Countess' tomb exhumed to solve 200-year-old mystery". The Telegraph. Consultado em 1 de dezembro de 2013.
  13. "[http://www.spiegel.de/wissenschaft/mensch/dunkelgraefin-war-keine-prinzessin-und-nicht-tochter-von-ludwig-xvi-a-983512.html Dunkelgraefin war keine Prinzessin und nicht Tochter von Ludwig XVI]". Spiegel. 29 July 2014.
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.