A escravatura (ou escravidão) em Angola existia desde o final do século XV, quando Portugal estabeleceu contatos com os povos que viviam no que é o noroeste do país atual, e lá fundou vários postos comerciais na sua costa. Alguns desses povos, como os Imbangala[1] e os Mbundu,[2] eram e foram ativos comerciantes de escravos durante séculos (ver Escravidão em África).
A partir de 1839 a Marinha portuguesa, apesar de muito fragilizada por ter estado envolvida na guerra civil de Portugal (1832-1834), começa a fazer forte perseguição aos navios negreiros e lhes põe fim ao negócio em toda a costa que estava sob sua autoridade[3].
No final do século XVI, os exploradores do Reino de Portugal fundaram o assentamento fortificado de Luanda, e, mais tarde, outros pequenos postos comerciais e fortificações no rio Cuanza, bem como na costa do Atlântico a sul até Benguela. Durante esse tempo até ao início do século XIX[4], um dos principais componentes da sua atividade comercial consistiu no comércio atlântico de escravizados.[5] O mesmo tráfico de escravos depois, em 1836, foi abolido pelas autoridades portuguesas.[6] Muitos analistas comparavam a escravidão angolana em menor escala associada a servidão linhageira com as economias orientais.[7]
O Império Português conquistou o povo Mbundu de Angola, incorporando a economia local no comércio atlântico de escravizados.[2]
Em 1610, Frei Luís Brandão, chefe do colégio jesuíta de Luanda, administrado por portugueses, escreveu a um jesuíta que questionou a legalidade da escravização dos nativos angolanos, dizendo: "Estamos aqui há quarenta anos e tem havido muitos homens instruídos aqui e na província do Brasil que nunca consideraram o comércio ilícito." Ele afirmou ainda que apenas um pequeno número de nativos poderiam ter sido escravizados ilegalmente, e que os portugueses, pelo menos, os converteram ao cristianismo.[8] Angola exportou escravos a uma taxa de 10.000 por ano em 1612.[9] Os portugueses construíram um novo porto em Benguela em 1616, sob os auspícios do Dominío filipino do rei Filipe III de Espanha, que permitiu expandir o acesso português aos escravos angolanos.[10] De 1617 a 1621, durante o governo de Luís Mendes de Vasconcelos, até 50.000 angolanos foram escravizados e enviados para as Américas.[11] Os Vergulde Valck, Negociantes de escravos holandeses compraram 675 dos mil escravos vendidos em Angola em 1660.[12][13]
Durante várias décadas, o tráfico de escravos com a colônia portuguesa do Brasil foi importante em Angola; Os navios brasileiros eram os mais numerosos nos portos de Luanda e Benguela. Esse comércio de escravos também envolveu mercadores e guerreiros negros locais que lucraram com o comércio.[14]
Desde o final do século XVI até 1836, quando Portugal aboliu o tráfico de escravos, Angola pode ter sido a fonte de cerca de 2 milhões de escravos para o Novo Mundo. Mais da metade destes foram para o Brasil, quase um terço para o Caribe e de 10 a 15 por cento para a área do Rio de la Plata, na costa sudeste da América do Sul.