A escrita ístmica é um sistema de escrita mesoamericano muito antigo, utilizado na região do istmo de Tehuantepec desde talvez 500 a.C. até 500 d.C., embora haja desacordo quanto a estas datas. É também designada como escrita de La Mojarra e escrita epiolmeca.
A escrita ístmica é estruturalmente semelhante à posterior escrita maia, e tal como esta utiliza um conjunto de caracteres para representar logogramas e um outro conjunto para representar sílabas.[1]
Uma máscara de estilo teotihuacano (descoberta por Coe e Houston; veja aqui uma imagem desta máscara.)
Outros textos incluem:
Alguns glifos ístmicos em quatro estelas muito estragadas (5, 6, 8 e provavelmente 15) de Cerro de las Mesas.
Aproximadamente 23 glifos na "máscara O'Boyle", um artefacto de barro duma colecção privada, de proveniência desconhecida.
Um pequeno número de glifos num fragmento de cerâmica de Chiapa de Corzo. A este fragmento foi atribuída a data mais antiga entre todos os artefactos com escrita ístmica: 450 a 300 a.C.[2]
Num texto publicado em 1993, Justeson e Kaufman propuseram uma decifração parcial do texto ístmico encontrado na estela de La Mojarra, afirmando que a lígua representada era um membro da família linguísticamixe-zoqueana. Em 1997, os mesmo epigrafistas publicaram um segundo texto sobre a escrita epiolmeca, no qual afirmavam que uma secção de texto recentemente descoberta na estela, havia sido prontamente decifrada utilizando o sistema de decifração que eles haviam estabelecido anteriormente para a porção maior de texto.
No entanto, no ano seguinte, a sua interpretação do texto de La Mojarra foi disputada por Stephen Houston e Michael D. Coe, que haviam tentado sem sucesso aplicar o sistema de decifração de Justeson e Kaufman ao texto ístmico encontrado na face interior de uma máscara de estilo teotihuacano até então desconhecida (duma colecção privada, e de proveniência desconhecida). Este assunto continua a ser objecto de debate.
Brigham Young University press-release on behalf of Brigham Young University archaeologist Stephen Houston and Yale University professor emeritus Michael Coe disputing the Justeson-Kaufman findings.*Diehl, Richard A. (2004) The Olmecs: America's First Civilization, Thames & Hudson, London.
Houston, Stephen, and Michael Coe (2004) "Has Isthmian Writing Been Deciphered?", in Mexicon XXV:151-161.
Justeson, John S., and Terrence Kaufman (1993), "A Decipherment of Epi-Olmec Hieroglyphic Writing" in Science, Vol. 259, 19 March 1993, pp. 1703–11.