Evo

 Nota: Para outros significados, veja Evo (desambiguação).
Santo Alberto, o Grande

Na filosofia escolástica, o evo (em latim: aevum), também chamado de eviternidade, é o modo temporal de existência experimentado pelos anjos e pelos santos no céu. De certa forma, é um estado que se situa logicamente entre a eternidade (atemporalidade) de Deus e a experiência temporal dos seres materiais. Às vezes é chamado de "eternidade imprópria".[1]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

A palavra evo vem do latim aevum, significando originalmente "idade", "éon" ou "tempo eterno";[2] a palavra eviternidade vem do neologismo latino medieval aeviternitas.

História[editar | editar código-fonte]

O conceito de evo remonta pelo menos ao tratado De quattuor coaequaevis de Santo Alberto.[3] Sua descrição mais familiar é encontrada na Summa theologica de Santo Tomás de Aquino. Aquino identifica o evo como a medida da existência de seres que "se afastam da permanência do ser, [...] porque o ser delas nem consiste na transmutação, nem está sujeito a esta; contudo tem a transmutação adjunta, atual ou potencialmente." Como exemplos, ele cita os corpos celestes (que, na ciência medieval, eram considerados imutáveis em sua natureza, embora variáveis em sua posição) e os anjos, que "têm o ser intransmutável, mas variável quanto à eleição".[4]

Filosofia contemporânea[editar | editar código-fonte]

Frank Sheed, em seu livro Teologia e Sanidade, disse que o evo também é a medida de existência dos santos no céu:

"A eviternidade é a esfera própria de todo espírito criado e, portanto, da alma humana... Na morte, a relação perturbadora [do corpo] com o tempo da matéria deixa de afetar a alma, para que ela possa experimentar sua própria eviternidade."[5]

Referências

  1. Anzulewicz, Henryk. "Aeternitasaevumtempus. The Concept of Time in the System of Albert the Great". The Medieval Concept of Time: Studies on the Scholastic Debate and Its Reception in Early Modern Philosophy. Ed. Pasquale Porro. Leiden: Brill Academic Publishers, 2001.
  2. Charlton T. Lewis e Charles Short, A Latin Dictionary (Oxford, Clarendon Press, 1879), 64–65.
  3. Albertus Magnus, De IV coaequaevis, tract. 2, qu. 3.
  4. Tomás de Aquino, Summa Theologica, Primeira Parte, Questão 10, Artigo 5.
  5. Sheed, Frank. Teologia e Sanidade. 2ª ed. San Francisco: Ignatius Press, 1993.
Ícone de esboço Este artigo sobre filosofia/um(a) filósofo(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.