Faouzia Farida Charfi, cujo nome de solteira é Faouzia Farida Rekik, nasceu em 30 de dezembro de 1941 em Sfax. É professora universitária de física e Secretária de Estado no Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa Científica de 17 de janeiro a 2 de março de 2011 nos governos de Mohamed Ghannouchi e depois de Béji Caïd Essebsi.
Faouzia Charfi terminou o estudo secundário em 1958 e obteve em 1963 a licenciatura de física na Faculdade de Ciências de Paris, em 1976 a pós-graduação em física da matéria condensada na Faculdade de Ciências de Túnis e, em 1984, o Doctorat d’État em física de semicondutores nesta última universidade[1].
Faouzia Charfi foi professora da École normale supérieure de Túnis de 1964 a 1966, pesquisadora na Comissão de Energia Atômica da Tunísia de 1967 a 1968 e terminou sua carreira universitária como professora na Universidade de Túnis[1].
Chefe do grupo de pesquisa em física de semicondutores da Faculdade de Ciências de Tunis, Faouzia Charfi é diretora do Instituto Preparatório para Estudos Científicos e Técnicos entre 1995 e 2001[1]; presidente do Prêmio Internacional Henri La Fontaine de Humanismo em 2021[2]; membro correspondente da Academia Tunisina de Ciências, Letras e Artes [3], [2]; do conselho de administração do International Science, Technology and Innovation Centre for South-South Cooperation e da Sociedade Tunisia na de Física, e é, atualmente, professora convidada em várias universidades estrangeiras, dentre elas a École normale supérieure de Cachan[1][4].
Durante a presidência de Habib Bourguiba, Faouzia Charfi e seu marido Mohamed Charfi participam do movimento clandestino Perspectives tunisiennes[5].
Quando vem a revolução tunisiana em 2011, ela é nomeada em janeiro Secretária de Estado no Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa Científica no governo de unidade nacional de Mohamed Ghannouchi e depois no de Béji Caïd Essebsi, mas renuncia em março do mesmo ano, para poder agir livremente como simples membro da sociedade civil[6]. Com efeito, ela declara que "o projeto islâmico é um projeto global que visa não somente mudar a Constituição, mas toda a sociedade: as mulheres, a educação e o pensamento científico", denunciando assim a infiltração dos movimentos políticos islamistas em todos os setores da vida civil[5].
Em 2017, ela bloqueia uma tese na Escola de engenharia de Sfax afirmando que a Terra é plana e imóvel no centro do universo. “Como podemos aceitar; diz ela, que a Universidade não seja o espaço do conhecimento, do rigor científico, mas o da negação da ciência, onde a ciência é recusada porque não está em conformidade com o Islão!" [7],[8].
Faouzia Charfi é viúva de Mohamed Charfi, ativista dos direitos humanos e ex-ministro da Educação, que morreu em 2008. Eles tiveram três filhas.