Ferdinand Schjelderup | |
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Nascimento | 8 de março de 1886 |
Morte | 30 de julho de 1955 |
Cidadania | Noruega |
Progenitores |
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Cônjuge | Leiken Schjelderup |
Filho(a)(s) | Daisy Schjelderup, Thorleif Schjelderup |
Irmão(ã)(s) | Gunnar Schjelderup |
Ocupação | juiz |
Ferdinand Schjelderup (8 de março de 1886 – 30 de julho de 1955) foi um alpinista norueguês, juiz do Supremo Tribunal e membro da resistência durante a ocupação alemã na Noruega.
Ferdinand nasceu em Kristiania em 1886;[1] seu pais se chamavam Thorleif Frederik Schjelderup e Inga Berven.[2] Ele era irmão de Gunnar Schjelderup[1] e, por meio de sua tia Berte, Ferdinand era sobrinho de Bredo Henrik von Munthe de Morgenstierne.[2]
Em 1914 casou-se com Marie Leigh Vogt, filha de Paul Benjamin Vogt e de sua esposa Andrea Heyerdahl[2] e neta de Niels Petersen Vogt. Eles tiveram três filhos, sendo o mais famoso deles o Thorleif Schjelderup, nascido em 1920, que se tornou um renomado saltador de esqui, com uma medalha olímpica de 1948.[3] Casou-se com a cantora estadunidense Anne Brown.[2] Suas duas filhas eram Liv e Daisy, formadas, respectivamente, em médica e em arquitetura. Daisy Schelderup também trabalhava como tradutora e atuava no movimento antinuclear.
Ferdinand trabalhou como advogado do Supremo Tribunal em 1916 e como juiz desse poder judiciário de 1928 a 1952, com exceção do período entre dezembro de 1940 e maio de 1945,[1] durante a ocupação alemã na Noruega.
As novas autoridades nazistas acharam que ele era o mais repreensivo entre os juízes do Supremo Tribunal, já que Ferdinand em certa ocasião insultara uma foto de Vidkun Quisling.[4] Enquanto os juízes do Supremo Tribunal deixaram coletivamente seus cargos em dezembro de 1940,[5] Ferdinand emergiu como um dos membros mais proeminentes da resistência civil norueguesa. De acordo com os historiadores, isso foi "completamente inesperado".[6] Com sua influência sobre Paal Berg, o chefe de justiça do Supremo Tribunal até 1940, Ferdinand contratou Berg para o círculo interno Kretsen em 1941, que tinha contato direto com o governo norueguês no exílio em Londres, no Reino Unido. Ele também estava em contato com a legação norueguesa em Estocolmo, através do secretário Jens Boyesen.[7] Ferdinand foi mais tarde o mensageiro entre Kretsen e o tal do Comitê de Coordenação da resistência norueguesa. Além disso, ele participou de reuniões na organização militar secreta Milorg. Em 1943 escreveu pessoalmente a carta Partisanbrevet, endereçada de Kretsen ao governo norueguês no exílio.[6] Nela, Kretsen defendeu a resistência sem armas, temendo que Milorg pudesse comprometer todo o movimento de resistência se conduzisse uma revolta militar mais ampla. Esse medo de um possível fracasso foi parcialmente causado pelas duras ofensivas nazistas em Majavatn e Telavåg. No entanto, a carta ajudou a esclarecer desentendimentos mútuos sobre linhas de comando em Kretsen e Milorg, que por sua vez estimularam a cooperação entre as duas organizações, iniciada em 1943 e conhecida como Hjemmefrontens Ledelse.[8] Aproximando-se do inverno de 1944, Ferdinand já não estava seguro na Noruega e acabou fugindo para a Suécia.[6]
Após o fim da guerra, ele publicou três livros: Fra Norges kamp for retten. 1940 i Høyesterett (1945), På bred front 1941–42 (1947) e Over bakkekammen 1943–44 (1949). Estes são vistos como valiosos contributos para a história ocupacional norueguesa.[1]
Ferdinand Schjelderup estava entre os fundadores da sociedade de alpinismo Norsk Tindeklub em 1908 e atuou como seu presidente de 1915 a 1916.[9] A Noruega é um país montanhoso e, durante essa época, o turismo e as expedições foram cada vez mais divulgados.
Ferdinand Schjelderup estava entre os primeiros ascendentes de várias montanhas. No verão de 1910, ele e seus companheiros realizaram as primeiras ascendências de várias montanhas do condado de Nordland: Stedtinden, Svolværgjeita, Store Rørhopstinden, Navern, Klokketind e Festhæltind, conforme narrado em um artigo no livro Norsk Fjeldsport 1914.[10]