As Forças da Guarda Fronteiriça ou Forças de Guarda de Fronteira (birmanês: နယ်ခြားစောင့်တပ်; em inglês: Border Guard Forces, abreviado BGF) são subdivisões do Tatmadaw (Forças Armadas de Mianmar) consistindo de antigos grupos insurgentes em Mianmar sob a instrução de Comandos Militares Regionais. O governo anunciou o seu plano de criar Forças de Guarda de Fronteira em Abril de 2009, na esperança de pôr fim às hostilidades entre o governo e os grupos insurgentes que antecederam as eleições gerais de 2010.
Em 2008, a nova constituição tornou obrigatório que grupos insurgentes fizessem a transição para uma Força da Guarda Fronteiriça antes que o governo concordasse em se envolver em negociações de paz.[1] Após o anúncio do governo sobre as Forças da Guarda Fronteiriça, o mesmo estabeleceu um prazo para que todos os grupos insurgentes fizessem a transição, e que todos os acordos de cessar-fogo antes do prazo se tornariam "nulos e sem efeito". O prazo foi originalmente definido para junho de 2009, mas foi adiado cinco vezes até setembro de 2010.[2][3]
Em abril de 2009, o tenente-general Ye Myint liderou uma comitiva governamental para se reunir com os grupos insurgentes Kokangs, Xãs e Was, para discutir planos para criar "segurança coletiva" formada por grupos insurgentes e sob o comando do Tatmadaw, o que acabaria por levar à criação das Forças de Guarda de Fronteira.[4] Em 2009, quatro dos grupos insurgentes, o Exército Democrático Budista dos Karen, o Exército de Defesa Kachin, o Novo Exército Democrático - Kachin (NDA-K) e o Exército/Organização Nacional Pa-O (PNO/A), aceitaram os termos do plano de transição e se transformaram em grupos Forças da Guarda Fronteiriça.[5]
Em 20 de agosto de 2009, soldados do Tatmadaw e grupos recém transferidos para as Forças da Guarda Fronteiriça reuniram-se fora da cidade de Laukkai, Kokang, em preparação para uma tentativa de recapturar a cidade do Exército da Aliança Democrática Nacional de Mianmar (MNDAA), depois de se terem recusado a transformar-se numa Força da Guarda Fronteiriça.[6][7]
Em 2010, um poderoso comandante do DKBA, Saw Chit Thu, aceitou as exigências do governo mianmarense para se transformar na Força de Guarda de Fronteira, sob o comando do Tatmadaw e servindo como líder.[8]
O governo mudaria sua postura agressiva em relação as Forças da Guarda Fronteiriça e cessar-fogo em 18 de agosto de 2011, quando o então presidente de Mianmar, Thein Sein, prometeu "tornar a questão étnica uma prioridade nacional" ao oferecer um diálogo aberto entre o governo e todos os grupos insurgentes, sem a exigência da Forças da Guarda Fronteiriça.[2]
Não existem diretrizes governamentais oficiais relativas as Forças da Guarda Fronteiriça, mas existem linhas na constituição birmanesa que as fazem referência.[9] As seguintes são regras de facto definidas pelo Tatmadaw na criação das Forças de Guarda de Fronteira:[2][4]