Genba

Genba (現場? também romanizada como Gemba) é um termo japonês que significa "o lugar real". Detetives japoneses chamam a cena do crime de Genba, e repórteres da TV japonesa podem se referir a si mesmos como reportéres de Genba. Nos negócios, genba refere-se ao local onde o valor é criado; na manufatura, genba é o chão de fábrica. Ou seja, pode ser qualquer "lugar", como um canteiro de obras, piso de vendas ou onde o prestador de serviços interage diretamente com o cliente[1].

Genba na filosofia Lean

[editar | editar código-fonte]

No conceito de Lean manufacturing, genba tem o significado de ir ao local de trabalho e observar o que ocorre in loco, já que os desperdícios são visíveis[2]. A caminhada gemba, assim como a Management By Walking Around (MBWA), é uma atividade que leva a gestão para as linhas de frente para buscar desperdícios e oportunidades para praticar genba kaizen, ou melhoria prática do chão de fábrica.

"Gemba Walk" é um conceito que denota a ação de ir ver o processo real, entender o trabalho, fazer perguntas e aprender[3][4]. É considerada uma parte fundamental da filosofia de filosofia lean[5].

O conceito de "Gemba Walk" foi desenvolvido por Taiichi Ohno[6], um executivo da Toyota. Ohno entendia ser fundamental dar a oportunidade para os funcionários se afastarem de suas tarefas diárias e olharem para o processo "de fora", avaliá-lo, falar sobre tarefas, perguntar, analisá-lo e, assim, identificar aspectos que possam ser melhorados[7]. O objetivo do Gemba Walk é entender o fluxo de valor e seus problemas em vez de rever resultados ou fazer comentários superficiais[8].

Genba na Gestão da Qualidade

[editar | editar código-fonte]

Na ótica da Gestão da Qualidade, genba significa o piso fabril e a ideia é que, se ocorrer um problema, os engenheiros devem ir até lá para entender o impacto total do problema, coletando dados de todas as fontes. Ao contrário de grupos focais e pesquisas, as visitas genba não são roteirizadas ou vinculadas ao que se quer perguntar.

Genba no Quality Function Deployment

[editar | editar código-fonte]

Glenn Mazur[9] introduziu este termo no Quality Function Deployment (QFD) - um sistema de qualidade para novos produtos onde a fabricação não começou - para significar o local de negócios ou estilo de vidado cliente. A ideia é que, para ser orientado pelo cliente, é preciso ir ao genba do cliente para entender seus problemas e oportunidades, usando todos os sentidos para coletar e processar dados.

Referências

  1. Imai, Masaaki (1997). Gemba kaizen: a commonsense low-cost approach to management. New York: McGraw-Hill Professional. p. 13. ISBN 978-0-07-031446-7  Verifique o valor de |url-access=registration (ajuda)
  2. lean.org.br/ O que fazer no Gemba
  3. Womack, Jim (2011). Gemba Walks. [S.l.]: Lean Enterprise Institute, Inc. p. 348. ISBN 978-1-934109-15-1 
  4. «LEI - Lean Product Catalog - Lean Enterprise Publications». lean.org 
  5. «Book Review: gemba Walks, by Jim Womack». sagepub.com 
  6. Ohno, T., Bodek, N. (1988). The Toyota Production System: Beyond Large-Scale Production. [S.l.]: Productivity Press 
  7. Andrew Castle, Rachel Harvey (2009). «Lean information management: the use of observational data in health care». International Journal of Productivity and Performance Management, Vol. 58 Iss: 3, pp.280 - 299. ISSN 1741-0401 
  8. «Getting Over Gemba-phobia». lean.org 
  9. Mazur, Glenn (1989). «"QFD and the Voice of the Customer," Quality Function Deployment: A Process for Translating Customers' Needs into a Better Product and Profit». GOAL/QPC 1989 Research Committee Research Report