Haliotis kamtschatkana | |||||||||||||||||
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Concha de H. kamtschatkana, vista por baixo.
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Estado de conservação | |||||||||||||||||
Em perigo | |||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||
Haliotis kamtschatkana Jonas, 1845[1] | |||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||
Haliotis assimilis Dall, 1878 Haliotis aulaea Bartsch, 1940 Haliotis smithsoni Bartsch, 1940 (WoRMS)[1] |
Haliotis kamtschatkana (em inglês: Pinto abalone, Kamchatka abalone, Alaska abalone, japanese abalone ou northern abalone) é uma espécie de molusco gastrópode marinho pertencente à família Haliotidae. Foi classificada por Jonas, em 1845. É nativa do norte do oceano Pacífico, em águas rasas da costa oeste da América do Norte, na Sibéria e no Japão.[1][2][3][4] A espécie Haliotis assimilis (em inglês threaded abalone), Dall, 1878, agora é considerada sua subespécie: Haliotis kamtschatkana assimilis.[5][6][7][8]
Abalones têm sido utilizados nesta área desde que o Homem chegou. Os americanos nativos comiam a carne de abalone, utilizando conchas inteiras como tigelas e pedaços de conchas para uso em anzóis, raspadores, miçangas, colares e decorações; até mesmo fazendo permutas com as conchas.[5] Sete espécies são descritas na região oeste da América do Norte: Haliotis corrugata, H. cracherodii, H. fulgens, H. kamtschatkana, H. rufescens, H. sorenseni e H. walallensis.[9]
Esta subespécie apresenta uma variação considerável na forma de suas conchas, podendo ter uma longa e estreita concha, muito arqueada, com uma superfície áspera e irregular; ou apresentá-las ovais e pouco arqueadas, com superfície mais regular e lisa. Os espécimes de concha estreita vão, em sua distribuição norte-americana, do Panhandle do Alasca até Point Sur, na Califórnia; com indivíduos de concha oval e pouco arqueada indo desta localidade até Point Conception.[2] Chegam até 10 centímetros,[3] raramente até 15, e são de um marrom-avermelhado com marmoreios esverdeados, manchado com ocasionais branco e azul espalhados sobre sua superfície.[2][10] Os furos abertos na concha, de 3 a 6, mas geralmente em número de 5, são circulares e elevados. Região interna madreperolada, iridescente, com nenhuma cicatriz muscular ou com pequenas cicatrizes musculares centrais visíveis, esverdeadas, em indivíduos maiores.[2][10] Lábio externo levemente ondulado, se estendendo sobre a área madreperolada interna e normalmente formando uma borda com a mesma coloração de sua superfície. Em águas profundas, as conchas são cobertas com os mesmos organismos marinhos que se encontram sobre o substrato, tornando-as difíceis de distinguir dos arredores.[2] [1][2][3]
Na região central da Califórnia a subespécie assimilis se apresenta,[11] com sua concha oval e arqueada, moderadamente fina, com superfície bastante regular e com proeminentes estrias em espiral, intercaladas por várias costelas ou estreitas cristas baixas. Espiral moderadamente alta e coloração principalmente esverdeada, com manchas em marrom, branco, vermelho ou amarelo.[6] Ela tem uma característica genética única, encontrada em 5 a 10% da população, que é uma banda de coloração laranja, paralela aos buracos abertos, mais rara na subespécie kamtschatkana.[5][8] Possui 4 a 6 furos abertos, pequenos e levantados. Região interna madreperolada, iridescente, com nenhuma cicatriz muscular ou com pequenas cicatrizes musculares centrais visíveis, esverdeadas, em indivíduos maiores. Lábio externo se estendendo sobre a área madreperolada interna e normalmente formando uma borda com a mesma coloração de sua superfície.[6][12] A concha desta espécie, em vida, pode ser recoberta por outros animais marinhos, como cracas.[13]
Haliotis kamtschatkana ocorre em águas rasas, desde a zona entremarés, entre as rochas da maré baixa, até profundidades de cerca de 10 a 15 metros,[2] em costas rochosas do nordeste do oceano Pacífico; com a subespécie H. kamtschatkana assimilis ocorrendo com maior frequência entre 20 e 30 metros, indo do sul de Point Conception (Califórnia, Estados Unidos), até Bahía Tortugas, na península da Baixa Califórnia (no oeste do México).[6] Já a subespécie H. kamtschatkana kamtschatkana ocorre de Sitka, no Alasca, até Point Conception,[2][5] passando por todo o território da Colúmbia Britânica, no Canadá, e sendo a única espécie comum de abalone neste país.[14] Também é relatada como presente na Sibéria (Rússia) e Japão.[3][4]
Embora tenha sido raramente pescada para a indústria de alimentos e joalheria nos Estados Unidos,[5] Haliotis kamtschatkana agora é espécie protegida. O Alasca e a Colúmbia Britânica são as duas únicas regiões onde ocorreu a pesca comercial desta espécie, pois populações significativas estão ausentes ao sul das ilhas San Juan, em Washington.[11] Nas águas costeiras deste último estado. não há esperança de que a população vá se recuperar sem as ações de proteção e recuperação do Endangered Species Act.[15] No Canadá, o auge de sua coleta foi em 1979 e o seu encerramento em 1996, com o declínio de sua densidade populacional superior a 80%. Os números de população atuais são estáveis, mas o potencial para mais declínio ainda existe.[11] A espécie é predada por lontras marinhas, caranguejos, polvos, alguns peixes e estrelas do mar (especialmente da espécie Pycnopodia helianthoides). Este abalone possui uma tolerância de temperatura considerável, embora possa ser diretamente afetado pelos efeitos do aquecimento global na sua distribuição sul.[14]