Henryk Ross | |
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Henryk Ross interrogado por Gideon Hausner durante o julgamento de Adolf Eichmann (1961) | |
Conhecido(a) por | sobrevivente do Holocausto e fotógrafo do Judenrat, no Gueto de Łódź |
Nascimento | 1 de maio de 1910 Varsóvia, Reino da Polônia |
Morte | 1991 (81 anos) Jerusalém, Israel |
Nacionalidade | polonesa |
Henryk Ross (Varsóvia, 1 de maio de 1910 – Jerusalém, 1991) foi um fotógrafo judeu polonês, contratado pelo Departamento de Estatística do Judenrat, no Gueto de Łódź, durante o Holocausto, na Polônia ocupada.
Ross nasceu em 1910, em Varsóvia, na época capital do Reino da Polônia. Antes da Segunda Guerra Mundial, trabalhava como fotógrafo esportivo para um jornal de Varsóvia.[1]
A partir de 1940, durante a ocupação nazista da Polônia, Ross foi empregado no Departamento de Estatísticas do Judenrat, no Gueto de Łódź. Como fotógrafo oficial, ele tinha uma posição delicada: enquanto desempenhava suas funções para as autoridades nazistas, arriscou sua vida documentando secretamente as atrocidades, como enforcamentos públicos, sem despertar suspeitas dos alemães.[1]
Entre suas tarefas oficiais, Ross tirava fotos de identidade para os residentes do gueto. Para driblar a escassez de filme fornecido pelos nazistas, ele montou um cenário em três níveis em seu estúdio, permitindo fotografar até doze pessoas com um único negativo. Isso lhe dava a oportunidade de poupar filme para captar cenas não autorizadas.[1]
Nas fotos clandestinas, Ross registrou a vida cotidiana no gueto: celebrações comunitárias, crianças revirando o lixo em busca de comida e grupos de judeus sendo levados para a deportação, carregados em vagões de trem.[1][2]
Em 1944, os nazistas iniciaram a liquidação do gueto de Łódź, deportando os judeus restantes para os campos de extermínio de Chełmno e Auschwitz. No outono daquele ano, Ross enterrou suas fotos e negativos em uma caixa, na esperança de que sobrevivessem como registro histórico.[1][2]
Cerca de 800 judeus, incluindo Ross, foram temporariamente mantidos no gueto para limpá-lo, enquanto já se preparavam oito valas comuns para eles. No entanto, antes que os nazistas conseguissem assassiná-los, o Exército Vermelho libertou o gueto em janeiro de 1945. Ross conseguiu desenterrar sua caixa, mas grande parte de seu material estava danificado ou destruído pela água; ainda assim, cerca de metade das suas 6.000 fotos sobreviveu.[1][2][3]
Em 1950, Ross imigrou para Israel e, em 1961, testemunhou no julgamento de Adolf Eichmann. Ele faleceu em 1991.[1]