Historis odius | |||||||||||||||||||||
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Vista inferior de H. odius
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Classificação científica | |||||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||||
Historis odius (Fabricius, 1775)[2][4] | |||||||||||||||||||||
Sinónimos | |||||||||||||||||||||
Papilio odius Fabricius, 1775 Papilio orion Fabricius, 1775 Papilio danae Cramer, 1775 Aganisthos orion Godman & Salvin, [1884] Historis odius odius Brown & Mielke, 1967 Historis odius dious Tommaso & Racheli, 2001 Historis odius caloucaera Brévignon, 2003[4] |
Historis odius (Fabricius, 1775);[2][4] originalmente e cientificamente denominada Papilio odius na obra Systema Entomologiae: Sistens Insectorum Classes, Ordines, Genera, Species, Adiectis Synonymis, Locis, Descriptionibus, Observationibus;[4] é uma borboleta neotropical da família Nymphalidae que se distribui do México ao norte da Argentina,[5] habitando também as ilhas de Guadalupe, Martinica[6] e Grandes Antilhas,[1] com rara ocorrência no sul da Flórida.[7] Sua envergadura pode chegar a onze centímetros[3][8] e sua coloração é caracterizada por apresentar asas escurecidas, com duas manchas características de coloração alaranjada, quando vista por cima, e padronagem de folha seca em vista inferior, contendo uma pequena mancha branca na parte superior de cada asa anterior em ambos os lados (por cima e por baixo).[5][9]
Segundo informação de estudo sobre parasitismo em Historis odius, esta é a única borboleta residente na ilha do Coco (Costa Rica).[10]
Historis odius é uma espécie bem distribuída, podendo existir em floresta primária e secundária entre altitudes de zero a 1100 metros. É boa indicadora de ambientes perturbados (em degradação),[11] se alimentando próximo a locais habitados. Adultos geralmente são achados isolados, possuindo voo rápido e poderoso e descendo rapidamente das copas para se alimentar de frutos fermentados, como manga e banana, que encontram em clareiras, pomares e habitats de floresta; podem ser encontradas, também, retirando umidade de rochas ou da margem dos rios.[5][8]
De acordo com Adrian Hoskins, o nome vernáculo em inglês (stinky leafwing) e o descritor específico, odius, são provavelmente uma referência aos frutos em apodrecimento que as atraem, tornando-as fedorentas; porém, Jorge Kesselring afirma que este nome, odius, pode ser uma referência ao fato de que a borboleta é muito arisca à caça e também porque não deixa as outras borboletas se aproximarem para se alimentar, expulsando-as com um rápido bater de asas.[12] Eurico Santos cita que espécies deste gênero são denominadas, no Brasil, de canoa-amarela[13] e Haroldo Palo Jr. cita particularmente esta espécie com tal nomenclatura vernácula.[3] Outro nome vernáculo, em inglês, é orion cecropian.[2]
As lagartas de H. odius se alimentam de folhas de Cecropia, árvore de comportamento pioneiro. O ovo é marrom pálido, com 23 estrias verticais,[14] colocado isoladamente sobre a nervura central da folha. Ao surgir e se alimentar, a larva constrói uma cadeia de fezes ao longo desta nervura, repousando em seu final.[8] Estas lagartas são avermelhadas, com faixas brancas ou de um amarelo pálido em torno dos segmentos, que são adornados com espinhos.[14] A cabeça é caracterizada por marcas arredondadas em laranja, sob os chifres negros em seu ápice, com outras duas marcas em laranja em torno dos ocelos, formando um característico + quando vista de frente.[15] A crisálida é rosada, adornada com espinhos nos segmentos abdominais e com um par de chifres na parte da cabeça.[8] Muyshondt Jr. e Muyshondt constataram, em estudo, que as lagartas desta espécie são fortemente predadas por parasitas, especialmente de Diptera e Hymenoptera.[14]
Historis odius possui três subespécies:[1][2]