Ignacio Burgoa Orihuela (Cidade de México, 13 de março de 1918 - 6 de novembro de 2005) foi um advogado e escritor mexicano, especializado em julgamento de amparo e constitucionalismo. Suas obras Garantías individuales (Garantias individuais) e El juicio de amparo (O julgamento de amparo) são referência indispensável no direito mexicano.[1][2]
Estudou direito em a então Escola Nacional de Jurisprudencia —hoje Faculdade de Direito— de a Universidade Nacional Autónoma de México (UNAM) de 1935 a 1939 e em 1940 obteve seu título com a tese La supremacía jurídica del Poder Judicial Federal en México (A supremacía jurídica do Poder Judicial da Federação em México).[3] Foi professor de essa faculdade desde 1947 até sua morte, nas que deu as matérias "Garantias" e "Amparo", tendo a titularidade definitiva de ambas matérias em 1957. De 1951 a 1954 foi juiz em matéria administrativa.[1] De 1941 a 1943 trabalharia na redacção do livro O julgamento de amparo, que converter-se-ia em referência para o estudo da carreira em leis em México.[2]
Em 1974 obteve o doctorado em direito pela UNAM com menção honorífica e em 1987 o Conselho Universitário de dita instituição considerou-o mestre emérito de sua faculdade, na que deu classes por mais de 50 anos a milhares de estudantes de Direito. Alguns desempenhariam cargos de eleição de toda a índole, incluídos presidentes.[2]
Para 2001 opôs-se a uma reforma da Lei de Amparo então vigente no país com o ensaio Uma nova lei de amparo ou renovação da vigente?.[4]
Burgoa caracterizou-se por encabeçar diversas demandas suscitadas por conflitos sociais. Em 1982 demandou por traição à pátria ao ex presidente José López Portillo devido às suspeitas de peculado que por então pesavam pelo servidor público.[5] Em 1999 junto a Raúl Carrancá e Rivas demandou penalmente a integrantes do Conselho Geral de Greve da UNAM devido à tomada de instalações pela Greve estudiantil da UNAM. Em 2006 participou na defesa das e os integrantes da Frente de Povos em Defesa da Terra de San Salvador Atenco, em vista da intenção do governo mexicano de expropiarles terras de cultivo para construir um novo aeroporto.[1]