Instituto Superior Técnico MHSE • MHIP | |
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IST | |
Fundação | 1911 |
Tipo de instituição | Pública |
Localização | Lisboa, Oeiras e Loures, Portugal |
Presidente | Rogério Colaço |
Campus | Alameda, Taguspark e Tecnológico e Nuclear |
Cores | Ciano e Branco |
Página oficial | tecnico.ulisboa.pt |
O Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa (IST ou Técnico) MHSE[1] • MHIP é a maior escola portuguesa de Engenharia, Arquitectura, Ciência e Tecnologia, sendo considerada uma das mais reputadas instituições de Engenharia da Europa.[2][3][4]
A instituição foi fundada a 23 de maio de 1911, fruto da divisão do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, pelo Engenheiro Alfredo Bensaúde, também responsável pela criação dos primeiros cursos de Engenharia da escola: Minas, Civil, Mecânica, Eletrotécnica e Químico-Industrial.
A partir de 2013 integra a maior universidade portuguesa: a Universidade de Lisboa; tendo, até então e desde 1930, feito parte da Universidade Técnica de Lisboa. Tinha, em Junho de 2016,[5] 11 458 alunos e 853 docentes e investigadores.
O Instituto Superior Técnico integra a rede Cluster (Consortium Linking Universities of Science and Technology for Education and Research), que reúne 12 das melhores universidades europeias de Ciência e Tecnologia e ainda a rede UNITE!, uma aliança de 7 universidades que pretende criar uma universidade europeia de referência, um espaço comum assente no ensino multidisciplinar, onde se promova a investigação, ensino, a inovação e a transferência de conhecimento entre as instituições e países envolvidos.
A origem do Instituto Superior Técnico remonta ao antigo Instituto Industrial de Lisboa, fundado por decreto de 30 de dezembro de 1852 de Fontes Pereira de Melo. Em 1869, por fusão com a Escola de Comércio, dá origem ao Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, no qual se formavam os engenheiros industriais.
A esta instituição de ensino concorreu Alfredo Bensaude para o lugar de professor da disciplina de Mineralogia e Geologia em 1884. Em 1892, Bensaude propôs uma profunda reforma, enunciando as deficiências verificadas no ensino técnico superior português. As suas sugestões, de forte pendor crítico, acabaram por ser rejeitadas pela própria comissão de reorganização do ensino à qual pertencia. O modelo estrutural que defendeu, fruto da sua experiência na Alemanha, onde se doutorou, serviria no entanto de base ao novo Instituto Superior Técnico, criado após a instauração da República.
Manuel de Brito Camacho, Ministro do Fomento, reconheceu a personalidade empreendedora de Bensaude, convidando-o, no final de 1910, para director do futuro IST, que resultaria da extinção do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa e sua divisão no Instituto Superior Técnico (Instituto Superior Technico na grafia da época) e no Instituto Superior de Comércio (actual Instituto Superior de Economia e Gestão). O decreto de extinção[6] aprovou os primeiros estatutos do IST, onde se incluem a lista de cursos e disciplinas ministradas, assim como os regulamentos de alunos, pessoal docente e organização interna.
Foram cinco os cursos de engenharia inicialmente leccionados no IST: Minas, Civil, Mecânica, Electrotécnica e Químico-Industrial. Os estudos iniciavam-se com um currículo de carácter geral, que se completava com três anos de especialidade.
Em 1922, Alfredo Bensaúde publica as Notas Histórico-Pedagógicas sobre o Instituto Superior Técnico.[7]
Em 1930 é criada a Universidade Técnica de Lisboa, e o IST, então com cerca de 20 anos de funcionamento regular, é uma das quatro escolas que a integra.[8]
Ao longo de toda essa década e da seguinte, a imagem dos engenheiros formados no IST foi projectada pela realização de grandes obras de engenharia, impulsionadas por Duarte Pacheco, na altura Ministro das Obras Públicas. Entre 1952 e 1972 a Comissão de Estudos de Energia Nuclear, criada no âmbito do Instituto de Alta Cultura, teve uma importante função na formação de meios humanos, levando à criação de 12 centros de estudos e agrupando um total de 14 laboratórios.
Ainda em 1970 uma nova reestruturação curricular do ensino superior, denominada “Actualização dos Planos de Estudos de Engenharia nas Universidades Portuguesas”, alterou a duração do período mínimo para obtenção do grau de licenciatura de seis para cinco anos lectivos.
Durante todo este período, o IST registou crescimento, atingindo o número de 4500 alunos em 1970/71.
O IST é ainda o mentor e impulsionador, desde a década de 1980, de um conjunto de instituições que procuram actuar ao nível da interface entre a Universidade e a indústria, e que desenvolvem, entre outras, actividades de formação profissional e de investigação industrialmente orientada, consolidando a sua posição de grande Escola do País nas áreas de Engenharia, Ciência e Tecnologia nas suas três vertentes de actuação: Ensino, Investigação e Ligação à sociedade. Na vertente da condução da política de investigação científica portuguesa, tal traduz-se nomeadamente no facto da Presidência da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica / Fundação para a Ciência e a Tecnologia ter sido ocupada por Professores do IST durante 23 dos 26 anos que medeiam entre 1986 e 2011.
A 7 de Fevereiro de 1987 foi feito Membro-Honorário da Ordem da Instrução Pública e a 23 de Maio de 2011 foi feito Membro-Honorário da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[9]
A 29 de janeiro de 2021, após o agravamento da pandemia de COVID-19 em Portugal, e consequente encerramento presencial do Instituto, o presidente Rogério Colaço foi fortemente criticado após ter enviado um e-mail oficial à comunidade escolar onde apelou ao medo para mitigar a fraude académica durante o período de exames[10]. Em consequência, foi enviada uma Carta Aberta em forma de petição para demonstrar o desagrado dos estudantes que, a 31 de janeiro de 2021, contava com mais de 3000 assinaturas[11].
A 5 de maio de 2022, foi noticiado o resultado de um inquérito lançado à comunidade escolar que sinalizava mais de 400 casos de assédio e mostrava a existência de uma crise de saúde mental dos alunos[12], culminando, em junho, numa manifestação[13]. Em resposta, o presidente Rogério Colaço afirmou que, no Técnico, a "missão é formar engenheiros, não é dar apoio psicológico", algo que gerou bastante controvérsia [14].
Após 110 Anos de ensino, investigação e inovação, o Técnico aposta num novo modelo de ensino para formar profissionais em Engenharia, Arquitetura, Ciência e Tecnologia. Em 2021, consolidando a formação base, abrem-se portas à multidisciplinaridade e flexibilidade dos currículos, a novas disciplinas humanísticas e a novas especializações. Um ensino assente em projetos e na aprendizagem pela prática e integração de conhecimentos. Os recentes desenvolvimentos tecnológicos e as rápidas transformações sociais vieram lançar novos desafios à educação em engenharia no século XXI. Em Portugal, estes desafios são agravados pela evolução demográfica desfavorável, pelos efeitos persistentes da recente crise financeira e pela crescente competitividade internacional das escolas mais reconhecidas.
O cruzamento da análise dos contextos profissionais emergentes, das novas tendências de educação em engenharia e do ensino praticado atualmente nas universidades de referência com a análise crítica ao modelo de ensino vigente no Técnico apontam de forma clara para a necessidade imperativa de dotar a Escola de um novo modelo de ensino e de práticas pedagógicas para o século XXI – Técnico 2122.
Foram identificadas um conjunto de boas práticas num conjunto alargado de universidades de referência que se consideraram relevantes para o ensino no IST:
O novo modelo de ensino e práticas pedagógicas do Técnico passará a incluir, entre outros:
O IST-ULisboa como uma das Escolas da Universidade de Lisboa dispõe de estatutos e de órgãos de governo e de gestão próprios, nos termos do Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior e dos Estatutos da Universidade.
Os órgãos de gestão do IST são:
O Instituto Superior Técnico dispõe de três campi:
O campus Alameda situa-se na Avenida Rovisco Pais, em Lisboa. Foi construído sob a direcção do engenheiro Duarte Pacheco (1900-1943), tendo o projecto sido entregue ao arquitecto Porfírio Pardal Monteiro que o iniciaria em 1927. A obra foi concluída no ano lectivo de 1936/37. A ideia era criar o primeiro campus autónomo do sistema universitário português.
O projecto do novo Instituto iria realizar, pela primeira vez em Portugal, a união harmoniosa da arquitectura com a engenharia. A construção forneceu ainda a oportunidade de testar novos materiais e de experimentar com uma concepção flexível de espaço. A modernidade da traça dos edifícios do Técnico reflectia-se na funcionalidade do interior; a decoração escorreita, própria da época (art déco) não tinha nada de gratuito, antes ajustava-se organicamente aos propósitos técnicos e funcionais a que se destinava. Pardal Monteiro procurou tirar partido das grandes massas de harmonia, de calma e de sobriedade que o conduzisse a obter um efeito de grandiosidade arquitectural simplesmente à custa dos volumes da construção, o que é sempre incomparavelmente mais difícil do que tentá-lo à custa da riqueza decorativa e ornamental. A implantação dos pavilhões das várias engenharias na colina altaneira debruçada sobre o vale da Avenida Almirante Reis representou a exteriorização duma ideia urbanística, fruto dum racionalismo geométrico.[18]
A obra desenvolve-se em torno de uma grelha que suporta um conjunto de sete edifícios alternados com jardins formais. Contém também, um muro envolvente que permite o acesso por quatro portões, dispostos nos dois principais eixos ortogonais. Os portões do eixo longitudinal são antecedidos por escadarias monumentais. A volumetria simples e paralelepipédica já não era novidade para o arquiteto mas a limpidez geométrica é que sai reforçada pela utilização de paredes rebocadas sem cunhais, pintadas com uma cor clara e uniforme, onde as cornijas estão praticamente reduzidas a um simples rebordo que remata as coberturas no terraço. A horizontalidade é bastante acentuado, as janelas, em puros retângulos abertos nas paredes, sem molduras, eram grandes envidraçados cujas caixilharias, hoje substituídas, estavam reduzidas a finos perfis de ferro. Os interiores, por sua vez, expõe-se ainda na sua nudez utilitária mostrando claramente as vigas que suportam as lajes de betão.[19]
Embora no projecto inicial estivesse prevista uma ocupação máxima de 40 anos, o IST continua a mover-se no mesmo espaço físico, graças a uma série de obras de que se destacam por ordem cronológica:
O campus do Instituto Superior Técnico do Taguspark ocupa uma área de aproximadamente 12 hectares no Taguspark: Parque de Ciência e Tecnologia de Oeiras, localizado na freguesia de Porto Salvo, concelho de Oeiras. Foi concluído em 2009.
O empreendimento permite albergar 3000 alunos de licenciatura, 500 alunos de pós-graduação, 350 docentes e 260 funcionários não docentes e compreende áreas destinadas a ensino, biblioteca, centro de informática, anfiteatros, apoio administrativo, docentes e alunos de pós-graduação, bar, restaurante, práticas desportivas, associação de estudantes e estacionamento coberto.
Em 2013 foi inaugurada uma residência de estudantes adjacente a este campus universitário com capacidade para albergar cerca de 80 estudantes.
A instalação de um campus do IST fora das suas instalações de Lisboa, com a dimensão e o contexto que o Taguspark proporciona, é um facto extremamente relevante e um marco histórico na vida do IST, apenas comparável à mudança do IST para o actual campus de Lisboa, em 1936, na altura um local isolado mas à volta do qual a cidade se instalou.
A integração do ex-Instituto Tecnológico e Nuclear e do seu património no Instituto Superior Técnico em Fevereiro de 2012, criou para o IST um terceiro campus, que presume-se venha a ser conhecido como Campus Tecnológico e Nuclear na Quinta dos Remédios, na Bobadela, próximo de Sacavém, no concelho de Loures. Este campus inclui as instalações do único reactor nuclear em Portugal, usado exclusivamente para fins de investigação. O reator, que tinha uma potência máxima de 1 MW[20], começou a funcionar a 25 de abril de 1961[21] e foi desmantelado "em segredo" em 2019[22][23].
O Instituto Superior Técnico possui 3 residências próprias[24], apenas para os estudantes do Técnico. Todavia, tal não impossibilita os estudantes de ingressarem nas residências do SAS-ULisboa.
Situada no Parque das Nações Norte, esta residência serve os estudantes do campus da Alameda, situando-se a cerca de 30 minutos do campus, utilizando transportes públicos. É servida pela estação de comboios de Moscavide (a aproximadamente 2 minutos da residência), pelas estações de metro de Moscavide (a aproximadamente 8 minutos da residência) e do Oriente (a aproximadamente 10 minutos da residência) e ainda por autocarros. A residência começou a funcionar em novembro de 1998.[25] Existem também estações de Gira – Bicicletas de Lisboa nas imediações.
A Residência de Estudantes Prof. Ramôa Ribeiro entrou em funcionamento em setembro de 2013. Está situada no campus do Técnico no Taguspark, na área metropolitana de Lisboa, concelho de Oeiras, e destina-se a alunos inscritos regularmente no Instituto Superior Técnico, especificamente no campus Taguspark.
A Residência Universitária Baldaques, a funcionar desde março de 1998, é uma unidade de alojamento que se destina exclusivamente a docentes e investigadores do Técnico.
Antes da reestruturação através da implementação do novo modelo de ensino e práticas pedagógicas do Técnico, em 2020/2021, havia 15 licenciaturas e mestrados integrados no campus da Alameda e 4 licenciaturas e mestrados integrados no campus do Taguspark[26]:
Alameda
Taguspark
Depois da reestruturação, passaram a ser oferecidos 36 mestrados[27].
Segundo dados da própria instituição, 61% dos alunos encontram emprego antes de concluírem o curso, sendo que 92% dos alunos encontram emprego até seis meses após a conclusão do curso.[5]