Jean Reynaud | |
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Retrato de Jean Reynaud segundo um desenho de Mme. Reynaud (1863) | |
Nascimento | 14 de fevereiro de 1806 Lyon |
Morte | 28 de junho de 1863 (57 anos) Paris |
Sepultamento | cemitério do Père-Lachaise |
Cidadania | França |
Irmão(ã)(s) | Léonce Reynaud |
Alma mater | École polytechnique Escola nacional superior de minas de Paris |
Ocupação | filósofo, político, engenheiro, geólogo |
Cargo | Subsecretário de Estado Conselheiro de Estado (Segunda República Francesa) Deputado |
Jean Ernest Reynaud (Lyon, 14 de fevereiro de 1806 – 28 de junho de 1863, Paris) foi um filósofo francês.
Ele estudou no colégio real de Lyon, a conselho de seu tutor Merlin de Thionville, depois ingressou na École Polytechnique e tornou-se engenheiro de minas. Ele se juntou ao movimento sansimoniano e fez parte de seu núcleo dirigente, chamado de "hierarquia de produtores", que incluía seus três líderes, Barthélemy Prosper Enfantin, Saint-Amand Bazard e Olinde Rodrigues, e outros membros importantes do grupo, como Henri Forunel, Abel Transon, Charles Chevalier, Philippe Buchez e Pierre Leroux.[1] Mas, como os dois últimos, ele logo foi muito crítico à conversão progressiva do movimento em uma seita,[2] embora, diferentemente de seu amigo Leroux, permanecesse fiel ao ensino do «mestre» Henri de Saint-Simon.[3] Foi por um tempo adepto das ideias de Saint-Simon, mas não aderiu muito à doutrina posteriormente.
Em 1831, ele publicou Religion saint-simonienne. Prédication sur la constituticon de la propiété, trabalho em que ele adiantou em cinquenta anos a tese apoiada por Engels, seguindo a Lewis Morgan, em A origem da família, da propriedade privada e do Estado de que o nascimento e a extensão da propriedade estavam intimamente ligados à instituição familiar, anterior à formação do Estado.[4]
Nessa obra, ele também denunciou que os privilégios provenientes do nascimento não haviam sido completamente abolidos pela Revolução Francesa e, seguindo o seu "mestre", vinculou religião e trabalho, considerando-o como o maior dom que Deus havia concedido aos homens e como fonte da riqueza, porque sem "os obreiros" não haveria "amos" nem "capitais", portanto deveria formar a base de uma nova organização da sociedade, na qual os "ociosos" não teriam lugar.[4]
É mais digno viver na terra do próprio trabalho do que viver no lazer indolente entre os esplêndidos jardins do Éden; Deus não deu ao homem mãos capazes de trabalhar para puni-lo, mas para que ele tivesse a glória de procurar e criar para si as alegrias materiais, das quais o mundo é uma fonte inesgotável.
Em 1833, ele fundou, com Pierre Leroux, a Encyclopédie nouvelle, na qual ele escreveu vários artigos.[5] Ambos tinham por objetivo atualizar a Enciclopédie de Diderot, com novos conceitos destinados à promoção da reforma social e esclarecimento da população trabalhadora.[6]
Durante a revolução de 1848, ele foi enviado pelos eleitores de Mosela à Assembleia Constituinte. Ele foi subsecretário de Estado da educação pública no ministério Hippolyte Carnot. Na segunda metade de 1848, ele ocupou a cadeira de direito político da efêmera École d'administration.[7] Nomeado Conselheiro de Estado em 1849, ele não ficou muito tempo neste cargo. Ele também foi professor na Escola de minas de Paris e foi substituído após o golpe de Estado de 1851 por Hippolyte de Villeneuve-Flayosc. Fugindo inicialmente para Nice, retirou-se da vida política em exílio íntimo e passou a se dedicar a teorias religiosas.[6]
Sua esposa instituiu um Prêmio Jean Reynaud que a Academia distribuiria.[8]
Ele está enterrado no Cemitério do Père Lachaise (72ª divisão) , em uma tumba adornada com uma alegoria de Chapu e um medalhão de David d'Angers.[9]
Neto de Alexis-Antoine Régny, ele era irmão do famoso engenheiro e arquiteto Léonce Reynaud e do almirante Aimé Reynaud.[8]