Jiboia-do-ribeira

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Estado de conservação
Espécie em perigo
Em perigo (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Serpentes
Família: Boidae
Subfamília: Boinae
Género: Corallus
Espécie: C. cropanii
Nome binomial
Corallus cropanii
(Hoge, 1953)[2]
Distribuição geográfica

Sinónimos
  • Xenoboa cropaniiHoge, 1953[2]
  • Corallus. cropanii Kluge, 1991
  • Corallus cropanii Henderson, 1993

A serpente Corallus cropanii apresenta distribuição geográfica restrita ao estado de São Paulo, nos municípios de Miracatu, Pedro de Toledo, Eldorado, Sete Barras e Santos, sendo uma espécie endêmica da Mata Atlântica.[3][4][1]

Descrita em 1953 por Alphonse Richard Hoge, do Instituto Butantã, um exemplar vivo foi levado até ele por um morador da cidade de Miracatu. Ele recebeu depois mais cinco exemplares no Instituto, porém já estavam mortos e um deles foi observado apenas por foto.[2]

Em 2017, após 60 anos de procura, pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e do Instituto Butantan encontraram no município de Sete Barras, região do Vale do Ribeira, um exemplar vivo da jiboia-do-ribeira. Um macho com 1,70 metro de comprimento e pesando 1,5 quilo. Pelo que os pesquisadores observaram ela não é venenosa e mata suas presas por esmagamento. Os pesquisadores pretendem implantar um radiotransmissor na serpente e devolvê-la à natureza.[5]

Em fevereiro de 2022 um exemplar foi apreendido com um possível traficante de animais na região do Parque Estadual Intervales, em Sete Barras.[6]

C. cropanii alcança em média 1,28 m, possui fossetas labiais profundas, pupilas verticais e dentição áglifa. Apresenta uma coloração dorsal verde-oliva a amarelada (laranja próximo da boca), com manchas romboidais marrom escuro, que aparecem do pescoço até a cauda.[2] Os escudos ventrais são amarelos com as bordas sendo manchadas com marrom escuro; estas manchas progressivamente se tornam maiores em direção à cauda, escurecendo o abdômen.[3]

É semi-arbórea e se alimenta de pequenos mamíferos, que captura com seu corpo. Um exemplar coletado estava em uma árvore a 1,5 m do chão e seu conteúdo estomacal continha um marsupial Metachirus nudicaudatus.[7]

  1. a b Silveira, A.L., Prudente, A.L. da C., Argôlo , A.J.S., Abrahão, C.R., Nogueira, C. de C., Barbo, F.E., Costa, G.C., Pontes, G.M.F., Colli, G.R., Zaher, H. el D., Borges-Martins, M., Martins, M.R.C., Oliveira , M.E., Passos, P.G.H., Bérnils, R.S., Sawaya, R.J., Cechin, C.T.Z & Guedes da Costa, T.B. (2021). Corallus cropanii (em inglês). IUCN 2021. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2021​: e.T39904A123181880. doi:10.2305/IUCN.UK.2021-2.RLTS.T39904A123181880.en.
  2. a b c d Hoge, A.R. (1953) "A new genus and species of Boinae from Brazil. Xenoboa cropanii, gen. nov., sp. nov"; Memórias do Instituto Butantan 25(1):27-33.
  3. a b Machado Filho, Paulo Roberto; M.R. Duarte; L.F. do Carmo e F. Franco (2011) "New record of Corallus cropanii (Boidae, Boinae): a rare snake from the Vale do Ribeira, State of São Paulo, Brazil"; Salamandra 47(20):112-115.
  4. Nogueira, Cristiano C.; Argôlo, Antonio J.S.; Arzamendia, Vanesa; Azevedo, Josué A.; Barbo, Fausto E.; Bérnils, Renato S.; Bolochio, Bruna E.; Borges-Martins, Marcio; Brasil-Godinho, Marcela; Braz, Henrique; Buononato, Marcus A.; Cisneros-Heredia, Diego F.; Colli, Guarino R.; Costa, Henrique C.; Franco, Francisco L.; Giraudo, Alejandro; Gonzalez, Rodrigo C.; Guedes, Thaís; Hoogmoed, Marinus S.; Marques, Otavio A.V.; Montingelli, Giovanna G.; Passos, Paulo; Prudente, Ana L.C.; Rivas, Gilson A.; Sanchez, Paola M.; Serrano, Filipe C.; Silva, Nelson J.; Strüssmann, Christine; Vieira-Alencar, João Paulo S.; Zaher, Hussam; Sawaya, Ricardo J.; Martins, Marcio (31 de dezembro de 2019). «Atlas of Brazilian Snakes: Verified Point-Locality Maps to Mitigate the Wallacean Shortfall in a Megadiverse Snake Fauna». South American Journal of Herpetology (em inglês). 14 (Special 1): 1-274. ISSN 1808-9798. doi:10.2994/SAJH-D-19-00120.1 
  5. Encontrada no Vale da Ribeira jiboia rara, que não se via há 60 anos; em, 3 de fevereiro de 2017.
  6. «Cobra raríssima, só vista 3 vezes no Brasil, é resgatada de cativeiro em SP». UOL Notícias. 26 de fevereiro de 2022. Cópia arquivada em 26 de fevereiro de 2022 
  7. Freitas, Marco (2003). Serpentes brasileiras. [S.l.: s.n.] 160 páginas. ISBN 9788586967023 
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