José Rodrigues Miguéis | |
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Nome completo | José Claudino Rodrigues Miguéis |
Nascimento | 9 de dezembro de 1901 Lisboa, Portugal |
Morte | 27 de outubro de 1980 (78 anos) Nova Iorque, Estados Unidos da América |
Nacionalidade | portuguesa |
Ocupação | Escritor |
Prémios | Prémio Casa da Imprensa (1932) |
Magnum opus | Idealista no mundo real |
José Claudino Rodrigues Miguéis GOSE (Lisboa, 9 de Dezembro de 1901 — Nova Iorque, 27 de Outubro de 1980) foi um escritor, dramaturgo, professor e desenhador português.[1]
Nascido no número 13 da Rua da Saudade, no bairro típico de Alfama, passou a sua infância e juventude em Lisboa, recordações que marcarão a sua futura obra. Ainda em Lisboa viria a formar-se em Direito, em 1924. Todavia, nunca exerceria de forma sistemática profissão nesta área, tendo consagrado a sua vida à Literatura e à Pedagogia.[1] Neste último campo viria a licenciar-se, em 1933, em Ciências Pedagógicas na Universidade Livre de Bruxelas, tendo posteriormente dirigido, com Raul Brandão, um conjunto inacabado de Leituras Primárias, obra que nunca viria a ser aprovada pelo governo.
Herdando do pai, um imigrante galego, as ideias republicanas e progressistas, cedo entrou em conflito com o Estado Novo, o que acabaria por o levar ao exílio para os Estados Unidos a partir de 1935. Desde essa altura até à sua morte apenas voltaria pontualmente a Portugal, não passando no seu país natal períodos superiores a dois anos. Em 1942, viria a adquirir a nacionalidade americana. Um ano antes do seu falecimento foi agraciado, a 3 de Setembro de 1979 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada.[2] Mário Neves publicou uma biografia sua em 1990.
José Rodrigues Miguéis pertenceu ao chamado grupo Seara Nova, ao lado de grandes autores como Jaime Cortesão, António Sérgio, José Gomes Ferreira, Irene Lisboa ou Raul Proença. Colaborou em diversos jornais como O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa e República. Foi, juntamente com Bento de Jesus Caraça, director de O Globo, semanário que viria a ser proibido pela censura em 1933. Nos Estados Unidos viria a trabalhar como tradutor e redactor das Selecções do Reader's Digest. Segundo os linguistas Óscar Lopes e António José Saraiva, a sua obra pode ser considerada como realismo ético, sendo claras as influências de autores como Dostoiévsky ou o seu amigo Raul Brandão. De resto, parecem claras nas suas primeiras obras as influências estéticas da Presença, podendo ler-se nas entrelinhas das suas obras simpatias com as temáticas neo-realistas portuguesas. Segundo António Ventura, José Rodrigues Miguéis tinha aderido ao Partido Comunista Português nos anos trinta, antes de emigrar para os EUA em 1935, e viria a ser nomeado representante do PCP junto do PCEUA.[3] Tem obras traduzidas em inglês, italiano, alemão, russo, checo, francês e polaco.
Em 1961 foi eleito membro da Hispanic Society of America e, em 1976, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa.