Kepler-438 | |
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Dados observacionais (J2000) | |
Constelação | Lyra |
Asc. reta | 18h 46m 34,99s[1] |
Declinação | +41° 57′ 03,93″[1] |
Magnitude aparente | 15,331[2] |
Características | |
Tipo espectral | M1V[1] |
Cor (U-B) | 1,212[2] |
Cor (B-V) | 1,310[2] |
Astrometria | |
Velocidade radial | -90,9 km/s[3] |
Mov. próprio (AR) | -16,76 mas/a[4] |
Mov. próprio (DEC) | -4,92 mas/a[4] |
Paralaxe | 5,1035 ± 0,1232 mas[4] |
Distância | 639 ± 15 anos-luz 196 ± 5 pc |
Detalhes[3] | |
Massa | 0,544+0,041 −0,061 M☉ |
Raio | 0,520+0,038 −0,061 R☉ |
Gravidade superficial | log g = 4,740+0,059 −0,029 cgs |
Luminosidade | 0,044+0,017 −0,012 L☉ |
Temperatura | 3748 ± 112 K |
Metalicidade | [Fe/H] = +0,16 ± 0,14 |
Rotação | 37,53 ± 0,73 dias |
Idade | 4,4+0,8 −0,7 bilhões de anos |
Outras denominações | |
Kepler-438, KIC 6497146, KOI-3284, 2MASS J18463499+4157039[1] | |
Kepler-438 é uma estrela anã vermelha na constelação de Lyra, a cerca de 640 anos-luz (196 parsecs) da Terra. É notável por seu sistema planetário, que inclui o exoplaneta Kepler-438b (o único planeta orbitando Kepler-438 conhecido até à data), um mundo possivelmente semelhante à Terra que se encontra na zona habitável de Kepler-438.
Kepler-438 é uma estrela de classe M da sequência principal (anã vermelha) com um tipo espectral de M1V.[1] Sua distância foi originalmente estimada em 145+20
−23 pc,[3] com base no modelamento de suas propriedades, enquanto as medições diretas de paralaxe pela sonda Gaia indicam uma distância maior de 196 ± 5 pc.[4] Modelos evolucionários indicam que a estrela tem uma massa próxima de 54% da massa solar e um raio de aproximadamente 52% do raio solar. Sua fotosfera está brilhando com 4,4% da luminosidade solar a uma temperatura efetiva de 3 750 K. Sua metalicidade parece ser maior que a solar, mas não é conhecida com precisão. A fotometria obtida pela sonda Kepler mostra um período de rotação de cerca de 38 dias, que foi usado para estimar uma idade de 4,4 bilhões de anos.[3]
Kepler-438 possui duas estrelas companheiras visuais, separadas da primária por 0,44 e 4 segundos de arco a ângulos de posição de 193 e 0° respectivamente. A estrela mais afastada não é considerada uma companheira física, pois possui cores inconsistentes com uma distância igual à da primária. A companheira mais próxima, por outro lado, é provavelmente uma companheira física, tendo uma velocidade radial semelhante à da primária. Se ela realmente for uma companheira física, é uma anã vermelha menor que a primária, com 16% da massa solar e 19% do raio solar, e sua órbita tem aproximadamente um semieixo maior de 64 UA e um período de 690 anos.[3][5]
Esta estrela esteve no campo de visão da missão original da sonda Kepler, que coletou por quatro anos dados fotométricos precisos com cadência de 29,4 minutos. A curva de luz obtida revelou quedas periódicas de 0,04% no brilho da estrela, que foram atribuídas a um possível trânsito de um planeta extrassolar em órbita, e a estrela recebeu a designação KOI-3284. Em 2015, a existência do planeta foi "confirmada" (validada estatisticamente) em um artigo que estimou uma probabilidade 2333 vezes menor de a curva de luz ser explicada por outro fenômeno, como uma binária eclipsante de fundo. Com isso, a estrela passou a ser chamada Kepler-438. A sonda Kepler não tem resolução suficiente para diferenciar a estrela Kepler-438 primária de sua companheira separada por 0,4", portanto não é certo qual das duas estrelas possui o planeta em trânsito, mas considerando o formato da curva de luz as estatísticas de planetas extrassolares descobertos pela Kepler, foi considerado mais provável o planeta orbitar a estrela primária.[3]
O planeta, denominado Kepler-438b, tem um raio estimado de 1,12 vezes o raio da Terra e está a uma distância média de 0,17 UA da estrela, completando uma órbita com um período de 35,23 dias. Sua massa é baixa demais para ser medida pelo método da velocidade radial, o que impede a determinação de sua densidade e composição, mas dado seu tamanho pequeno, foi calculado que ele tem 70% de chance de ser rochoso. O nível de insolação no planeta foi calculado em 1,40+0,67
−0,77 vezes o da Terra, correspondendo a uma chance de 72% de o planeta estar dentro da zona habitável, considerando a definição mais ampla do termo. Com base apenas nesses dois critérios, raio e nível de insolação, este é um dos planetas mais habitáveis já descobertos.[3] No entanto, um estudo de 2016 identificou sete erupções na curva de luz de Kepler-438 obtida pela sonda Kepler, a mais intensa com liberação de energia de 1,4×10 33erg (uma possível supererupção). Isso pode prejudicar a habitabilidade do planeta, já que erupções como essas podem destruir a sua atmosfera. Para se proteger das erupções, Kepler-438b precisa ter uma alta massa e um forte campo magnético.[6]
Uma busca por exoluas em torno de Kepler-438b, usando como base os trânsitos observados pela sonda Kepler, permitem excluir a presença de luas com mais de 29% da massa do planeta. Esse estudo detectou possíveis variações no tempo de trânsito de Kepler-438b, o que pode ser evidência de planetas adicionais no sistema.[7]
Planeta | Massa |
Raio |
Semieixo maior (UA) |
Período orbital (dias) |
Excentricidade |
Inclinação |
---|---|---|---|---|---|---|
b | — |
1,12+0,16 −0,17 R⊕ |
0,166+0,051 −0,042 |
35,23319+0,00025 −0,00029 |
≥0,03+0,10 −0,03 |
89,86+0,14 −0,32° |