Laila Majnu (1976)

Laila Majnu
Índia/União Soviética/Alemanha Ocidental
1976 (1979 em Portugal) •  cores •  141 min 
Gênero drama
Direção H. S. Rawail
Produção Ram B. C., Seroo Daryani
Roteiro Abrar Alvi, Anjana Rawail, H. S. Rawail
Elenco Rishi Kapoor, Ranjeeta, Danny Dengzongpa, Aruna Irani, Asrani, Raza Murad
Idioma hindi/urdu

Laila Majnu é um filme de Bollywood de 1976, baseado na lenda dos amantes Laila e Majnun, que por sua vez é baseada na história real do poeta saudita Qais ibn al-Mulawwah. Embora várias adaptações da história tenham sido feitas para o cinema, incluindo outra versão de Bollywood em 1953 estrelando Sashi Kapoor e Nutan, esta versão é considerada um clássico do cinema indiano. Dirigido por Harnam Singh Rawail (H. S. Rawail), estrelando Rishi Kapoor, Ranjeeta, Danny Denzongpa, Aruna Irani, Asrani, Iftekhar, Tom Alter e Ranjeet. A música foi composta por Madan Mohan e Jaidev. Foi escrito por Abrar Alvi, sócio do grande diretor Guru Dutt.

Kaish Amari e Laila Sharwari pertencem a clãs rivais, no entanto, se apaixonam um pelo outro desde a infância. Esse amor ultrapassa os limites do amor carnal, a ponto de Kaish identificar Laila com Deus (Alá). Um dia, durante uma aula na madrassa, o mestre ordena que os alunos escrevam os 99 nomes de Alá, mas Kaish escreve 99 vezes o nome de "Laila". Ao ver isso, o mestre, furioso, pune Kaish severamente, mas quem sente a dor dos golpes de vara é Laila. A história corre o povoado, e tentando acabar com a paixão juvenil, o pai de Laila a proíbe de ir á escola e a confina dentro de casa. Kaish, no entanto, consegue entrar, e foge com Laila. Eles são encontrados brincando. Então, o clã de Laila, temendo a vergonha, se muda para longe dali.

Anos mais tarde, já crescidos, Kaish e Laila acabam se encontrando por acaso, enquanto Kaish comprava camelos na cidade onde o clã de Laila havia se estabelecido. Mesmo sem se reconhecer, são atraídos um pelo outro, a ponto de Kaish descobrir onde ela mora, e todas as noites, entrar secretamente em sua alcova. Quando o namoro é descoberto, a família de Laila tenta matar Kaish, que é dado como morto e abandonado no deserto. Ele, no entanto, sobrevive, mas enlouquece, e passa a vagar pelo deserto em farrapos, clamando por Laila e escrevendo seu nome na areia. O pai de Kaish acaba sendo morto pelo irmão de Laila, Tabrez, ao tentar vingá-lo. Como vingança, Kaish mata Tabrez, (recebendo então o apelido "Majnu" (louco, possesso) e acaba sendo exilado, mas por não conseguir se separar de Laila, passa a viver solitário no deserto, esperando por qualquer oportunidade de vê-la. Laila acaba se casando à força com um príncipe, Baksh (Danny Denzongpa). Ao perceber o quanto Laila ama a Kaish, Baksh promete jamais tocar nela, até que consiga se esquecer dele.

(A partir daqui é contado o desfecho do filme).

No entanto, isso nunca acontece, e ao ver o desespero de seu marido, apaixonado por ela, Laila tenta o suicídio. Nenhum médico ou imame (espécie de sacerdote islâmico, responsável pelas orações) é capaz de melhorar seu estado. Tentando se aproveitar da situação, um grupo de ladrões se disfarça de sacerdotes, colhe informações de Kaish, prometendo levá-lo a Laila, e entra no palácio. Apenas quando Kaish, sabendo do estado de Laila, aparece em sua sacada, ela se recupera. No entanto, ele havia sido condenado a nunca mais pisar na cidade, e é severamente torturado como punição. Novamente, Laila é quem sente a dor dos golpes. Baksh, então, percebe a natureza divina do amor, e imediatamente se divorcia de Laila e organiza seu casamento com Kaish. No entanto, os ladrões matam Baksh e raptam Laila. Kaish corre enlouquecidamente atrás deles, mas, já no deserto, tem as duas pernas quebradas, para que não possa alcançá-los. O ladrão cai do cavalo com Laila, que consegue escapar quando este cai sobre pedras, e vai atrás de Kaish, mas leva uma facada nas costas do ladrão, que morre logo em seguida, dispersando o bando. Ela morre nos braços de Kaish, que por sua vez, morre de coração partido.

Eles se unem na morte, daí o nome "Laila Majnu", ou "Leyla Majnun", se referir aos dois como uma única pessoa, pois seriam uma única alma em dois corpos, como diz a música de abertura. A lenda, com todas as suas modificações e acréscimos, é usada como metáfora sufi, corrente mística do Islamismo, que dentre suas doutrinas prega a possibilidade de se chegar a Deus através do amor, que não seria apenas o amor carnal, mas um amor transcendental, divino, Ishq, no qual as almas dos amantes passam a querer se unir de tal forma a superar todos os tormentos, separações e aspirações do ego, tornando-se por fim não só uma só alma, mas vendo no amado a imagem do próprio Deus, unindo-se a ele, dissolvendo-se na consciência divina.

Trilha sonora

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Composta por Madan Mohan e Jaidev, com letras de Sahir Ludhianvi. A voz feminina é de Lata Mangeshkar, e a masculina principal de Mohammed Rafi, considerados talvez os maiores intérpretes indianos.

Referências