A lisoclina é a profundidade sob a qual a maior parte dos carbonatos dos sedimentos do solo oceânico se dissolve.[1]
Neste nível apenas ficam sem dissolver os carbonatos mais resistentes, como os foraminíferos calcários, razão pela qual nos sedimentos ainda há restos de carbonatos. Há um segundo nível, o chamado "nível de compensação da calcita" ou "profundidade de compensação da calcita" (NCC/PCC, ou CCD: do inglês Calcite Compensation Depth), mais profundo, no qual a totalidade dos carbonatos se dissolve.[1]
Em geral, a lisoclina encontra-se atualmente entre 3.000 e 5.000 metros de profundidade,[1] cifra similar à média de profundidade dos oceanos. A lisoclina pode variar segundo múltiplos fatores, tais como a concentração de CO2, o nível de acidez das águas[2] ou a latitude, sendo que, em lugares como a Antárctida, situa-se a apenas algumas centenas de metros sob a superfície.
A necessidade de uma determinada profundidade para a dissolução de carbonatos deve-se à sua solubilidade, que aumenta à medida que diminui a temperatura e aumenta a pressão.[3] É precisamente em razão dessa dependência da temperatura que a lisoclina e a PCC não são paralelas no oceano, estando geralmente a PCC mais afastada da lisoclina no centro da bacia oceânica e perto das margens.[4]
Porém, em outras épocas, a lisoclina sofreu variações importantes, como, por exemplo, há 55 milhões de anos, durante o máximo térmico do Paleoceno-Eoceno, quando se elevou drasticamente em todo o planeta,[5] devido ao aumento da temperatura e do CO2.